/apidata/imgcache/8a6395b1b999c7cd84ec0fd1daa0f080.jpeg?banner=top&when=1764908845&who=161

Mulheres 50+ redesenham o mercado de trabalho com alta nas taxas de emprego

Relatório marca avanço superior a 18% na empregabilidade de mulheres até 59 anos, com destaque para escolaridade, bagagem profissional e versatilidade. .

Atualizado em 25/07/2025 às 19:07, por Redação Envolverde.

Enquanto líderes globais focam nos impactos do envelhecimento no mercado de trabalho,  um movimento ‘otimista’ e silencioso vem sendo liderado por mulheres com mais de 50 anos . É o que mostra o relatório “ OECD Employment Outlook 2025 ”. Divulgado no início de julho, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a amostragem aponta para um  crescimento histórico na empregabilidade de mulheres entre 50 a 54 anos (+10,4%) e 55 a 59 anos (+18,5%) , sustentadas pela constante qualificação, adaptabilidade e visão estratégica; características cada vez mais requisitadas pelas organizações.

Os  insights  são da terceira seção do relatório OCDE  “Navigating the golden years: Making the labour market work for older workers”,  em que a virada de chave é reflexo das mudanças demográficas, escolhas sociais e reformas políticas. O que antes era interpretado pelo mercado de trabalho como uma “faixa de transição” para a aposentadoria, recebe uma nova roupagem assinada pelas mulheres – mais maduras e mais experientes. A OCDE informa que o  contraste entre homens e mulheres empregados, na idade de 55 e 59 anos, já difere em 9% com vantagem para elas . A constante escolarização e a atualização técnica têm sido um importante aliado feminino desse fenômeno mercadológico.

Fato é que a “ escolarização ” se tornou um ponto de partida entre os anos 2000 e 2023, já que a  parcela de mulheres  (entre 55 a 64 anos)  com ensino médio superior ou pós-secundário não superior saltou de 32% para 43% . Acrescidas de habilidades interpessoais, capacidade de síntese, inteligência emocional e senso analítico, características exploradas pelos nascidos na  Geração X , estas se tornaram alvos valiosos para empresas que buscam solidez e consistência, em meio a cenários políticos de incerteza.

A nova presença feminina não é apenas quantitativa, mas impacta diretamente a cultura organizacional das empresas. É o que defende a  Diretora de Publicidade na Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), Lília Lopes, 51 . A especialista explica que o amadurecimento profissional nas mulheres atravessa diretamente à GenX e uma parte dos  millennials , trazendo um repertório raro de  metodologia, background, adaptabilidade, profissionalização e escuta qualificada .

“Eu tenho observado que as mulheres mais experientes se tornaram profissionais essenciais para suas empresas, justamente por combinarem conhecimento técnico junto à maturidade emocional. Diante desse momento de incertezas que vive o mercado internacional, além das mudanças inevitáveis no quadro tecnológico, essas profissionais conseguem manter o foco e a estabilidade, gerenciando pressões sem perder a qualidade do trabalho. Esse olhar estratégico e diferencial é o que antecipa riscos e busca por soluções criativas, gerando resiliência e resultados consistentes para as empresas, que precisam mais do que nunca de lideranças capazes de navegar com segurança em cenários voláteis. Investir nesse perfil é apostar em profissionais que entregam competência técnica, inteligência emocional, capacidade de adaptação e visão ampla do negócio, consideradas ‘vantagens decisivas’ para as organizações saírem à frente da concorrência” , comenta Lila Lopes.  

Somando quase  3 décadas de experiência  no mercado de  Comunicação Digital, Marketing, Publicidade  e  Política Lília  destaca que o diferencial competitivo em colaboradores maduros não está atrelado necessariamente ao tempo de carreira, mas no modo como aplicam essa bagagem profissional. Para a publicitária, a experiência deve vir acompanhada de curiosidade, atualização tecnológica e consciência social, gerando um ativo valioso para as empresas.  Lilia  ainda observa que  a faixa etária acima dos 50 anos tem promovido ambientes mais éticos, empáticos e eficientes , visto que o olhar maduro combina  criatividade com responsabilidade  no mercado de trabalho contemporâneo. 

Apesar das recentes conquistas, o relatório da OCDE aponta desafios estruturais já enraizados, como  disparidade salarial e o menor acesso à cargos de liderança . “ No relatório, o acesso à cargos sênior e salários maiores para mulheres seguem invisibilizado s por causa da jornada de meio-período; mas temos conhecimento de que a extensão dessa problemática não se resume à isso.  As estruturas ainda operam sob lógicas masculinizadas. Mesmo quando entregamos mais, os degraus do topo continuam estreitos, mas estamos destacando nossa assinatura com competência e presença ”, elucida. 

Atenta ao cenário, a profissional reforça que  o protagonismo das mulheres acima dos 50 no mercado de trabalho já é uma tendência . À fim de acompanharem esse movimento,  Lília explica que as organizações precisam rever políticas de contratação e modelos de gestão aplicados , com foco em liderança colaborativa, pensamento estratégico aliado à experiência prática, habilidades avançadas de comunicação interpessoal e a adaptabilidade frente às mudanças tecnológicas e de mercado. Essas qualidades, respaldadas por pesquisas recentes, recaem constantemente sobre o público feminino, contribuindo para ambientes de trabalho produtivos, inovadores e resilientes.

Na avaliação de  Lília , a força de trabalho mais experiente será cada vez mais valorizada até mesmo para a sustentabilidade econômica global.  “A população está envelhecendo, mas isso não significa queda de potência. O que está em jogo agora é como aproveitamos desse novo fenômeno para construir empresas mais humanas, diversas e inovadoras. O consumidor final, de diversos mercados, já pede por esse olhar personalizado, amplo e diversificado. Basta agora às empresas atenderem essas necessidades” , conclui. 

Envolverde