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Na COP30, C&A defende que o futuro da moda nasce no campo

No terceiro dia de COP30, o CEO da C&A participou de painel sobre bioeconomia

Atualizado em 26/11/2025 às 07:11, por Reinaldo Canto.

Imagens de roupas feitas com tecidos reciclados

por Reinaldo Canto - 

A indústria da moda, com sua visibilidade e o poder de impactar a autoestima e trazer emoção ao dia a dia das pessoas, começa a se consolidar como um agente essencial na construção de uma economia mais sustentável e regenerativa. Esse foi o tom do debate realizado durante a COP30, em Belém, onde a C&A Brasil apresentou seus avanços no uso de matérias-primas responsáveis e defendeu o protagonismo do setor na agenda climática.

Durante o evento Cas’Amazônia – Bioeconomy Day, no painel Strengthening Bioeconomy Market and Value Chains, o CEO da C&A Brasil, Paulo Correa, destacou que a transformação da moda depende de equilibrar emoção e sustentabilidade. “A origem das matérias-primas precisa ser cada vez mais sustentável. A moda vem da terra, do algodão”, afirmou. O painel, mediado por Priscilla Santos, co-fundadora do Sociobio Hub, reuniu ainda Ângela Pinhati, Chief Sustainability Officer da Natura, Cintia Kita, Gerente de Sustentabilidade do Carrefour, e Fernanda Stefani, CEO da 100% Amazônia, reforçando o papel da colaboração entre empresas de diferentes setores para consolidar a bioeconomia no país.
 

Paulo Correa, CEO da C&A, em painel sobre bioeconomia na COP30. Foto: Viviane Noda

Essa visão está no centro da estratégia da C&A. A companhia estabeleceu a meta de ter 80% de suas principais matérias-primas classificadas como mais sustentáveis até 2030 e já superou 70% desse objetivo. O algodão, responsável por cerca de dois terços das fibras utilizadas pela varejista, é o principal foco dessa transição. Hoje, mais de 95% do algodão comprado pela empresa vem de fontes mais sustentáveis, por meio da iniciativa Better Cotton. No segmento de jeans, o índice já é de 100%. A viscose de origem rastreável, por sua vez, representa 41% do total utilizado.

Mas não basta produzir com menor impacto é preciso garantir transparência. Por isso, a rastreabilidade tem ganhado cada vez mais espaço na operação da C&A. Atualmente, 14,5 mil peças da marca contam com rastreabilidade e as peças dispõem de QR Code, permitindo que o consumidor conheça a origem e o impacto de cada produto. Nas lojas neste ano, ocorreu o lançamento de mesa permanente com produtos rastreáveis. “Outra inovação importante é a rastreabilidade. É com ela que a nossa cliente consegue saber onde foi feito, o impacto que causa. Isso é valorizado pelo consumidor”, disse Correa.

A tecnologia, no entanto, é apenas parte da equação. O avanço da sustentabilidade na moda depende de uma rede colaborativa que una todos os elos da cadeia produtiva, de fiações e tinturarias a fornecedores e produtores rurais. “É preciso botar todo mundo para colaborar. Construir esse diálogo é o caminho”, afirmou o executivo.
 

Foto C&A

Com essa visão sistêmica, a C&A vem ampliando iniciativas que conectam campo, indústria e consumidor. Entre elas estão a expansão do uso de algodão regenerativo e o fortalecimento do programa ReCiclo, que incentiva o descarte consciente e a circularidade das peças. O Instituto C&A também direciona investimentos para projetos que estimulam a bioeconomia, como o cultivo de algodão agroecológico, o apoio à agricultura familiar regenerativa e o desenvolvimento de cadeias produtivas locais.

Para o CEO, o ritmo da mudança é determinado pelo comportamento do público. “Quem faz a roda girar mais rápido é quem está na ponta. É um jogo coletivo em que todos atuam juntos.”

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