Campanha combate violência à mulher com cenas do cotidiano

por Mônica Martins, diretora da MM Ideias e ativista social –  Soropmist faz campanha digital de conscientização, lança alertas e retrata como a mulher se sente ao se reconhecer como vítima.

Atualizado em 04/12/2020 às 16:12, por Dal Marcondes.

por Mônica Martins, diretora da MM Ideias e ativista social – 

Soropmist faz campanha digital de conscientização, lança alertas e retrata como a mulher se sente ao se reconhecer como vítima.

Pensando no aumento do índice de violência às mulheres e meninas, especialmente durante a pandemia, a organização Soroptimist Internacional, da região Brasil,  lança a campanha institucional digital “ É violência, SIM!”  para alertar  sobre as diversas formas de agressões sofridas pelas mulheres.

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Nesse final de ano,  os 28 clubes Soroptimistas do país, em conjunto com outros grupos da sociedade civil,  promovem fóruns, palestras e lives, com distribuição de cartazes e folders  para convocar a sociedade a refletir melhor sobre a violência sofrida pelas mulheres.

A campanha  “ É violência, SIM!”   visa despertar a consciência das mulheres  para formas sutis de agressão  previstas na Lei Maria da Penha,  por meio de imagens e textos que retratam situações frequentes, que podem ser  consideradas como crime e devem ser denunciadas.

Maria Helena Riquinho dos Santos: Campanha tem pressa em socorrer mulheres em risco.

De acordo com Maria Helena Riquinho dos Santos, governadora da Soroptimist International da Região Brasil, “ a pandemia agravou o estado de violência doméstica no país e as estatísticas assustadoras ficaram ainda mais altas, revelando os parceiros dessas mulheres como seus principais agressores ”.

A entidade viveu um grande desafio neste ano com o isolamento e o contato virtual com a rotina nos lares.  As mulheres desconfiam de que existe algo errado no  relacionamento com seus parceiros,  mas  não fazem ideia de que esse incômodo pode ser um delito e evoluir para um fim trágico.

Desta forma, segundo Maria Helena, as ações de conscientização focaram o curtíssimo prazo, com dados do canal de denúncia, além de ampliar o conhecimento sobre as autoridades competentes para prosseguir com as medidas necessárias.

 O resultado foi além das expectativas: uniu e fortaleceu diversos movimentos de defesa das mulheres com o compromisso de disseminar o conteúdo da campanha,  que procurou ser simplificado e ao mesmo tempo esclarecedor para alcançar mais mulheres.

A iniciativa tem expectativa de fortalecer a representatividade de cada segmento de atuação dentro da rede de proteção social.

“Queremos alertar para a violência, direcionar aos canais de proteção e, principalmente, atuar na nossa missão de garantir a autonomia feminina por meio do acesso à igualdade de oportunidades”.

Justamente por essa razão, os programas da instituição “Viva seu Sonho” e “Sonhe e Realize”  viabilizam o estudo e a empregabilidade de meninas e mulheres em situação vulnerável.

Mais que tudo, pretende dar mais vitalidade para aquela pessoa “ofuscada” pelas sombras da violência. Quando a ficha dessa vítima cai, pode ser o início do fim de um ciclo de sofrimento.

 Enfim, um convite expresso para abrir um novo caminho que leve a mulher a ter mais autoestima, visão e iniciativa para ser feliz novamente.

ALMA ESTILHAÇADA

Criada pela agência Infinity, de São Paulo,  a campanha usa imagens opacas e estilhaçadas como vidro para representar como as mulheres se sentem por dentro ao serem vítimas de pressão, abusos e agressão.

Os textos foram criados pelas mãos de especialistas em direito, comunicação e educação de sete cidades diferentes, tudo em ambiente digital, para alertar e conscientizar as mulheres de que a agressão não acontece somente de forma física.

Existem diferentes maneiras de violar os direitos humanos da mulher que envolve a sua integridade física, psicológica e moral.

Para ajudar a identificar esses momentos,  10 imagens em template retratam o cotidiano da violência contra a mulher.  Nas primeiras artes, vários tipos de abusos são relacionados e trazem questionamentos como :  Alguém atirou objetos, te sacudiu e apertou Seguem sempre a frase  “É violência, Sim!”

Na segunda parte da campanha, imagens dão nomes aos diferentes tipos de abusos como é o caso do pouco conhecido “ Gaslighting ”, que explica o ato de fazer a mulher achar que está ficando louca.

Também traz temas mais recorrentes como “ Controlar e oprimir a mulher ”, ou seja, não deixar sair, isolar dos amigos e família ou investigar o celular. Ainda fala da “ Liberdade de crença”,  quando o homem não permite que a mulher exerça a sua fé.

Sabemos da responsabilidade que temos em fazer um mundo diferente, e de trabalhar no combate à violência feminina, que nos traz a chance de engajar pessoas para conquistarmos um mundo melhor ”, enfatiza Daniela Sinhorini de Moura, advogada e Coordenadora dos Programas de Combate à violência e de tráfico de Mulheres, do Clube Soroptimista de São Paulo, o mais antigo da rede no Brasil.

Para Sônia Maria de Barros Alberto, coordenadora regional do Programa de Combate à violência às Mulheres e Meninas,“ o projeto também é uma forma de apoiar campanhas em defesa aos direitos das mulheres”.   Por exemplo, a campanha da ONU, o dia Laranja, “ORANGE DAY”, trabalha para eliminar a violência às mulheres e meninas no mundo todo.

INSTITUIÇÃO TEM HISTÓRICO DE DEFESA

A Soroptimist é uma organização mundial de voluntárias que oferece às mulheres e meninas, acesso à educação e ao treinamento necessário para que elas alcancem a autonomia econômica.  Foi fundada em outubro de 1921, em  Oakland, na Califórnia.

Em 1946, na celebração do “Jubileu de Prata”da Soroptimist Internacional, Bertha Lutz agraciada com o prêmio “ Helena Gamble” pelos relevantes trabalhos em defesa dos direitos da mulher, trouxe a organização Soroptimist para o Brasil, no Rio de Janeiro.

A partir de então, novos clubes surgiram no Brasil e em países latino americanos.

Atualmente, a Soroptimist International atua em 121 países com cerca de 3 mil clubes e reúne mais de 72 mil mulheres voluntárias.

A Federação a qual o Brasil pertence, Soroptimist International of the Americas (SIA),  composta por 28 regiões,  é dirigida por um Conselho de Administração formado por diretoras eleitas.

 (#Envolverde)


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