Onde enriquecer não é glorioso

A última edição de “A lista dos ricos da China 2012” revelou os magnatas dos negócios chineses. Reprodução/Internet

Lista de concorrente da Forbes revela os mais ricos da China

Todos os anos, no mês de setembro, o Hurun Report, grupo de edições e eventos de luxo baseado em Xangai, divulga sua lista das pessoas mais ricas da China. Tal relatório reflete importantes tendências que orientam o sucesso e o fracasso no mundo dos negócios chineses.

A última edição, “A lista dos ricos da China 2012”, divulgada em 24 de setembro, não foi exceção. Ela revelou que o magnata das bebidas Zong Qinghong do grupo Wahaha reconquistou o primeiro lugar que ocupara em 2010, mas não em 2011. Com uma fortuna divulgada equivalente a US$ 12,6 billhões neste ano, Zong fechou o ciclo com uma dianteira folgada sobre seu rival mais próximo, Wang Jianlin do Dalian Wand Group, um empreiteiro imobiliário e operador de cinemas. Wang, pobrezinho, tem meros US$ 10,3 bilhões.

Com suas elaboradas subdivisões e informações cruzadas, o relatório inclui uma ampla variedade de detalhes que vão além dos grandes números que estampam manchetes. Talvez o fato mais significante seja o de que a manufatura ultrapassou o setor imobiliário como a principal fonte de renda para as 1.000 pessoas listadas. O fato mais surpreendente pode ser o de que, pela primeira vez desde 2005, o número de bilionários (em dólar) chineses caiu, reduzindo o grupo a um total de 251 pessoas. Praticamente metade das pessoas listadas permaneceram no relatório apesar de terem reduzido seu patrimônio no ano anterior – incluindo 37 que tiveram sua fortuna reduzida à metade.

Algumas informações saltam aos olhos, em especial a de que sete dos membros da lista foram nomeados como representantes para o 18º Congresso do Partido Comunista.

Pode ser uma benção possuir dinheiro o suficiente para ser incluído na lista, mas alguns o consideram uma maldição. A proporção daqueles que são processados, investigados ou presos após aparecer na lista é de 16,95% comparado a apenas 6,84% de outra lista de empreendedores para o mesmo período.

* Publicado originalmente na revista The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.