por Alexandre Putti, da Carta Capital – –
O país, que era o maior investidor do Fundo Amazônia, considera que Bolsonaro não está cumprindo o acordo de preservação da floresta
Mais um país europeu decidiu parar de investir no combate ao desmatamento da floresta Amazônica. Depois da Alemanha, agora foi a vez da Noruega, principal financiadora do fundo Amazônia. O ministro do Clima e Meio Ambiente do país, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira 15 que o país decidiu parar de enviar o investimento para o Brasil.
De acordo com o jornal norueguês Dagens Næringsliv, Elvestuen considera que o Brasil não está cumprindo o acordo de preservação da floresta Amazônica. Em julho deste ano, o país não aceitou a proposta do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de alterar a gestão do programa.
Após o anúncio do país, houve um bate boca entre os países. “A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental”, declarou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Logo em seguida, a embaixada norueguesa respondeu: “A Noruega está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos. A indústria petrolífera norueguesa é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental”, afirmou o órgão. “As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa.”
Alemanha corta 155 milhões
A Alemanha foi o primeiro pais a anunciar o corte. Segundo publicação do jornal alemão Tagesspiegel do último sábado 10, o país vai congelar financiamento de 35 milhões de euros, equivalentes a 155 milhões de reais para projetos de preservação da Amazônia.
A reportagem diz que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) provoca “reviravolta” em uma tendência que se mostrava positiva em reduzir a devastação na região. Em entrevista ao veículo, a ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, expôs temor em relação às políticas adotadas pela atual gestão.
“A política do governo brasileiro na Amazônia levanta dúvidas sobre se uma redução consistente das taxas de desmatamento ainda está sendo perseguida”, afirmou Schulze. Ela diz que o país europeu só deve retomar a cooperação quando as estratégias do governo estiverem claras.