A China – que, junto com a Tailândia é um o maior mercado de marfim na Ásia – anunciou recentemente que poderia fechar seu mercado doméstico do produto, como forma de desestimular seu comércio.
Durante a destruição pública de 662 kg de marfim ilegal confiscado, o responsável pela Administração Florestal da China reforçou que as autoridades chinesas “vão controlar rigorosamente o processamento e o comércio de marfim até que o comércio e a venda do material e seus produtos sejam eventualmente interrompidos.”
“Este é um sinal muito positivo e o WWF aplaude a determinação do governo chinês para a conservação da vida selvagem e o combate ao comércio ilegal de fauna e de seus produtos”, disse Lo Sze Ping, diretor executivo da WWF-China. “Esta decisão terá um impacto profundo sobre a conservação dos elefantes selvagens e do tráfico de marfim.”
A destruição dessa última semana de presas e esculturas em marfim dá sequência a um outro evento, realizado em Guangdong, na China, em janeiro do ano passado, quando 6,15 toneladas de marfim confiscadas foram destruídas. Bélgica, República do Congo, França, Gabão, Hong Kong, Quênia, Emirados Árabes Unidos e os EUA também destruíram peças de marfim recentemente.
“A decisão de eliminação progressiva do mercado de marfim da China, bem como a destruição do material confiscado são indícios poderosos do compromisso do governo de apoiar a ação internacional contra a caça ilegal de elefantes e do comércio ilegal de marfim”, disse Zhou Fei, chefe do gabinete chinês contra o tráfico.
“No entanto, as destruições dos produtos devem ser seguidas por ações que assegurem que os países continuem a cumprir com os seus compromissos internacionais relacionados à Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) para acabar com o comércio ilegal de marfim “, disse Fei.
A intensificação dos esforços por agências chinesas e de outros países serão importantes também para coibir crimes contra a natureza e mudar o comportamento do consumidor, reduzindo a demanda por produtos de marfim ilegais, que, em última análise, incentiva a caça ilegal de elefantes. Essas ações devem acontecer junto a esforços rigorosos para deter o fornecimento ilegal no mercado.
O engajamento com empresas também é fundamental. Em março, representantes de 17 empresas líderes na área de transportes que operam na China fizeram uma declaração pública anunciando tolerância zero em relação ao tráfico ilegal de vida selvagem. (WWF Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.