Ambiente

Animais são monitorados do espaço em qualquer ponto da Terra

Desde o último dia 13 de Fevereiro, um foguete russo levou para a Estação Espacial Internacional as antenas que faltavam para completar a missão Icarus, desenvolvida por uma equipe do Instituto Max Planck (Alemanha) e da Agência Espacial Russa (Roscosmos).

O objetivo do sistema é monitorar a vida animal a partir do espaço, fornecendo informações inéditas sobre como as populações desses animais vivem e se movimentam.

O conjunto receptor poderá captar dados de pelo menos 15 milhões de transmissores fixados nos animais vivendo em qualquer ponto da Terra.

Os transmissores são ultraminiaturizados em relação às etiquetas que são fixadas nos animais hoje, pesando apenas cinco gramas cada uma. Com isto, mesmo pequenos pássaros migratórios poderão ser rastreados – os primeiros animais a serem equipados com as novas etiquetas Icarus serão melros.

“A partir de junho, iremos marcar cerca de 300 melros com nossos minitransmissores em 35 locais na Alemanha. Eles nos ajudarão a aprender onde as aves vivem, por onde voam e onde morrem,” disse o professor Martin Wikelski, diretor da missão Icarus, que chama o projeto de uma “internet dos animais”, em uma referência à internet das coisas.

Cerca de 150 pesquisadores ao redor do mundo já se inscreveram para rastrear a migração de animais, incluindo tartarugas marinhas, jaguares, morcegos e aves migratórias.

O sistema Icarus inclui três antenas de recepção, medindo entre um e dois metros de comprimento, e uma antena de transmissão – cada uma delas pesa cerca de 200 quilogramas.

As antenas receptoras, que possuem receptores montados em duas palhetas inclinadas, receberão sinais de uma área de 30 por 800 quilômetros. Como a trajetória da Estação Espacial move-se 2.500 quilômetros para o oeste cada vez que circunda o globo, as antenas de recepção podem cobrir até 80% da superfície da Terra em um dia.

A antena transmissora, por sua vez, permitirá enviar comandos de configuração para as etiquetas, bem como dados orbitais precisos de volta para a estação receptora.

Agora é só esperar que os astronautas programem a caminhada espacial para montar as antenas no lado de fora da Estação. Fontes: Inovação Tecnológica (#Envolverde)