Aliança pela mobilidade impulsiona a revolução elétrica no Brasil
A mobilidade sustentável no Brasil acaba de ganhar números e ambições que não podem ser ignorados. Durante o 3º Fórum da Aliança pela Mobilidade Sustentável, realizado em São Paulo na semana passada, ficou evidente que a iniciativa — fundada pela 99 em 2022 — se consolidou como um dos principais motores da eletrificação em território nacional. E não apenas em discurso: os resultados apresentados impressionam até os mais céticos.

Por Reinaldo Canto -
Segundo os dados divulgados no 3º Fórum da Aliança pela Mobilidade Sustentável, o movimento já ajudou a colocar 212 mil veículos eletrificados — entre carros e motos — em circulação no país. Isso equivale a 37% de toda a frota eletrificada nacional, estimada pela ABVE em 566.587 unidades. Ou seja: mais de um em cada três veículos elétricos do Brasil tem alguma conexão direta com o trabalho conjunto da 99 e seus parceiros.
Esse dado, por si só, já evidencia o potencial transformador da coalizão. Mas é apenas parte da história.
Infraestrutura cresce no mesmo ritmo
A expansão da eletromobilidade precisa de recarga — e nisso a Aliança também tem papel central. Dos aproximadamente 16 mil pontos de recarga existentes hoje no país, 5 mil foram viabilizados pelo grupo. Um terço da infraestrutura nacional.
Com mais de R$ 410 milhões investidos desde sua criação, a iniciativa mostra que a construção do futuro elétrico não é apenas promessa, mas estratégia de longo prazo fundamentada em recursos reais.
O papel dos aplicativos: o Brasil encontrou seu “atalho elétrico”
Thiago Hipólito, diretor de Inovação da 99, reforçou no evento aquilo que já se observa nas ruas: os motoristas de aplicativo são protagonistas dessa transição. A quilometragem elevada, o ganho operacional e a previsibilidade dos deslocamentos tornam esse público um catalisador natural da eletrificação.

Esse movimento cria um fenômeno singular no cenário global: nenhum outro país tem a eletromobilidade tão fortemente impulsionada por plataformas de transporte. Uma solução tipicamente brasileira, que transforma desafios em oportunidade.
A 99 já opera 34 mil veículos eletrificados em 173 municípios. Esses modelos somam 267 milhões de quilômetros percorridos e uma redução estimada de 31,2 mil toneladas de CO₂ — o equivalente ao plantio de 245 mil árvores.
Aliança em expansão: uma visão de futuro
O 3º Fórum marcou também a entrada de novos parceiros que reforçam a pluralidade do ecossistema elétrico. Chegam ao grupo:
GAC, Kinto, BR22, Seteloc, Riba Bike, Bebike, Bliv, Serttel e GoMoov,
que se somam às 23 empresas já participantes.
A diversidade é um trunfo importante: montadoras, locadoras, infraestrutura, bancos e iniciativas de crédito de carbono sentam à mesma mesa para pensar soluções sincronizadas — algo raro num setor historicamente fragmentado.
Metas ousadas: 2030 e além
O evento consolidou o direcionamento estratégico para a próxima década. Até 2030, a Aliança projeta:
- 300 mil veículos eletrificados operando na 99,
- 60 mil estações de recarga espalhadas pelo país,
- maior integração entre setor público, privado e sociedade civil.
Para 2030, o horizonte é ainda mais ambicioso: a construção de uma infraestrutura elétrica amplamente distribuída, acessível e com custos menores, garantindo escala e impacto ambiental permanente.
Estamos mudando o perfil da mobilidade urbana

Os desafios que persistem — preço inicial dos veículos, oferta limitada de modelos, necessidade de ampliar a rede de recarga nas periferias e nas rodovias — o 3º Fórum deixou uma mensagem inequívoca: a transição já começou e tem ganhado velocidade.
A combinação entre inovação, articulação empresarial e impacto imediato no cotidiano dos motoristas está modificando, de forma concreta, a paisagem da mobilidade brasileira.
Se São Paulo é conhecida por seus congestionamentos intermináveis, é interessante notar que é justamente aqui que surge uma das coalizões mais rápidas e coordenadas de eletrificação urbana do planeta. Um movimento que transforma a crise climática em oportunidade econômica, social e ambiental.
A Aliança pela Mobilidade Sustentável mostra que, quando os diferentes atores decidem remar na mesma direção, a mudança deixa de ser hipótese e vira realidade. E, ao que tudo indica, estamos apenas no começo dessa virada elétrica.
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