Alcançar o equilíbrio de gênero em todos os níveis internos da companhia é uma das ambições globais do Grupo Reckitt — multinacional de bens de consumo de higiene, saúde e nutrição, que possui grandes marcas em seu portfólio, como Veja, Vanish, SBP, Sustagen, Jontex e Luftal. No Brasil, as mulheres já representam 50% da alta liderança da companhia (acima de gerente), sete anos antes da meta global da empresa e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
A representatividade feminina em nível global foi destaque no Our People Report, que substitui o antigo Relatório de Remuneração por Gênero. A pesquisa anual fornece uma análise detalhada das diferenças salariais entre homens e mulheres em 10 países prioritários para a companhia, com o objetivo de eliminar quaisquer discrepâncias em salários para funções equivalentes. A iniciativa é concomitante à proposta da Lei n° 14.611, promulgada em 2023, também chamada de Lei da Igualdade Salarial, que determina que organizações com mais de cem colaboradores devem apresentar relatórios semestrais a fim de garantir a transparência salarial e de critérios de remuneração. No Grupo Reckitt, o Brasil faz parte do levantamento desde 2021, juntamente com países como Reino Unido, China, Índia, México e Estados Unidos.
A partir deste ano, o relatório passou a incluir a média dos pagamentos e bônus em todos os países analisados, fornecendo uma visão mais abrangente das práticas salariais da empresa. Considerando as operações industrial e comercial no País, a mediana salarial das mulheres no Grupo Reckitt agora é favorável em 18%, comparado a 21,1% em 2022. Segundo Flávia Porto, Diretora de RH da Reckitt Comercial, colabora com isso o fato delas ocuparem cargos mais seniores.
Por outro lado, a diferença nos bônus ainda favorece os homens, uma diferença de apenas 3,8%. Sobre essa disparidade, Flávia observa: “Embora todos os colaboradores do mesmo cargo recebam o mesmo valor-base para pagamento de bônus, esse resultado evidencia um desequilíbrio de gênero nos níveis sêniores, além de trazerem em suas bagagens fatores estruturais e emocionais que impactam o planejamento de carreira e, consecutivamente, suas expectativas e conquistas.” Esse é um desafio que o Grupo Reckitt compartilha com empresas e a sociedade civil. De acordo com o censo do IBGE em 2022, as mulheres ganham 77% do salário dos homens, apesar de a população feminina ter um nível educacional mais alto.
Para além da remuneração, este ano o relatório agregou dados e políticas de diversidade & Inclusão – como o programa de orientações sobre menopausa – e práticas de saúde e segurança. Para Flávia, o estudo é um instrumento de transparência global do Grupo Reckitt, visando uma perspectiva mais ampla sobre a cultura de bem-estar interna: “Ao identificar e abordar os diferentes âmbitos que envolvem o dia a dia de um funcionário, estamos buscando uma companhia mais inclusiva e consciente dos desafios da sociedade que impactam nestes dados. Não se trata apenas da remuneração, mas da evolução da nossa cultura e de como cuidamos das nossas pessoas”, finaliza.