Por Gracielle Nocelli –
O mercado financeiro está cada vez mais atento à responsabilidade social das empresas, sobretudo, àquelas listadas na Bolsa. Por isso, o interesse por Investimentos Socialmente Responsáveis (SRI) tem aumentado entre os investidores ao redor do mundo, como mostram diferentes pesquisas.
Segundo informações do Fórum para Investimentos Sustentáveis e Responsáveis, 26% dos recursos administrados profissionalmente nos Estados Unidos, em 2019, foram referentes aos fundos de SRI. Em cifras, o percentual corresponde a US$ 12 trilhões do total de US$ 46,6 trilhões que foram movimentados naquele ano.
Em 2021, a participação deve ser ainda maior. Em entrevista à rede CNBC, em julho, o CEO do Credit Suisse, Thomas Gottstein, afirmou que a pandemia de Covid-19 aumentou o interesse por esse tipo de investimento. No Brasil, a modalidade vem amadurecendo e está aberta à expansão.
Os fundos SRI são aqueles que consideram não só a possibilidade de bons rendimentos aos investidores, mas também a postura das empresas que compõem seu portfólio nos aspectos ambiental, social e de governança – ESG, do inglês Environmental, Social and Governance. A aposta é que organizações sustentáveis e socialmente responsáveis também agregam valor para o acionista e estão mais preparadas para enfrentar oscilações econômicas.
Preferência dos investidores mais jovens
Os investidores mais jovens, na faixa etária entre 20 e 30 anos, são os mais interessados em SRI, conforme relatório do Instituto para Investimentos Sustentáveis do Morgan Stanley. O crescimento desse interesse ocorre paralelamente à expansão dos Fundos de Índices, os ETFs, do inglês Exchange Traded Funds. São os mais jovens que têm observado o quanto a junção dos dois conceitos pode ser lucrativa.
Os ETFs são um tipo investimento em renda variável que têm o rendimento atrelado a algum índice. Trata-se de uma espécie de cesta de ativos, que confere a vantagem de diversificação da carteira do investidor. Para participar do fundo, que tem gestão profissional, é preciso adquirir a cota. O aporte inicial pode ser bastante acessível, o que confere outra vantagem à modalidade.
Opções de ETFs ESG no Brasil
No caso dos ETFs socialmente responsáveis, os ativos que compõem o fundo são de empresas que se enquadram nos critérios ESG. No Brasil, já há algumas opções disponíveis aos investidores como o ECOO11, o GOVE11 e o ISUS 11.
O ECOO11 é atrelado ao Índice Carbono Eficiente (ICO2), que tem a adesão de empresas que mantêm a transparência sobre a emissão de gases do efeito estufa e se planeja para uma economia de baixo carbono.
Já o GOVE11 segue o Índice Governança Corporativa Trade (IGCT B3), direcionado às empresas que atendem os critérios da metodologia desenvolvida pela B3 sobre governança corporativa.
O ISUS11 está relacionado ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador de desempenho da cotação dos ativos de empresas reconhecidas pelo comprometimento com a sustentabilidade.
Foto de destaque: Visual Stories || Micheile/Unsplash
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