Raphael Pintão, sócio fundador da NeoSolar, detalha fatores que justificam otimismo com o setor de energia solar fotovoltaica no Brasil nos próximos anos.
A energia solar é uma das grandes promessas globais para o século 21 e no Brasil ela tem um potencial ainda maior. Em 2022, o engajamento em torno da questão climática será uma realidade mundial, aumentando a consciência sobre a necessidade de cada cidadão reduzir suas emissões. O alto preço da energia elétrica, a nova regulação do setor e a situação climática que o mundo vive geram uma alta perspectiva de crescimento do mercado de energia solar no próximo ano, afirma Raphael Pintão, sócio fundador da NeoSolar, distribuidora de energia solar Off Grid com onze anos de atuação.
Legislação e questão ambiental
O marco legal dos micro e mini geradores de energia (PL 5829/19), em processo de aprovação no Congresso Nacional, deve ser um dos fatores que impactarão o mercado. Por conta do receio da taxação do setor, a nova legislação deverá acelerar a adoção da energia solar a curto prazo, e a médio/longo prazo deverá haver uma redução significativa nos riscos jurídicos e incertezas, atraindo mais investimentos, acredita Pintão.
A crise hídrica no Brasil, um tema que deve estar ainda mais presente no noticiário em 2022, também afetará positivamente o setor. O aumento das tarifas deve atrair novos consumidores de energia solar, enquanto o poder público é alertado da necessidade de diversificar a matriz energética nos próximos anos. “A energia solar tem potencial imenso pelas condições climáticas do Brasil e tem instalação mais barata que outras fontes de energia”.
Não apenas no próximo ano, mas certamente nas próximas décadas, o Brasil também caminha para cada vez mais valorizar a produção de energia limpa – uma tendência que se fortalece com uma série de compromissos climáticos assumidos pelo país em eventos como a COP-26 (a Cúpula do Clima da ONU, realizada em novembro). “O investimento em energia limpa é um caminho necessário para a redução de gases poluentes na atmosfera e o Brasil já tem um mercado maduro”, acrescenta Raphael Pintão.
Programas do governo e novas tecnologias
O crescimento do setor também se sustenta nos programas governamentais voltados a levar energia a áreas remotas do país, onde é mais econômico e sustentável instalar sistemas de energia solar do que investir em outras fontes energéticas. Podem ser citados como exemplos programas como o Mais Luz para Amazônia e Luz Para Todos, com grande participação do setor solar fotovoltaico. “Esse investimento se justifica já que o Brasil tem uma das maiores irradiações solares do mundo, com uma incidência média de 4.500 a 6.300 Wh/m² por dia. Um grande diferencial para o crescimento nos próximos anos e décadas”, explica Raphael Pintão.
O mercado fotovoltaico em 2021 impulsionou as discussões regulatórias sobre geração distribuída e normas para certificação de produtos. Também houve crescimento de fusões, aquisições e transações no setor, além dos leilões que têm grande poder para melhorar o ambiente de geração de energia solar em 2022. Em 2021 eles atraíram bilhões de investimento, e o mercado também espera crescer em frentes como o desenvolvimento do Off Grid e da Microgeração Distribuída.
Por fim, também é esperado que a novas tecnologias alavanquem o crescimento do setor de energia solar no Brasil em 2022, com destaque para o Off Grid (sistemas isolados da rede elétrica) e sistemas híbridos (On + Off Grid, que possuem acesso à rede elétrica, mas também possuem capacidade de armazenar energia em baterias). Entre esses produtos que começam a se popularizar no mercado nacional está a bateria de lítio, uma solução capaz de armazenar energia de forma muito mais eficiente e com vida útil até três vezes maior que as baterias estacionárias de chumbo-ácido, mais comuns atualmente.
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