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Inscrições abertas para a Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia

As inscrições já estão abertas e vão até 7 de maio. Serão duas bolsas, no valor de R$ 30 mil, destinadas exclusivamente a pessoas nascidas, residentes ou que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões de Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará e sul do Amazonas.

Atualizado em 13/03/2023 às 09:03, por Redação Envolverde.

As inscrições já estão abertas e vão até 7 de maio. Serão duas bolsas, no valor de R$ 30 m , destinadas exclusivamente a pessoas nascidas, residentes ou que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões de Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará e sul do Amazonas.  

Já estão  abertas as inscrições  para a  5ª Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia . A iniciativa busca contemplar uma maior representatividade de vozes e de identidades. Nesta edição, as duas bolsas serão destinadas a pessoas pesquisadoras nascidas ou residentes, que desenvolvam pesquisas sobre e/ou que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões afetadas pela ação da Fundação Bras Central: Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará, sul do Amazonas e Distrito Federal. Uma das bolsas será destinada a uma pessoa pesquisadora negra ou indígena.

O valor é de  R$ 30 m   para cada projeto, pago em 12 parcelas mensais de R$ 2.500,00. As inscrições ficam abertas até  7 de maio , e o resultado será divulgado em junho, no  site  do IMS .

Os projetos inscritos devem propor análises críticas a respeito de um conjunto de imagens do acervo do IMS, de autoria da fotógrafa  Alice  Br l  e dos fotógrafos  José Medeiros Henri Ballot  e  Marcel Gautherot , realizadas no âmbito do processo de colonização da região central bras eira, lançado pelo presidente Getúlio Vargas em 1938, conhecido popularmente como a Marcha para o Oeste, que teve como órgão executor a Fundação Bras Central (FBC).
Serão bem-vindos projetos que tenham como propósito resgatar e valorizar pontos de vista e narrativas das e sobre as pessoas fotografadas, sejam elas pertencentes aos povos indígenas invadidos ou a outras populações que lá habitavam, ou que lá chegaram com a promessa de uma vida melhor, e que também sofreram as consequências do processo de ocupação pela FBC, como as pertencentes a comunidades qu ombolas, seringueiras, castanheiras e de trabalhadores arregimentados em diversos lugares do Bras para participar dessa empreitada.

Para concorrer, é recomendável ter concluído o mestrado ou, em sua falta, ter graduação completa em qualquer área e comprovar pelo menos três anos de experiência na realização de projetos de pesquisa em ciências humanas ou sociais. A pessoa concorrente deve ser nascida, residente ou ter como local de trabalho e pesquisa as regiões de Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará e sul do Amazonas. Em caso de pessoas estrangeiras, é necessário residir no Bras há, no mínimo, um ano.

Ao término do projeto, cuja duração máxima é de um ano, deverá ser apresentado um relatório final, um artigo de conclusão do trabalho e uma palestra aberta ao público. Os acervos do IMS que serão consultados durante a pesquisa se encontram disponíveis digitalmente, garantindo assim a realização dos trabalhos de forma remota.

Apresentação do tema e do eixo temático:

Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste .

O IMS possui em seu acervo mais de 1.500 imagens vinculadas, direta ou indiretamente, ao universo de ações da Fundação Bras Central (FBC), nas décadas de 1940 e 1950.

O conjunto fotográfico é bastante heterogêneo tanto nos aspectos estéticos como nos motivos geradores das imagens e na trajetória que elas construíram ao longo do tempo. Nele existem fotografias totalmente inéditas, assim como outras amplamente conhecidas, que tiveram múltiplas publicações desde sua primeira veiculação em revistas e jornais.

Algumas das fotografias desse conjunto, aquelas diretamente ligadas aos povos que hoje integram o Parque Nacional do Xingu, participam atualmente da exposição  Xingu: contatos , no IMS Paulista (até 9/4/23), iniciativa que iniciou a revisão da história dessas imagens e contou com a colaboração de pesquisadores e lideranças indígenas, por meio da identificação de pessoas, locais e situações retratadas. É a primeira vez, contudo, que o conjunto mais amplo, em termos geográfico e temático, é reunido pelo IMS a partir do mesmo contexto gerador, que foi a atuação colonizadora da FBC, com o apoio de outras entidades governamentais, no âmbito da Marcha para o Oeste.

As imagens mais antigas, datadas de 1948, são de autoria de  Alice  Br l, então uma jovem fotógrafa em sua primeira viagem de trabalho, e uma das poucas mulheres a produzir material imagético da região naquele momento.  Alice  registrou a expedição de uma comissão parlamentar liderada pelo então deputado federal Café F ho, que visitou Uberlândia, Goiânia, Aragarças, Xavantina, ha do Bananal, São Domingos e os postos indígenas da FBC Xingu e Kuluene, com o objetivo de avaliar o trabalho desenvolvido pela Fundação Bras Central (FBC).

Também em 1948, Marcel Gautherot realizou ampla documentação do povo Karajá e das paisagens da ha do Bananal, às margens do rio Araguaia. Registrou, no ano seguinte, trechos da Estrada de Ferro Tocantins (EFT), administrada pela Fundação Bras Central. Os violentos conflitos gerados pela ferrovia, sobretudo depois da sua incorporação pela FBC, com os povos que habitavam a região, e especificamente com o povo Asuriní do Tocantins, foram noticiados em grande escala pela imprensa. As fotografias que Gautherot realizou desse povo, em 1953, registraram o primeiro contato oficial com o SPI, em busca de uma relação mais pacífica. Nessa mesma região, às margens do rio Tocantins, o francês fotografou o garimpo de diamantes na comunidade da V a de Tauiry, outra atividade fortemente ligada aos conflitos na região.

Entre os arquivos dos fotojornalistas da revista  O Cruzeiro , José Medeiros e Henri Ballot, encontramos registros de diversas expedições ao Bras Central, lideradas pela FBC, pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e pela Aeronáutica. Medeiros criou um forte vínculo com as populações indígenas do Xingu a partir de 1949, quando realizou a primeira das várias viagens que faria à região, acompanhando as expedições da Aeronáutica para mapeamento de rotas aéreas e construção de campos de pouso.

Edições anteriores

A Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia tem como objetivo estimular o estudo da história da fotografia bras eira e das obras de seu acervo. Criada em 2018, já contemplou cinco projetos inéditos desenvolvidos em eixos temáticos a partir de imagens dos fotógrafos Marc Ferrez (2018), Stefania Br (2019), Maureen Bis liat (2020), Marcel Gautherot (2020) e Albert Frisch (2021). Os projetos selecionados estão no site do IMS,  neste link

Para se inscrever:

As inscrições estarão abertas no período de 7 de março a 7 de maio de 2023.

A candidatura é feita em duas etapas:

– Preenchimento do formulário de inscrição  online neste endereço

– Envio do material de inscrição, descrito no edital, exclusivamente por e-ma , até 23h59 do dia 7 de maio, para o endereço  bolsadepesquisa@ims.com.br .

O edital da bolsa está disponível  neste link

*Créditos da imagem destacada: Getúlio Vargas coloca cocar invertido em homem altoxinguano, durante a inauguração da Base aérea do Cachimbo; à direita, Tapiyry Kamaiurá, Serra do Cachimbo, 1954.
Crédito: Acervo Instituto Moreira Salles/Coleção Henri Ballot

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