Empreendedores e empresários também receberam orientações sobre gestão hídrica e sustentabilidade para pequenos negócios
Encerra nesta sexta-feira (23) o 8º Fórum Mundial da Água, o maior evento global sobre o tema – que possibilita a conscientização, constrói compromissos políticos e provoca ações em temas críticos. A gestão da água é tema prioritário para o Sebrae, que participou ativamente do evento. Durante o Fórum, projetos que propõe o uso da energia solar para o tratamento de água de cisterna nas regiões semiáridas e o outro, que recicla 100% embalagens plásticas sem uso de água, foram premiados. Além de promover 21 TEDs e orientar 1.394 empreendedores e empresários.
O inédito Camp de Ecoinovação: Desafio Água teve como objetivo fomentar ideias ecoinovadoras sobre o uso da água, e premiou as propostas com soluções mais criativas e sustentáveis nas áreas de indústria, cidades e agricultura. A iniciativa resultou de uma parceria entre o Sebrae e a ONU Meio Ambiente, com o apoio do Green Nation.
Participaram do desafio 10 ideias e 10 startups, que representaram 12 estados do país. Os 20 projetos estão em estágio de operação ou tração e empreendedores que possuem propostas inovadoras que ainda não tenham sido comercialmente exploradas. Todos os empreendedores receberam mentorias gratuitas durante a competição, além da expansão da sua rede de contatos e da divulgação de seus projetos para um público especializado.
Ao final, uma ideia e uma startup foram premiadas com gadgets, mentorias exclusivas com especialistas e investidores e credenciais para participação em eventos de representatividade do segmento. Duas soluções ecoinovadoras foram as vencedoras: Aqualuz (categoria ideias) e Eco Panplas (categoria startup).
O Aqualuz é um equipamento que trata água de cisterna usando radiação solar e um filtro de fibras biodegradáveis acompanhado por um sistema de monitoramento de qualidade em tempo real. A idealizadora do produto, Anna Luiza Beserra, explica que o projeto tem vários diferenciais, pois proporciona o tratamento da água da cisterna por um baixo investimento e longa usabilidade, podendo ser utilizado em regiões do semiárido por exemplo. O Aqualuz tem 15 anos de vida útil, pode tratar até 28 litros de água por dia e custa apenas R$ 300 reais. “Além do usuário não precisar trocar filtro, comprar cloro ou ferver a água, o custo é baixíssimo. Se fizer as contas, a cada 10 litros de água tratada a pessoa só paga 1 centavo”.
Já o empreendedor Fabian Cattaneo venceu na categoria startup com o Eco Panplas que é um processo de reciclagem, sem utilizar água de embalagens plásticas contaminadas com óleo lubrificante, óleo vegetal, tintas e outros produtos químicos. O procedimento usa um solvente orgânico e uma série de processos mecânicos, que recupera o plástico, óleo e o rótulo. Ou seja, 100% de reciclagem sem uso da água. “Não geramos nenhum tipo de resíduo e tudo é vendido. O diferencial é que não cria nenhum impacto na natureza e gera lucro”, afirmou.
Paralelamente, o Sebrae contou com um estande que fomentou o debate em torno do tema água com a realização de 21 TEDs. Mais de 260 pessoas acompanharam as apresentações que abordaram os mais diversos assuntos ao divulgar projetos que geraram impacto social por meio da inovação de forma sustentável, passando pela economia colaborativa até o uso de energias renováveis.
No estande também foram realizados atendimentos a empreendedores e empresários com informações sobre gestão hídrica e sustentabilidade para pequenos negócios. O Sebrae DF também esteve presente com informações referentes aos serviços tecnológicos sobre sustentabilidade (Sebraetec) que está disponível para empreendedores. No total, 1.394 pessoas passaram pelo espaço. Segundo Adriana Gonçalves, analista do Núcleo de Sustentabilidade do Sebrae, o tema recorrente entre os empreendedores e empresários foi a captação da água de chuva. O Sebrae DF e o Centro Sebrae Sustentabilidade (CSS) atuaram no atendimento ao público.
Pesquisa “Uso da Água nos Pequenos Negócios”
Durante o Fórum, o Sebrae também apresentou a pesquisa “Uso da Água nos Pequenos Negócios”, que aponta que uma em cada quatro empresas pesquisadas (25%) faz tratamento da água antes mesmo de utilizá-la e 21% adotam medidas preventivas contra o desperdício de água em seus negócios. A troca de máquinas para permitir a redução do consumo é a primeira medida adotada pelos empresários, principalmente, no agronegócio (43%) e na região Centro-Oeste (35%).
Apesar de os dados sinalizarem a conscientização da importância da água na rotina da empresa, 50% dos pequenos negócios que usam água no processo produtivo utilizam a rede de esgoto no descarte e 17% reaproveitam a água na irrigação, pastagem ou limpeza. A pesquisa entrevistou 2 mil e 404 empresários de micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, no mês de janeiro.
Para os pequenos negócios, 2018 também será um ano de alerta sobre o uso racional da água. Um em cada oito empresários acredita que a empresa será prejudicada por problemas de abastecimento de água. Para empresas do Centro-Oeste e do Nordeste essa expectativa é mais pessimista, 22% e 20%, respectivamente.
Em relação aos setores de atividade, 16% do agronegócio acreditam que serão prejudicados este ano. Se por um lado, a principal fonte de água para 83% dos pequenos negócios pesquisados é a rede de distribuição, por outro, no ramo do agronegócio, 69% das empresas possuem captação própria como origem da água. (SEBRAE/#Envolverde)