Por Leno F. Silva –
O Brasil enfrenta muitas dificuldades: alta do desemprego e do dólar, expectativa de crescimento pífio, risco de ter sua nota de confiança rebaixada pelas agências internacionais, dentre outras de conhecimento público.
No campo econômico os problemas são globais e afetam de diferentes maneiras cada país. Até agora as medidas tomadas pela presidenta e sua equipe pouco resultaram em soluções, principalmente para a classe trabalhadora e para os menos favorecidos, os quais dependem muito das ações do poder público.
Nesse contexto azedo destacam-se os lucros bilionários dos bancos, que fecharam o balanço do primeiro semestre com resultados para lá de azuis e sem previsões de mudanças nessa tendência até o final do ano.
Mas é na esfera política que a Nação sofre e patina, em consequência dos fisiologismos dos partidos, de um congresso retrógrado, e dos esquemas de corrupção que sempre desviaram recursos com a conivência de políticos, servidores públicos e empresários.
Desmascarados pelas dezenas de investigações da Polícia Federal que vêm ocorrendo nos últimos anos, o que se viu até agora foi a punição, a condenação e a prisão de uma parcela “escolhida” dos envolvidos, enquanto os demais são protegidos pela justiça, pela mídia e, de certa forma, pela população.
Enquanto a opção for identificar e punir apenas uns poucos selecionados, perderemos a chance de aprofundar quais são os mecanismos que sustentam os esquemas institucionalizados de desvios de dinheiro público e, principalmente, de fazer uma reflexão mais ampla a respeito de qual o Brasil que queremos, considerando não apenas os nossos problemas, mas também o que podemos alavancar de oportunidades por meio da valorização das nossas riquezas culturais e naturais, cuja mais importante é a nossa gente.
Por isso, o que sempre defendi é a reinvenção do Brasil num processo democrático, por meio de diálogos maiúsculos entre todos os que vivem nesta Nação. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.