Por Leno F. Silva*
Você sabia que o astronauta John Glenn, o norte-americano conhecido por entrar em órbita da Terra em 20 de fevereiro de 1962 a bordo da cápsula espacial Friendship 7, só aceitou o desafio depois que a cientista Katherine Johnson (Taraji P. Henson), confirmou os cálculos matemáticos feitos pelo computador IBM?
Além dessa revelação, o filme “Estrelas além do tempo”, mostra que duas outras cientistas: Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) foram fundamentais para que o programa espacial da The National Aeronautics and Space Administration (NASA) fosse bem-sucedido no período em que Estados Unidos e União Soviética travavam uma verdadeira batalha pela supremacia espacial, e a sociedade norte-americana convivia com sérios conflitos raciais entre brancos e negros.
É nessa atmosfera no auge da Guerra Fria, que as três cientistas negras desafiam a estrutura racista da NASA, liderada majoritariamente por homens brancos, em um período em que dentro e fora daquele centro de excelência aeroespacial as políticas segregacionistas imperavam nos EUA.
Amigas talentosas, conscientes do lugar em que estavam e dos espaços que queriam conquistar, o trio soube se impor num território adverso, e que nos momentos cruciais, agiu com precisão para ocupar lugares decisivos, até então não reservados para elas.
A fita é uma homenagem ao brilhante trabalho das mulheres afro-norteamericanas cientistas. O tempo todo elas sabiam onde queriam chegar, sem perder a garra, o equilíbrio, a determinação, os seus princípios e o senso de oportunidade. È provável que depois das três estrelas negras, a NASA nunca mais foi a mesma. Por aqui, fico. Até a próxima.
Serviço:
Título: Estrelas além do tempo
País: Estados Unidos
Direção: Theodore Melfi
Roteiro: Allison Schroeder, Margot Lee Shetterly, Theodore Melfi
Elenco: Taraji P. Henson, Octavia Spencer, Janelle Monáe, Kirsten Dunst, Kevin Costner, Mahershala Ali
Gênero: Drama
Duração: 127 minutos
Classificação: Livre
(#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.