Brasília – Tropas francesas resgataram hoje (7) o embaixador do Japão na Costa do Marfim, Okamura Yoshifumi, e outros sete funcionários da representação japonesa. O resgate ocorreu um dia após sua residência em Abidjan, capital do país, ser invadida por homens armados não identificados. Na operação de resgate, soldados franceses utilizaram helicópteros.
Yoshifumi e os funcionários da representação japonesa se refugiaram em um abrigo na residência. Ainda não se sabe se os invasores eram forças leais ao presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, ou ativistas ligados a seu rival Alassane Ouattara – reconhecido pelas Organização das Nações Unidas (ONU) como vencedor do pleito de novembro. Gbagbo se recusa a deixar a Presidência, apesar de ter sido derrotado nas eleições.
O embaixador Yoshifumi disse que sua residência foi ocupada durante cinco horas por um grupo de mercenários. Depois que ele e os demais funcionários da embaixada conseguiram se refugiar em um abrigo, os invasores se entricheiraram no local, de onde lançaram ataques contra forças rivais, com foguetes e metralhadoras.
O representante japonês disse ter visto que funcionários que trabalhavam na residência, como seguranças e jardineiros, haviam ”desaparecido” e que ”havia muito sangue” na casa.
Os resgatados foram levados para um campo militar francês na cidade de Port-Bouet, ao sul de Abidjan. Os franceses disseram que a operação foi realizada a pedido do Japão e da Organização das Nações Unidas.
A França tem cerca de 12 mil cidadãos na nação africana. Desde a eclosão da violenta disputa entre as forças leais a Ouattara e Gbagbo, forças da organização e da França entraram no país a fim de tentar manter a segurança em Abidjan, com base em resolução do Conselho de Segurança da ONU.
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, afirmou que soldados de seu país não participam da ofensiva de forças pró-Ouattara contra tropas leais a Gbagbo. A França é um dos países que presssionam pela saída de Gbagbo. Juppé comentou que a crise no país africano prossegue por conta da “instransigência” do presidente derrotado nas eleições.
*Publicado originalmente no site da Agência Brasil.