Já está circulando a edição comemorativa ao “Dia Mundial do Meio Ambiente”, da Revista Ecológico. Uma das principais publicações sobre temais socioambientais e a sustentabilidade do planeta, a Ecológico deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo o editorial.
Por Hiram Firmino –
Quase a unanimidade dos nossos políticos, dos vereadores à presidenta da República, passando pelos prefeitos e governadores, ainda parece surda aos recados cada vez mais explícitos da natureza. E o último agora não deixa dúvida nem é partidário. Foi atestado cientificamente pela revista Nature Climate Change.
Se a humanidade (leia-se os políticos que nos governam e ainda acreditam poder controlar o planeta) não fizer nada para impedir a escalada do aquecimento global, as consequências das mudanças climáticas aumentarão 60 vezes. Ou seja: 60 vezes mais enchentes, secas, furacões e… refugiados ambientais – que, um dia, poderemos ser todos nós-, vide a migração faminta e mortal na África e no sul da Europa. O estudo ainda informou: se a humanidade resolvesse fazer alguma coisa contra o aquecimento do planeta, sabe em quanto a intensidade dessas desgraças aumentaria? 14 vezes!
É assim, nesse quadro real e assustador, que assistimos a outra pesquisa desalentadora, revelada pelo Instituto Datafolha: 95% dos brasileiros acreditam que as mudanças climáticas também já estão afetando a nossa terra brasilis, onde se plantando tudo dá ou desmatando tudo acaba, vide a crise hídrica. Já 91% concordam que o inferno climático é “muito preocupante para o futuro do planeta”. E confirmando esse desalento da política tradicional, 84% dos mesmos brasileiros ouvidos responderam, uníssonos, que “o governo não faz nada. Ou faz muito pouco para enfrentar o problema”.
Quando antes do fim democrático previsto para todos nós, políticos, eleitores e a humanidade em geral, elegeremos todos os dias como “Dias Mundiais do Meio Ambiente”?
Quando veremos os políticos como estadistas? Estadistas hídricos, como tem tudo para acontecer e dar certo na “Caixa d’Água do Brasil”, que são as montanhas, os vales e as nascentes de Minas? Estadistas florestais, como deveriam ser amazônicos os governadores na bacia hidrográfica da maior floresta do planeta?
Quando, enfim, o meio ambiente entrará pela porta da frente da Câmara, do Senado e da Presidência da República? Os ambientalistas serão ouvidos e não, ignorantemente, ainda tachados de “serem contra o desenvolvimento”?
Quando, o Ministério do Meio Ambiente terá verba para, ao menos, fazer uma campanha nacional educativa para não desmatarmos mais o país, nem colocar fogo no mato e secar até a última nascente?
Quando, Mãe Natureza querida, teremos o primeiro político estadista em sua defesa e com os votos não somente distritais, mas globais e garantidos de toda a humanidade? Quando teremos o amor, a sabedoria e a inteligência humanas verdadeiramente em prática para nos salvar da ignorância?
É o que sonhamos e discutimos aqui, caros leitores e anunciantes parceiros. É o que ainda acreditamos ser possível mudar, em mais uma edição especial da sua Ecológico, comemorativa ao “Dia Mundial do Meio Ambiente”. Ou da esperança, ainda que tardia?
Boa leitura e boa reflexão!
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* Hiram Firmino é diretor-geral e editor da Revista Ecológico.