Economia

Entre razões e emoções na Black Friday, escolha o consumo consciente

Instituto Akatu dá dicas para o consumidor evitar pegadinhas e priorizar o que é saudável e sustentável nesta Black Friday

A Black Friday vem aí, com condições especiais e oportunidades únicas. Será mesmo? Apesar de em 2022 a data acontecer oficialmente na sexta-feira do dia 25 de novembro, as ações de marketing e campanhas publicitárias já estão a todo vapor, tentando atrair consumidores e consumidoras. Por isso, o Instituto Akatu, ONG referência quando o assunto é consumo consciente, convida todos à reflexão e a priorizarem escolhas mais saudáveis e sustentáveis, evitando pegadinhas nessa Black Friday.

“Emoções, hábitos e crenças podem nos influenciar a agir na empolgação nesse momento. Especialmente quando somos bombardeados por tantas propagandas. Mas, nessa Black Friday, podemos fazer diferente e buscar o consumo focado no que é necessário e suficiente”, afirma Bruna Tiussu, gerente de comunicação e conteúdos do Instituto Akatu. “Repensar ações e resistir a tentações, priorizando melhores escolhas de consumo, vale mais do que qualquer desconto”, completa.

De acordo com uma pesquisa da Nielsen|Ebit realizada em parceria com a Bexspay, 78% dos brasileiros pretendem comprar produtos pela internet na Black Friday — entre os itens mais desejados estão eletrônicos e eletrodomésticos. Em um primeiro momento, ofertas podem ser convidativas. Mas se tornam gatilhos para gastos desnecessários, que podem representar impactos socioambientais negativos. Portanto, pense bem: você precisa mesmo adquirir uma TV nova, trocar o celular ou comprar uma peça de roupa da coleção verão 2023?

“Nossas ações podem impactar positiva ou negativamente nós mesmos, o meio ambiente, a economia e toda a sociedade. Resistir a uma compra desnecessária é poupar recursos naturais que seriam gastos na produção desse item e evitar a emissão de gases poluentes durante a fabricação, transporte e armazenamento de um produto”, explica Bruna Tiussu. Isso é consumo consciente: priorizar o que é necessário para o seu bem-estar, sem excessos ou desperdícios.

Evite pegadinhas nessa Black Friday:

  • Administre bem o seu salário e a tentação das compras

A sensação de receber o salário do mês é muito boa, mas, neste momento, podemos ficar mais vulneráveis a adquirir algo novo, principalmente quando esse item aparentemente está mais barato. É importante refletir sobre a real necessidade de qualquer compra, organizar as finanças do mês e, sempre que possível, poupar uma quantia para um plano futuro ou para adquirir um item com potencial de contribuir efetivamente para a nossa saúde e bem-estar. Na dúvida, pense duas vezes sobre a real necessidade de adquirir algo novo.

  • Resista aos cupons de desconto

A estratégia dos cupons de desconto é utilizada pelas empresas para convencer o consumidor a agir pela emoção — não é à toa que eles possuem prazo limitado. Então, valem os questionamentos: Realmente estou economizando? Me programei para fazer essa compra nesse momento? Em vez de comprar, você pode fazer uma troca, reutilizar ou pegar emprestado. Peças compartilhadas e alugadas estimulam uma economia mais circular e geralmente têm um preço menor se comparados a peças novas — mesmo com o cupom de desconto. Se possível, dê preferência aos objetos de segunda mão.

  • Tome cuidado com os algoritmos

Nessa época do ano, é comum fazer aquela pesquisa básica para ver se o que gostaríamos está na promoção. Após pesquisar na internet, é comum receber uma enxurrada de anúncios de itens semelhantes, incentivando mais compras. Eletrônicos, por exemplo, são sucessos de venda durante esse período. Mas, antes de partir para a compra de um item novo, vale a pena cuidar bem do aparelho para estender a sua vida útil e, se ele apresentar problemas, procurar consertá-lo. Agora, se você realmente for necessário comprar algo novo, uma boa dica é vender o aparelho antigo, oferecer em feiras de trocas ou doá-lo. Equilibre o seu consumo!

  • Use a ‘lei do merecimento’ com itens saudáveis e sustentáveis

Todo mundo já pensou em comprar um item novo como forma de merecimento, principalmente após um ano tão conturbado! Mas uma boa opção é praticar a “lei do merecimento” se dedicando mais às experiências e menos aos bens materiais, como dedicar um tempo de qualidade para si, com a família ou com os amigos. E, sempre que possível, refletir: que recursos naturais foram exigidos para um novo produto? Qual impacto isso pode gerar? Essa marca ou empresa atua com transparência e responsabilidade socioambiental? Isso realmente vai me fazer bem ou só trará uma satisfação passageira? Na dúvida, abra a sua mente para o consumo consciente.
Sobre o Instituto Akatu:

Criado em 15 de março de 2001, o Instituto Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para um novo jeito de viver com consumo consciente e mais bem-estar para todos. As atividades do Instituto estão focadas na mudança de comportamento do consumidor em duas frentes de atuação: Educação e Comunicação, com o desenvolvimento de campanhas, conteúdos e metodologias, pesquisas, jogos e eventos. O Akatu também atua junto a empresas que buscam caminhos para a nova economia, ajudando a identificar oportunidades que levem a novos modelos de produção e consumo — modelos que respeitem o ambiente e o bem-estar, sem deixar de lado a prosperidade. Acesse nosso site.

#Envolverde