
Colocar a sociedade civil no centro dos debates e convertê-la em agente da transformação social é um dos objetivos do Congresso GIFE 2014
Confira aqui a cobertura completa do Congresso.
Começa o Congresso GIFE 2014. O evento desse ano traz na programação palestrantes de diversos países e setores da sociedade, em busca de promover o debate sobre investimento social privado e seus desdobramentos.
André Degenszajn, Secretário Geral do GIFE apresenta um panorama geral e suas expectativas sobre o evento, as trocas e as relações que o Congresso promove. Em nome da associação, que tem como objetivo principal impulsionar e promover o investimento social privado, André apresenta os desafios encontrados no cenário atual e as possibilidades de crescimento trazidas por um congresso como este.
Como o GIFE se coloca no cenário do investimento social no Brasil atualmente?
O GIFE é uma associação, que nasce a partir do desejo de um conjunto de organizações se reunirem, pra discutir questões de interesse comum. Com essa criação, o próprio conceito de investimento social foi se construindo e mudando ao longo do tempo. O GIFE de certa forma responde e se torna uma referência para o investimento social e trabalha com essas organizações que compõe esse campo.
Como você enxerga a importância do Congresso GIFE?
O Congresso é um grande encontro, que proporciona muitas trocas, então existem muitas dimensões que precisam ser valorizadas. Trata-se de um evento com um sentido muito além dos dias em que ele acontece. É um momento de apresentar um conjunto de leituras que o GIFE vem fazendo sobre a realidade do investimento social e compartilhar isso com um público muito relevante, com capacidade para influenciar a atuação e promover discussões. Essa troca nos ajuda também a definir rumos estratégicos da nossa própria atuação.
Que mensagem você acredita que o Congresso vai deixar?
Tem uma grande mensagem no Congresso que é de ampliar a visão sobre o investimento social e a visão dos investidores sobre a sua própria atuação. Apresentar novas possibilidades de atuação, ampliar esses limites, questionar e problematizar, é o nosso trabalho. Acredito que há varias mensagens ao longo do Congresso que são importantes. Talvez a principal delas seja que o nosso trabalho precisa ser capaz de promover transformações efetivas na sociedade e nas realidades sobre as quais a gente decide incidir.
Qual a importância desse tipo de debate no cenário brasileiro do investimento social?
Eu vejo que no Brasil, o papel da sociedade em pensar e desenvolver soluções para questões sociais é subvalorizado. Penso que isso ocorra por conta do sucesso de alguns programas governamentais, que criam a percepção de que a sociedade só é impactada por esses programas e não tem papel autônomo, tanto de fortalecer as politicas públicas, quanto de provocar inovação. Por isso acredito na necessidade de recolocar a sociedade civil no centro do debate sobre seus próprios problemas, não só como sujeito de uma ação do governo.
No papel de profissional do GIFE, quais são suas expectativas para o pós-congresso, principalmente através da concretização das realizações?
De alguma maneira esse evento é um divisor de águas, de um modelo de atuação para outro, que está muito mais pautado pela capacidade de produzir incidências e resultados concretos, tanto nesse ambiente em que o investimento social está, quanto na capacidade de dar ferramentas e subsídios para qualificar o investimento de cada um de seus associados.
Um evento cheio de contrastes e diversidades. Como conciliar os interesses dentro e fora do Congresso?
Eu acho que os contrastes são mais intensos fora. A vida possui mais contrastes do que os que estão expressos aqui. Mas essa é uma intensão explicita nossa, de que esse evento seja marcado pela diversidade. Acreditamos que dos conflitos possam surgir novas percepções, novas visões. A gente defende muito que os avanços serão produzidos dentro dessa diversidade.
* Vanessa Cancian é repórter da Envolverde, especial para o GIFE.
** Publicado originalmente no site Congresso Gife 2014.