Um mês após o governo federal declarar o fim do surto de febre amarela no país — iniciado em dezembro de 2016 e considerado o pior já registrado desde 1980 —, a detecção do vírus em um macaco na capital paulista reacendeu o debate sobre os riscos de expansão da doença e suas formas de controle. Nesta análise, a partir de dados publicados no recente estudo “Febre amarela – estudo de caso”, a FGV/DAPP destaca a eficácia da cobertura vacinal realizada nos primeiros meses do ano em São Paulo e a execução do orçamento público destinado à vigilância sanitária no estado.
São Paulo é um dos 19 estados do país onde ocorre vacinação permanente — conhecida também como vacinação de rotina — contra a febre amarela. Diante do surto da doença, o estado também foi contemplado com o chamado bloqueio vacinal, uma ação de imunização utilizada em resposta a situações de maior risco à população. Entretanto, como pode ser observado, nos mapas abaixo, registraram-se doses baixas de vacinação, tanto de bloqueio quanto de rotina, de janeiro a maio deste ano. Vale ressaltar que em fevereiro de 2017 foi registrada uma morte por febre amarela na capital paulista e ao observarmos o número de todo o estado esse número cresce para 7 registros até o mês de julho deste ano.
Num recorte ponderado pela população de cada município do estado, percebe-se ainda que a capital do estado registrou um baixo número de vacinas aplicadas por mil habitantes: a taxa foi 0 a 63 doses aplicadas para cada mil habitantes. O resultado pode ser comparada a municípios como Jundiaí, Hortolândia e Pedreira, todos com menos de 500 mil habitantes.
Campinas também apresentou a mesma taxa de vacinação da capital, enquanto que Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Cotia contaram com grandes quantidades de vacinação por mil habitantes — entre 183 e 1 mil. Nesse sentido, é importante destacar que , para que se consiga evitar o número de casos de febre amarela, é necessária uma ampla cobertura vacinal em todas as localidades da região afetada. (#Envolverde)