O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, onde abriga centenas de espécies de animais e plantas que só existem lá. Mas, de acordo informações do Ministério do Meio Ambiente, aproximadamente 20% da flora exclusiva já desapareceram, e cerca de 130 espécies de animais da região também correm o risco de sumir de vez. “Mais do que a Amazônia ou a Mata Atlântica, o Cerrado sofre perdas significativas de biodiversidade devido, principalmente, ao avanço da agropecuária”, diz o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Dados de 2012 registram que foram derrubados 6,4 mil quilômetros quadrados de mata na Amazônia, contra 7,4 mil quilômetros quadrados de mata no Cerrado. E estima-se que as lavouras e as pastagens já tomaram aproximadamente 45% da área de domínio do Cerrado (que se estende do Mato Grosso do Sul a Rondônia e Tocantins, além de Goiás a Minas Gerais e parte da Bahia). “O Cerrado já ocupou 25% do território nacional, mas este número já caiu para 22%. E se nada for feito para frear essa destruição, muito do espaço e consequentemente da riqueza natural vão se perder também”, alerta o Biólogo.
No ano passado, na data em que se comemora o Dia do Cerrado (11 de setembro, um manifesto assinado por 40 organizações ambientalistas do mundo todo, intitulado “Nas mãos do mercado, o futuro do Cerrado: é preciso interromper o desmatamento”, alertava para a necessidade da atividade agropecuária ser realizada de forma responsável e sustentável, como expandir a produção apenas em terras já desmatadas. Além de cobrar também o governo brasileiro a garantia de que a lei de preservação ambiental e compromissos internacionais assumidos sejam cumpridos, por meio de instrumentos e políticas públicas eficazes. (#Envolverde)