Insônia crônica causa estresse, irritabilidade e piora a saúde no geral

De acordo com o Centro Americano de Pesquisas em Transtornos do Sono, Estados Unidos, quase todas as pessoas têm noites de sono ruim (entre uma e duas noites ao ano). E quando o problema se torna crônico, o organismo fica sobrecarregado com os efeitos negativos.

O problema mais comum na maioria da população com insônia crônica é causado pelo sono interrompido que faz com que a pessoa “particione” o sono, alternando minutos acordados e dormidos. Estes períodos ou fases de insônia podem durar semanas ou anos. Apesar de não ser mortal, as pessoas com esses problemas sofrem com os efeitos físicos e podem desenvolver transtornos mentais.

Os efeitos da insônia podem ser percebidos já no dia após a primeira noite sem dormir. Mathew Walker, pesquisador da Universidade da Califórnia, explica que a amídala cerebral (uma parte do cérebro que alerta o corpo para ficar preparado para situações de emergência) fica em ação permanente quando há uma noite sem sono. Isto pode afetar o córtex frontal do cérebro, que é responsável pela nossa lógica racional.

Além disso, aponta Walker – cujo trabalho foi publicado no periódico Annals of the New York Academy of Science –, a piora na capacidade de memória, controle da fala e irritabilidade ficam mais evidentes. Ao mesmo tempo, o nível de cortisol (hormônio ligado ao estresse) aumenta significativamente, o que pode elevar os riscos de depressão, doenças cardiovasculares e comprometer as noites seguintes de sono.

Dependendo do nível de insônia, é possível ter complicações nas funções de órgãos vitais, hipertensão, aumento da temperatura do corpo, paranoia e alucinações visuais ou auditivas. Isto sem contar as associações de privação de sono como gatilho para várias doenças neurodegenerativas.

Existem duas formas ruins de tratar a insônia. A primeira é criar novos hábitos por conta própria, como tomar café para lidar com a falta de motivação durante o dia, tentar dormir mais cedo ou ficar mais tempo na cama de manhã, sem um ritmo definido. A outra é ficar dependente de remédios ao usar doses excessivas para tentar dormir.

Muitas dessas drogas agem sobre o sono REM (a fase mais profunda do sono) impedindo que ele aconteça. A melhor maneira de lidar com o problema é criar ritmos, identificar as causas da ansiedade e consultar especialistas assim que possível.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.