ODS 12

Recomendações para rastreabilidade digital na cadeia de alimentos

O Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR) e a Climate Ventures (CV) acabam de lançar a lista de “Recomendações de Políticas Multissetoriais para Rastreabilidade Digital na Cadeia de Alimentos”.

Recomendações para rastreabilidade digital na cadeia de alimentos

Criado pelo Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR) e a Climate Ventures, documento quer ampliar a conversa sobre importância da rastreabilidade digital para pequenos e médios produtores do Brasil

O Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR) e a Climate Ventures (CV) acabam de lançar a lista de “Recomendações de Políticas Multissetoriais para Rastreabilidade Digital na Cadeia de Alimentos”. Fruto de aproximadamente dois anos de trabalho, a criação do documento envolveu a interação com mais de 100 participantes, entre associações de setor, governo, empresas, startups, academia e sociedade civil. O material marca a finalização da primeira fase do “Lab de Inovação em Rastreabilidade”, iniciado em 2023 e divulgado nesta quinta-feira (22/02), em São Paulo. O material completo está disponível para download através do link: 

https://materiais.climateventures.co/download-recomendacoes-politicas-lab-rastreabilidade

As recomendações visam inaugurar uma jornada que influencie atores de diferentes setores à medida que novas regulamentações e padrões de consumo emergem no Brasil e no mundo, com impacto direto na produção de alimentos. Focado em pequenos e médios produtores, o documento visa assegurar que as políticas considerem as necessidades desse público na adoção da rastreabilidade digital, um processo que gera agilidade, precisão e confiabilidade de dados, e que se torna essencial para reduzir ou eliminar erros e omissões ao longo do processo produtivo de alimentos.

Dados do setor

Embora a rastreabilidade ganhe cada vez mais importância nas cadeias produtivas, dados da EMBRAPA, SEBRAE e INPE de 2020 indicam que apenas 33% dos agricultores brasileiros demonstram interesse em iniciar ou fortalecer processos de certificação e rastreabilidade. De acordo com o Conab, a agricultura familiar, no Brasil, gera um faturamento de R$ 107 bilhões, representando 23% da produção agropecuária do país, com 77% dos estabelecimentos agrícolas e 23% da área agropecuária. Ou seja, para pequenos e médios produtores rurais, que representam uma parte significativa do mercado nacional, a rastreabilidade ainda é incipiente.

Objetivos e recomendações

O documento propõe quatro objetivos-chave para fortalecer a rastreabilidade digital na cadeia de alimentos: necessidade de dados confiáveis, adaptação do suporte técnico, aprimoramento financeiro e criação de tecnologias acessíveis. O documento também dá ênfase à necessidade de ações coordenadas entre os diversos setores, visando aproveitar o conhecimento coletivo e a capilaridade de entidades governamentais, industriais, acadêmicas e da sociedade civil.

Já entre as recomendações, estão sugestões como o aprimoramento dos programas de dados abertos do Governo Federal; a integração de bases para rastreabilidade digital, e a coordenação da regularização do processo de coleta do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em nível nacional. Além disso, recomenda-se também a coordenação nacional entre entidades de apoio técnico no Brasil, envolvendo órgãos como ANATER, SENAR, SEBRAE, Embrapa, e cooperativas, e a adaptação de programas de assistência técnica para incluir suporte direto à implementação da rastreabilidade digital, abrangendo tópicos como custo-benefício, segurança de dados e escolha de tecnologias.

Rastreabilidade e competitividade

“A rastreabilidade digital pode contribuir para a competitividade do setor agropecuário brasileiro, abrindo novos mercados enquanto se adequa a uma tendência mundial, que se manifesta através dos protocolos, selos, certificações e regulações, tanto do mercado externo quanto interno. O processo também é fundamental na promoção da produção sustentável de alimentos, na redução de riscos socioambientais e no combate às desigualdades e ao desmatamento ilegal”, enfatiza Erica Dias, Analista de Inovação do C4IR.

Além das recomendações, o documento traz ainda cases e exemplos de iniciativas que podem ser usadas como fonte de inspiração para a aplicação das recomendações.

“A rastreabilidade digital é premissa para demonstrar que a atividade agropecuária está sendo executada com responsabilidade socioambiental e alinhada às novas tendências e exigências do mercado. Esperamos que estas recomendações estimulem ações concretas para acelerar e escalar a adoção de iniciativas de rastreabilidade. Esse é o momento de transformar intenções em realidade, promovendo em escala soluções que promovam mais transparência para o setor agropecuário.” afirma Daniel Contrucci, Co-fundador e Diretor Executivo da Climate Ventures, plataforma de inovação que conecta empresas, governos, investidores e empreendedores para acelerar a transição para uma economia regenerativa e baixo carbono.

O documento é uma realização do Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR) e da Climate Ventures (CV), com a parceria institucional do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e apoio da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil e do Parceiros pela Amazônia (PPA).

Sobre o C4IR

O Centro para a Quarta Revolução Industrial (C4IR) é uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial (WEF) presente em 15 países, que tem como objetivo ser um espaço multissetorial de cooperação entre atores governamentais, empresas, sociedade civil e pesquisadores. Tem como foco a formulação de políticas públicas e parcerias que contribuam para o desenvolvimento e aplicação de tecnologias inovadoras de maneira ética, inclusiva, acelerando e ampliando os benefícios de tecnologias emergentes.

Sobre a Climate Ventures

A Climate Ventures foi criada em 2018 com o objetivo de acelerar uma transição justa para a economia regenerativa de baixo carbono. Atua como uma organização backbone estruturando o ecossistema de inovação climática por meio da conexão e coordenação de stakeholders, geração de inteligência de dados e tecnologia, produção de conhecimento e campanhas de advocacy.

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