Por Janes Rocha, de São Paulo, especial para a Envolverde –
Até a metade deste ano, o Santuário de Elefantes Brasil (SEB), que ocupa uma área de 1.100 hectares na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, receberá seu terceiro morador, a fêmea Ramba, que está sendo libertada de um circo no Chile
O SEB já abriga dois animais, as asiáticas Maia e Guida. Depois de Ramba, há uma lista de nove elefantes da Argentina aguardando – já que os zoos públicos daquele país decidiram transformar-se em jardins botânicos e centros de reabilitação e soltura de fauna nativa.
Inaugurado no ano passado, o SEB foi idealizado e colocado em prática pela organização ElephantVoices e um grupo de pesquisadores brasileiros. Sua missão é resgatar os elefantes da maior ameaça a eles na região: o cativeiro e exposição em zoológicos e circos.
“O projeto estará concluído em cerca de cinco anos, quando toda a área de 1.100 hectares estiver cercada e dividida em setores”, informa Junia Machado, diretora da instituição. Segundo ela, até agora foi concluída parte da primeira fase, que é o setor de elefantas asiáticas. No total serão perto de cinco setores, um para cada espécie e gênero; um extra para elefantes que por algum motivo devam viver separados (incompatibilidade, alguma enfermidade). O projeto é modular, permitindo agrupar ou separar animais conforme necessário.
O SEB é uma entidade privada sem fins lucrativos, que arrecada a maior parte dos fundos nos Estados Unidos, a partir da organização Global Sanctuary for Elephants (GSE). Com sede no Tennessee, a GSE recebe doações de pessoas físicas, fundações e empresas. No Brasil o SEB também recebe doações e recentemente realizou um crowdfunding para o transporte de Maia e Guida, que arrecadou cerca de R$ 52 mil. Outra vaquinha virtual está nos planos para financiar a vinda de Ramba. Para se ter uma ideia, o transporte de um elefante em caminhão custa cerca de R$ 150 mil. De avião, ultrapassa R$ 200 mil.
Apoio do fabricante de Amarula
Agora o SEB vai receber outra ajuda com a campanha #namethemsavethem, da fabricante de licores Amarula. Através de um site, a Fundação Amarula Trust convida os internautas a se cadastrarem, escolherem um elefante, colorirem com padrões diversos e darem um nome ao animal, podendo depois imprimir e montar um origami.
O game é o chamariz para a parte econômica da campanha cujo objetivo é doar ao santuário R$ 1,00 de cada garrafa de Amarula vendida no Brasil entre os meses de junho e agosto. Para Junia, a campanha da Amarula, além de apoiar financeiramente, dá uma visibilidade maior ao projeto e chama a atenção para a crise pela qual os elefantes estão passando, tanto na natureza como em cativeiro.
“A Amarula tem um link natural com os elefantes”, afirma Denis Agnelli, gerente de marketing para o Brasil e a América Latina da Distell, empresa que distribui o licor na região. A empresa também está patrocinando a Elephant Parade, exposição de 85 peças artísticas em formato de elefante que será realizada pela primeira vez em São Paulo, em agosto.
Segundo a diretora do SEB, a reserva recebe apoio de outras empresas como a Porto Seguro que faz os transportes de elefantes dentro do Brasil; o Studio True Rise Tattoo, que fez um Flash Day com fundos revertidos para o SEB; Jonny Size, marca de roupas do Marcelo Falcão (O Rappa); a Grey Advertising Brasil e o escritório Paradeda Castro Duarte Advogados, que trabalha pro bono pelo projeto. “Tem crescido o número de pessoas e empresas interessadas em fazer parte e contribuir”, garante Junia. (#Envolverde)
Referências:
https://www.elephantvoices.org/
http://www.globalelephants.org/
http://santuariodeelefantes.org.br/
https://www.youtube.com/watch?v=FH5u3GQyUMs