Por Leno F. Silva*
Fazia tempo que eu não percorria a feirinha dominical do Bixiga, na Praça Dom Orione.
O mercado de antiguidades a céu aberto cresceu, avançou pelas calçadas dos arredores e se transformou num verdadeiro tem de tudo um pouco.
Alguns comerciantes tradicionais, os quais também marcam presença, aos sábados, na Praça Benedito Calixto, continuam com as suas barracas e os “valiosos” achados à disposição dos clientes exatos que pagarão pelos preços das “raridades”.
Uma visita atenta permite encontrar algum produto de valor guardado na memória, mesmo que a sua autenticidade não seja tão fiel. Na década de 1980 adquiri lá uma cômoda preservada até hoje.
Para além das centenas de quinquilharias disponíveis para os diversos perfis de consumidores e de poder aquisitivo, o bacana é comer “umas porpeta” no Bar Adoniran, que funciona só no domingão.
Trata-se de um prêmio de consolação para o caso de você não encontrar nada de atraente para comprar, e sentir-se “obrigado” a tomar “umas geladas”, com lágrimas de frustração, enquanto “iscuita” os sambas inesquecíveis do nosso querido autor e intérprete do antológico “Trem das onze”, e de tantos outros sucessos imortais, os quais vivem com doçura em nossos corações. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.