Sociedade

Programação da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental

Durante 2 semanas São Paulo vai receber o que de melhor se produziu de cinema com foco socioambiental no Brasil e no mundo. A 7ª Mostra de Cinema Ambiental  acontece de 31 de maio a 13 de junho, em 81 salas de cinemas e espaços educacionais, e terá dezenas de atividades relacionadas à mostra. São 121 filmes de 31 países com acesso gratuito. 

 1 – Retrospectiva História Werner Herzog

“Hércules” – Werner Herzog (Alemanha, 1962, 12 min)

Inspirado nos 12 trabalhos de Hércules, o filme parte das imagens de um homem se exercitando numa academia.

“Medidas Contra Fanáticos” – Werner Herzog  (Alemanha, 1969, 12 min)

Treinadores falam de seu trabalho com cavalos. Seus depoimentos são intercalados, através da montagem, pelas intervenções de um homem que diz proteger os cavalos dos fãs de corridas de cavalo.

Fata Morgana

“Fata Morgana” – Werner Herzog (Alemanha, 1971, 76 min)

Fata Morgana é o nome dado a um efeito ótico, uma espécie de miragem que se produz graças a uma inversão térmica. Neste filme, o efeito pode ser notado a partir de imagens do deserto do Saara. Narrado pela historiadora do cinema e crítica franco-alemã Lotte-Eisner (por quem Herzog sempre nutriu grande admiração), este documentário absolutamente conceitual está dividido em três partes, expressando uma espécie de crítica do cineasta à civilização: criação, paraíso e Idade do Ouro.

“Aguirre, a Cólera dos Deuses” – Werner Herzog (Alemanha, 1972, 95 min)

Com Klaus Kinski, Ruy Guerra e Helena Rojo. Inspirado nos escritos autobiográficos do Frei Gaspar de Carnaval, um padre dominicano espanhol. O filme mostra as aventuras de uma expedição espanhola, liderada pelo impiedoso e insano conquistador espanhol Don Lope de Aguirre, que, no século 16, nas florestas do Novo Mundo, busca Eldorado.

“Coração de Cristal” – Werner Herzog (Alemanha, 1976, 94 min)

Com Josef Bierbichler. Numa cidadezinha da Baviera do século 18, um  velho artesão vidraceiro leva para o túmulo a receita do vidro-rubi, um objeto vermelho que tem relevante papel para a economia local. Um concurso é então organizado para premiar aquele que conseguir reproduzir a fórmula.

“La Soufrière” – Werner Herzog (Alemanha, 1977, 30 min)

Ao saber que o vulcão La Soufrière, na ilha de Guadalupe, está prestes a entrar em erupção, Herzog viaja com sua equipe em direção aos acontecimentos. Toda população já deixou o local, exceto um velho senhor, que se recusa a partir. Evidentemente, é sobre este personagem que se fixará a atenção de Herzog.

“Nosferatu, o Vampiro da Noite” – Werner Herzog (Alemanha/França, 1979, 107 min)

Com Klaus Kinski, Isabelle Adjani e Bruno Ganz. Nesta adaptação da obra de Bram Stocker – cuja referência ao clássico realizado por F.W. Murnau em 1922 é evidente –, Klaus Kinski encarna Nosferatu, o conde imortal. Obcecado pela jovem Lucy, o velho vampiro decide empreender uma viagem de sua terra natal, a Transylvania, até a Alemanha, onde mora sua amada. Junto com ele, chega também à cidadezinha a peste negra. Para Lucy, a relação entre os dois fatos é evidente, mas os homens da ciência, encarregados de avaliar o que se passa, resistem a acreditar nela.

“Fitzcarraldo” – Werner Herzog (Alemanha, 1982, 158 min)

Com Klaus Kinski, Claudia Cardinale e José Lewgoy. Fitzcarraldo é um irlandês que mora na pequena cidade peruana de Iquitos, localizada às margens do rio Amazonas. Sonhador que possui um histórico de envolvimento em empreendimentos faraônicos malogrados, ele parte para a realização de um novo projeto. Este consiste em encontrar uma nova rota para escoamento da borracha produzida na região.

“Onde Sonham as Formigas Verdes” – Werner Herzog (Alemanha/Austrália, 1984, 100 min)

No deserto australiano, um grupo de aborígenes tenta defender um território sagrado para seu povo: o lugar onde as formigas verdes sonham. O problema é que, por seus recursos naturais, a região é de grande interesse para uma empresa multinacional de exploração mineral.

“Cobra Verde” – Werner Herzog (França/Alemanha, 1987, 111 min)

Com Klaus Kinski e José Lewgoy. Sobre o bandido brasileiro Francisco Manoel da Silva, conhecido como Cobra Verde. Desconhecendo seu passado, um latifundiário da Bahia o chama para trabalhar em suas terras. Ao engravidar uma das filhas do patrão, o homem acaba recebendo como retaliação a missão tida como suicida: assumir um antigo entreposto de escravos na África.

“Wodaabe, Pastores do Sol” – Werner Herzog (França/Alemanhas, 1989, 52 min)

Um documentário sobre o tradicional povo Wodaabe, nômades do Saara, que vivem da criação de gado e de pequenas trocas comerciais. Uma especial atenção é dada por Herzog ao ritual da corte, por meio do qual as mulheres escolhem seus futuros companheiros.

“Lições da Escuridão” – Werner Herzog (Alemanha/França/Reino Unido, 1992, 54 min)

Documentário observativo e reflexivo a partir do ambiente de desolação que se seguiu à Guerra do Golfo. Com sua voz tão característica sobre as imagens, Herzog passa pelo episódio do incêndio nos campos de petróleo do Kuwait, mostrando terras devastadas e inóspitas.

“Meu Melhor Inimigo” – Werner Herzog (Alemanha/Reino Unido/EUA, 1999, 95 min)-

Um testemunho de Werner Herzog sobre sua tumultuada e intensa relação com o ator Klaus Kinski, com quem realizou seus mais emblemáticos filmes, tais como “Aguirre, A Cólera dos Deuses” e “Fitzcarraldo”. O diretor conhecia a intempestiva personalidade do ator quando resolveu trabalhar com ele. O que se seguiram foram 16 anos de vigorosos embates.

“Juliane Cai na Selva” – Werner Herzog (Alemanha/Reino Unido, 2000, 55 min)

Dessa vez, Werner Herzog retorna à floresta amazônica acompanhado de Juliane Koepcke que, quando tinha 17 anos, foi a única sobrevivente de um acidente de avião ocorrido no Peru em 1971. A proposta do diretor é reviver com ela essa experiência insólita no coração da selva.

“O Diamante Branco” – Werner Herzog (Alemanha/Japão/Reino Unido, 2004, 88 min)

Herzog retorna à Amazônia com uma missão definida: completar um desafio que, 12 anos antes, o cineasta inglês Dieter Plage havia tentado empreender, mas que acabou lhe custando a vida. A  tarefa consistia em filmar áreas inacessíveis e recônditas da Amazônia a partir de um dirigível.

 “O Homem-Urso” – Werner Herzog (EUA, 2005, 103 min)

O encontro com personagens excêntricos é um leitmotiv da obra de Werner Herzog. Neste filme, porém, ele leva essa fascinação ao limite ao decidir contar a história de Timothy Treadwell, especialista e amante de ursos. Os restos mortais de Timothy foram encontrados após uma de suas expedições ao Alasca, onde ele ia normalmente para estudar e interagir com esses animais. É a partir deste fato que Herzog decide partir, retraçando a trajetória do ambientalista.

 

“Encontros no Fim do Mundo” – Werner Herezog (EUA, 2007, 99 min)

Herzog vai até à Antártida para filmar o deserto de gelo onde está localizada a base americana de McMurdo. Lá vivem seres humanos absolutamente isolados da civilização. Eles são cientistas ou funcionários do local que experimentam,  em seu dia-a-dia, o contato com maravilhosas e, ao mesmo tempo, opressoras paisagens, que invariavelmente acabam moldando seus humores. Assim, o olhar do cineasta não se esquivará de tentar capturar a melancolia e a beleza que eclodem desse encontro entre o homem e os ambientes mais extremos do planeta.

“A Caverna dos Sonhos Esquecidos” – Werner Herzog (EUA/França, 2010, 90 min)

Na caverna de Chauvet Pont D’Arc, sudoeste da França, está localizado um tesouro inestimável para a humanidade: cerca de 400 desenhos e pinturas rupestres datadas de 30 mil anos atrás. O local está vedado para acesso turístico a fim de que esse patrimônio seja devidamente preservado. A Herzog, no entanto, foi dada autorização para filmar esse testemunho de um povo há muito esquecido, mas cujas marcas de passagem por este planeta ainda permanecem vivas.

2 – Homenagem Chico Mendes

“Chico Mendes: Eu Quero Viver” (Brasil, 1989, 56 min) – Adrian Cowell

A trajetória de Chico Mendes, líder seringueiro em defesa da Amazônia. Com registros feitos entre 1985 e 1988, o filme acompanha Mendes na organização dos seringueiros em defesa da floresta, no nascimento da Aliança dos Povos da Floresta, e na luta pela demarcação das primeiras reservas extrativistas na Amazônia. Mostra, ainda, a trama armada para seu assassinato e as repercussões no Brasil e no mundo.

“Crianças da Amazônia” (Brasil/EUA, 2008, 72 min) – Denise Zmekhol

O filme viaja pela rodovia BR 364, que corta o coração da Amazônia, à procura das crianças Suruí e Negarotê, fotografadas 15 anos antes pela diretora. Trata-se de uma jornada espacial, mas é também uma viagem no tempo, que permite uma reflexão sobre as mudanças ocorridas, nesse período, na maior floresta do planeta, depois que a estrada cortou suas terras.

 

 3 – Panorama Internacional Contemporâneo

* Campo

“Burros Mortos Não Temem Hienas” (Suécia/Alemanha/Finlândia, 2016, 80 min) – Joakim Demmer

Como é possível que um país que exporta alimentos dependa de ajuda humanitária para combater a fome? A Etiópia é alvo da nova corrida global por terras aráveis, pelo “ouro verde”. Países em desenvolvimento arrendam milhões de hectares para investidores estrangeiros, enquanto milhares de pequenos agricultores têm suas terras roubadas, resultando na perda de sua subsistência, cultura e identidade. O que é anunciado como prosperidade se traduz em despejos em massa, repressão brutal e um círculo vicioso de violência.

Dolores (EUA, 2017, 95 min) – Peter Bratt

Dolores Huerta é uma das mais importantes, embora pouco conhecidas, ativistas da história dos Estados Unidos. Co-fundadora da Farm Workers Union, contribuiu enormemente para a luta por direitos trabalhistas, igualdade racial e paridade de gênero, tornando-se uma das mais notórias feministas do século XX. O filme conta a história de uma vida dedicada à mudança social.

“Obrigado, Chuva” (Noruega/Reino Unido, 2017, 87 min) – Julia Dahr

Durante cinco anos, Kisilu, um pequeno agricultor queniano, usou sua câmera para registrar os impactos das mudanças climáticas na vida de sua família e de sua comunidade. Após ter a sua casa destruída por uma tempestade, ele decide formar um movimento para lutar contra os impactos dos novos fenômenos climáticos.

“Os Hedonistas” (China, 2016, 26 min) – Jia Zhangke

China: em um país de aceleradas transformações, o fechamento de uma antiga mina de carvão na província de Shanxi leva três amigos a buscarem um novo emprego e acabarem trabalhando em um surreal parque de diversões.

“Repolhos, Batatas e Outros Demônios (Alemanha/Romênia, 2016, 90 min) – Serban Georgescu

Um vilarejo, 1000 tratores, 100 mil toneladas de repolhos e batatas por ano – muito mais do que a demanda local. Com um passado soviético, os camponeses romenos são agora avessos ao trabalho coletivo, desconfiam uns dos outros e tem um forte desejo de competir. Intrigado com o fato de poder comprar uma tonelada de repolho por apenas 20 euros, o diretor Serban Georgescu decide passar um ano trabalhando no campo. Narrado em tom auto-irônico, o filme conta a história de uma vila presa entre o passado e o presente.

“Terra do Silêncio” (Holanda, 2016, 75 min) – Jan van Den Berg

Seng Channeang é uma camponesa cambojana que quer manter sua produção orgânica de arroz independente frente ao poderio das grandes empresas. Ela tenta criar uma cooperativa com outros lavradores, mas Sua Excelência Mong Reththy, um dos homens mais ricos da região, tem outros planos para seu país. Acompanhamos a luta pelo direito à terra travada por esta jovem corajosa e sua comunidade, enfrentando despejos, poluição e os diversos interesses do agronegócio.

 * Cidades

A Primavera Cambojana (Reino Unido, 2016, 121 min) – Christopher Kelly

Progresso no Camboja: enquanto as paisagens se desintegram e trágicos eventos decorrem do caótico e violento processo de desenvolvimento que modela o país, uma onda de protestos pela terra leva à “Primavera Cambojana”. Filmado ao longo de 6 anos, o filme é um retrato íntimo de três cambojanos despejados e de sua luta contra um governo que está há mais de trinta anos no poder e tem forte vínculo com o capital internacional. O filme aborda as complexidades — políticas, mas também pessoais — de lutar pelo que se acredita.

“Às Margens (Coréia, 2017, 12 min) – Kim Hyung-Cheol

Um bairro em Seul, capital da Coréia, cresce em ritmo acelerado. Pessoas são despejadas e testemunham a destruição de suas casas. Com cenas de violência, protestos e uma íntima entrevista com um ativista, o filme procura captar as emoções que emanam dessa situação.

“Cidadã Jane: A Luta pela Cidade” (EUA, 2016, 96 min) – Matt Tyrnauer

Jane Jacobs foi uma ativista norte-americana envolvida em uma série de lutas, na Nova York de meados do século 20, contra o brutal processo de modificação da cidade. Em 1960, seu livro Morte e Vida das Grandes Cidades chocou o mundo da arquitetura e do planejamento urbano ao explorar as consequências da reconfiguração das cidades por arquitetos e planejadores. O filme examina as cidades atuais pela lente de uma de suas mais eminentes pensadoras.

 

“Favela Olímpica (Suíça, 2017, 93 min) – Samuel Chalard

Rio de Janeiro: um muro separa o Estádio Olímpico da favela Vila Autódromo. Embora nada impeça a coexistência desses dois mundos, alguns teimam em julgá-los incompatíveis, inclusive o prefeito Eduardo Paes. Sua demanda pela área, na qual uma comunidade se encontra desde os anos noventa, cria um desproporcional embate entre o governo e as pessoas que ali vivem. Enquanto isso, aproxima-se a cerimônia de abertura…

“Gosto de Cimento” (Alemanha, 2017, 85 min) – Ziad Kalthoum

Um ensaio documental sobre imigrantes sírios em Beirute, capital do Líbano. Enquanto suas casas são bombardeadas na Síria, eles trabalham na construção civil, reconstruindo a cidade sobre as ruínas deixadas pela última guerra libanesa. Um toque de recolher para imigrantes os proíbe de sair de noite, então eles permanecem – e moram – na própria obra, e assistem pela televisão a destruição de sua terra natal. Um retrato da vida no exílio.

“O Que Nos Move?” (França, 2016, 119 min) – Marie-Monique Robin

O documentário conta a história da pequena cidade francesa de Ungersheim e de seu programa de democracia participativa batizado de “21 ações para o século 21”, que busca diminuir a dependência de petróleo, produzir energia renovável e promover a alimentação sustentável.

“Oh, Irmão Polvo! (Alemanha, 2017, 27 min) – Florian Kunert

Os nômades do mar da Indonésia acreditam que todo recém-nascido tem um irmão gêmeo em forma de polvo. Rituais são feitos para acalmar o irmão do mar e prevenir a má-sorte. Entretanto, quando o polvo não é honrado, a vingança é inevitável e a capital, Jacarta, torna-se um retrato do apocalipse.

“Os Últimos Dias de Shibati” (França, 2017, 60 min) – Hendrick Dusollier

Na grande cidade chinesa de Chongqing, o último antigo bairro está prestes a ser demolido. Por meses, o cineasta Hendrick Dusollier trava uma amizade com o jovem Zhou Hong e com a extraordinária madame Xue Lian, as últimas testemunhas de um mundo prestes a desaparecer.

“Restos do Naufrágio (Finlândia/Itália, 2016, 9 min) – Jan Ijäs

Famosa por suas praias paradisíacas, a ilha italiana de Lampedusa é também conhecida por ser um dos pontos de chegada dos africanos que rumam à Europa. O filme reflete sobre o cemitério dos barcos de refugiados na ilha italiana, fragmentos de objetos pessoais e vidas perdidas.

* Consumo

“Até o Pescoço (Canadá, 2016, 75 min) – Scott Harper

A publicidade como conhecemos está morta. A nova era da propaganda baseia-se em ciência, matemática complexa e alta tecnologia. O que um dia foi palpite e criatividade é hoje precisão e vigilância. Sem regulação alguma, as companhias estão livres para compilar montanhas de dados pessoais de qualquer um que use a internet. Será isso o ápice da invasão de privacidade ou apenas o preço que pagamos por uma internet livre?

“Bebês do Futuro” (Áustria, 2016, 91 min) – Maria Arlamovsky

O que começou como uma tentativa de ajudar casais inférteis a terem filhos é hoje um lucrativo negócio de “bebês industrializados”. As esperanças e desejos de futuros pais se enredam com pesquisas que aperfeiçoam embriões ao selecionar os genes mais desejáveis a dedo. O filme nos leva a pacientes, pesquisadores, doadores de óvulos, mães de aluguel, clínicas e laboratórios, e nos faz perguntar: quão longe queremos ir?

“Coração de Açougueiro” (Holanda, 2017, 15 min) – Marijn Frank

Com 13 anos de idade, Wessel aprende os segredos da profissão de açougueiro com seu avô, que acredita que o neto assumirá o negócio da família. Contra o bullying dos colegas, ele questiona sua hipocrisia: acaso acham que carne cresce em árvores? Mas, apesar de ter orgulho do trabalho artesanal, Wessel não está completamente convencido – talvez ele prefira trabalhar com animais vivos?

“Imigrantes Digitais” (Suíça, 2016, 21 min) – Norbert Kottmann e Dennis Stauffer

1984 – O computador pessoal chega às nossas salas de estar e conquista toda uma geração. Logo ele também será essencial no trabalho e no entretenimento: apenas aqueles que dominam a nova tecnologia terão futuro. 2016 – Um grupo de terceira idade tenta adaptar-se ao acelerado avanço tecnológico para encontrar seu lugar na era digital. Não deboche! Seu problema hoje será nosso amanhã: até quando acompanharemos o ritmo do progresso?

“Inhibitum: Boicotados” (Bélgica, 2016, 14 min) – Atelier Collectif

Histórias do século 20: cinco incríveis invenções verdes boicotadas por poderosas indústrias interessadas em incentivar o consumismo.

“Natureza: Todos os Direitos Reservados” (Holanda, 2016, 21 min) – Sebastian Mulder

Em um mundo onde a natureza está, cada vez mais, desaparecendo, ela parece ressurgir em uma nova forma: grama sintética na sacada, salas de reunião com papel de parede de floresta, palmeiras na sala de espera do dentista. Este documentário ensaístico investiga o papel das simulações da natureza em nossa sociedade moderna.

“O Caso do Chocolate” (Holanda, 2016, 91 min) – Benthe Forrer

A maioria dos produtores de chocolate se beneficia de alguma forma do trabalho escravo infantil utilizado na colheita de cacau da África Ocidental. Cientes desse fato, três jornalistas holandeses embarcam em uma batalha de 10 anos que os leva a explorar o lucrativo negócio do chocolate, tentando provar que é possível produzi-lo de maneira ética e sem trabalho escravo.

“O Custo do Vício Digital (EUA, 2016, 74 min) – Sue Williams

Consumidores amam – e não podem viver sem – seus smartphones, tablets e laptops. Uma miríade de novos dispositivos inunda o mercado prometendo ainda mais comunicação, entretenimento 24 horas por dia e informação instantânea. Mas essa revolução tem seu lado negro. De funestas condições de trabalho na China a famílias intoxicadas em Nova York e aos corredores ultra tecnológicos do Vale do Silício, o filme revela como até o menor aparelho eletrônico carrega custos fatais para o meio-ambiente e para nossa saúde.

“Uma História de Desperdício (EUA, 2017, 85 min) – Anna Chai e Nari Kye

Enquanto um terço de nossa comida vai para o lixo, milhões de pessoas sofrem com a fome. Para nos mostrar a viabilidade de um sistema com segurança alimentar, os chefs mais influentes do mundo criam pratos incríveis daquilo que em geral consideramos restos. O filme expõe o crime de nosso desperdício e como ele afeta diretamente as mudanças climáticas, ao mesmo tempo que aponta como podemos fazer pequenas mudanças – todas elas deliciosas! – para resolver um dos maiores problemas de nossa sociedade.

* Povos & Lugares (8)

“A Ilha e as Baleias” (Inglaterra/Escócia, 2016, 81 min) – Mike Day

Os caçadores de baleias das Ilhas Faroé acreditam que a caça é vital para o seu modo de vida. Entretanto, quando um professor local faz uma sombria descoberta relativa aos efeitos da poluição nos mares e ao colapso da população de aves marinhas, mudanças ambientais ameaçam mudar para sempre o tradicional modo de vida daquela comunidade.

A Terra Não Pôde Falar” (EUA, 2016, 31 min) – Javier Briones

No final dos anos 1970, o governo da Guatemala decidiu construir a hidrelétrica de Chixoy, no lugar onde por décadas viveram os índios de etnia Achi. Frente à resistência da comunidade, o Estado executou um massacre, no qual 177 mulheres e crianças foram brutalmente assassinadas. O filme entrevista os sobreviventes e visita os lugares onde ocorreu o inefável evento.

“Congo em Guerra” (Canadá/EUA/Congo/Qatar, 2017, 91 min) – Daniel McCabe

Um olhar imersivo e sem intermédios sobre a atual guerra mais longa do mundo e sobre aqueles que sobrevivem a ela. Seguindo quatro personagens carismáticos — um informante, um comandante de uma milícia patriótica, um comerciante de minérios e um alfaiate expulso de sua terra — o filme oferece uma perspectiva verdadeiramente congolesa sobre os problemas que assolam essa exuberante nação.

“Habaneros” (Reino Unido, 2017, 126 min) – Julien Temple

Uma breve história da capital cubana embalada pelo ritmo da salsa, do jazz, da rumba, do mambo e do hip-hop. Utilizando-se de imagens de arquivo, animações, trechos de filmes e entrevistas com moradores da cidade, testemunhas e especialistas, o filme retoma os principais momentos da moderna história de Havana, da abolição da escravidão em fins do século XIX à Guerra Hispano-Americana, da derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista à revolução de Fidel Castro, lançando luz sobre as incertezas de seu presente.

“N-Água (Itália, 2015, 52 min) – Pietro Belore e Martina Rosa

Em julho de 2013, o presidente da Nicarágua Daniel Ortega e o magnata chinês Wang Jing firmaram um acordo para a construção de um novo canal interoceânico no país, uma alternativa comercial ao Canal do Panamá. O documentário explora a problemática social e ambiental por trás do projeto, através de entrevistas com ambientalistas e políticos locais, além de viajar pelos caminhos do futuro canal, conhecendo territórios e populações que sofrerão as consequências deste megaempreendimento.

“O Dia em Que o Sol Se Foi” (Suíça/Japão/Finlândia, 2015, 87 min) – Aya Domenig

A cineasta suíço-japonesa Aya Domenig, neta de um médico que, trabalhando na Cruz Vermelha, presenciou o bombardeio de Hiroshima em 1945, volta-se para a experiência de seu falecido avô, reconstituindo as vidas de um médico e de enfermeiras que sobreviveram ao ataque. Enquanto recolhe as memórias e pontos de vista desses últimos sobreviventes, o desastre de Fukushima acontece, e a história parece se repetir.

“Pulso (Bélgica/Hungria/Portugal, 2016, 26 min) – Robin Petré

O criativo documentário enfoca as relações entre homem e animal a partir de um dos maiores criadouros de veados de toda a Europa, no qual vivem mais de 1500 veados-vermelhos. Trazidos de florestas húngaras 25 anos antes, esses seres continuam essencialmente selvagens.

Sangue Sami (Suécia, 2016, 110 min) – Amanda Kernell

Elle Marja,14 anos, é uma criadora de renas do povo Sami que decide deixar a sua comunidade natal e ir estudar em um internato na capital, Estocolmo. Em busca de uma vida melhor, enfrenta o racismo e a eugenia presentes na sociedade sueca da década de 1930, ao mesmo tempo em que rompe os laços que a unem a sua família e a sua cultura.

* Preservação

“Alforria Animal (EUA, 2016, 91 min) – Chris Hegedus e Donn Alan Pennebaker

Acompanhamos o advogado de direitos dos animais Steven Wise – que há 30 anos luta contra leis ineficazes – em seu desafio sem precedentes de garantir direitos cidadãos (como liberdade individual) aos animais. O objetivo é defendê-los de abusos, então ele entra com a primeira ação judicial que busca transformar um chimpanzé de uma “coisa” sem direitos em um “cidadão” com proteção legal. O filme captura uma mudança monumental em nossa cultura, à medida que a mídia e o público mostram maior receptividade à expansão dos direitos aos animais.

“As Estações (França, 2016, 95 min) – Jacques Perrin e Jacques Cluzaud

O inverno já durava 80 mil anos quando — em um curto período de tempo — o gelo derreteu e a paisagem se metamorfoseou, dando início ao ciclo das estações. Os animais ocuparam seu novo reino e muito tempo se passou até que o homem viesse a dividir com eles esse habitat, primeiro timidamente, com a caça e a coleta, depois com a agricultura e, posteriormente e de maneira mais dramática, com a indústria e a guerra. Esta fábula conta a longa e tumultuada história que vincula intrinsecamente humanidade e natureza – sua coexistência pacífica ainda é possível?

“Safári (Áustria, 2016, 90 min) – Ulrich Seidl

O diretor acompanha ricos turistas alemães e austríacos em suas viagens de férias, caçando animais em safáris no continente africano. Alguns buscam troféus, outros, apenas diversão. Mesmo que toda presa tenha o seu preço, eles sempre buscam uma maneira de legitimar suas próprias ações. Este filme é, acima de tudo, um retrato brilhante e perturbador da natureza humana.

Triste Oceano (Austrália, 2017, 76 min) – Karina Holden

Metade da toda a vida marinha foi perdida nos últimos 40 anos. Em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos mares. Diferente do que imaginamos nos últimos séculos, o oceano não é um lugar de recursos ilimitados, imune à mudança e ao declínio. Através de entrevistas com apaixonados ativistas, o filme desvela a história das mudanças em nosso oceano para defender a necessidade de preservá-lo.

“Troféu (EUA, 2017, 78 min) – Christina Clusiau e Shaul Schwarz

A cada ano, espécies africanas ameaçadas, como elefantes, rinocerontes e leões, aproximam-se mais da extinção. Seu declínio é incentivado, em parte, pelo desejo de consumir esses majestosos animais. O filme investiga a indústria da caça, reprodução e conservação animal. Através da perspectiva de apaixonados indivíduos que dirigem essas indústrias, aborda as consequências da imposição de valores econômicos aos animais. Será que a criação para a caça é uma das poucas opções reais para preservar essas espécies antes que seja tarde demais? 

* Trabalho

“Cooperativa Park Slope (França, 2016, 97 min) – Thomas Boothe

Em meio à crise econômica, à sombra de Wall Street, uma instituição que representa outra tradição americana está crescendo… Intensa, caótica e bruta, a Cooperativa Park Slope nasceu no Brooklyn, em 1973, quando um grupo de utopistas decidiu montar um supermercado organizado em cooperativa em seu bairro. Nadando contra a corrente de tudo que define o “American Way of Life”, os princípios básicos são simples: cada membro trabalha 2h45 por mês (é bem preciso!), e, em troca, pode comprar alimentos de qualidade excepcional a preços bem baixos.

“Dinheiro Amargo” (China, 2016, 152 min) – Wang Bing

Fábricas de roupas na China: a imagem que nos vem à mente é de enormes e organizadas linhas de montagem. Mas, aqui, o cenário é completamente diferente. Em uma cidade que cresce em ritmo acelerado, no leste da China, migrantes que sonham com uma vida melhor encontram poucas oportunidades e péssimas condições de vida. Nesta amarga crônica da China contemporânea, a câmera segue de perto três jovens, capturando as verdadeiras emoções de seu árduo trabalho diário e sua decepção ao receberem seus salários. Em uma época cheia de ilusões e reveses, muitas vezes enganamos nossos sentimentos para seguir uma vida obediente.

“Novas Palavras” (Coréia, 2016, 7 min) – Nils Clauss

Durante o rápido processo de industrialização da Coréia do Sul, entre as décadas de 1970 e 1980, novas palavras surgiram entre os operários para dar nome aos elementos radicalmente novos de suas vidas urbanas. O filme explora esse novo léxico.

“O Futuro do Trabalho e da Morte” (Reino Unido, 2016, 88 min) – Sean Blacknell e Wayne Walsh

O documentário explora os impactos que a tecnologia do futuro pode vir a ter sobre duas características intrínsecas à experiência humana: o trabalho e a morte. Com a automação avançada e a inteligência artificial, a utopia do fim do trabalho humano ou a distopia do desemprego generalizado podem não ser mais coisa de ficção científica. Cientistas, engenheiros e acadêmicos compartilham suas ideias sobre o futuro.

“O Iluminado Mundo de Tesla” (Canadá, 2017, 8 min) – Matthew Rankin

Nova York, 1905. O visionário inventor Nikola Tesla faz um último apelo à J.P. Morgan, seu antigo benfeitor. Inspirado em eventos reais, este eletrizante curta-metragem é uma espetacular explosão de imagem e som pertencente tanto à tradição do cinema de vanguarda quanto à do documentário animado.

 

“Sociedade do Almoço Grátis (Alemanha, 2017, 95 min) – Christian Tod

O que você faria se a sua renda básica estivesse garantida? Vista como uma utopia até alguns anos atrás, hoje essa ideia é mais palpável do que nunca. Através de entrevistas com especialistas e figuras-chave de diversas escolas de pensamento, da ala neoliberal à esquerda utópica, o filme explora a renda básica universal como uma possibilidade real nos dias de hoje.

4 – Sessão Especial

Experiência Sensorial: “Munduruku:A Luta para Defender o Coração da Amazônia

“Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia (Reino Unido/Brasil, 2017, 14 min) – Grace Boyle e James Manisty

Ao percorrer as belíssimas águas do rio Tapajós, no Pará, o cacique Juarez Saw nos convida a conhecer uma aldeia Munduruku e embarcarmos em uma jornada pelo coração da Amazônia. No entanto, esse paraíso está ameaçado. Com a experiência de realidade virtual multissensorial, podemos literalmente sentir o cheiro da mata, a brisa em um passeio de barco, o frescor da mandioca recém colhida da terra. Assim, compreendemos o que a floresta significa para os povos indígenas e comunidades ribeirinhas que dependem dela para sobreviver, e sua luta para proteger a floresta e seu modo de vida.

5 – Competição Latino-Americana

“A Selva o Conhece Melhor Que Você” – Juanita Omzaga (Colômbia/Bélgica, 2017, 20 min)

A Colômbia é uma terra de fantasmas. Dois gêmeos vagueiam por paisagens místicas em busca de espírito de seu falecido pai. Sua jornada os leva de Bogotá até a selva colombiana, passando pelos domínios do pensamento e mergulhando fundo em seus assombrados sonhos. É justamente aí que eles encontrarão algumas respostas e uma companhia inesperada.

“A Terceira Margem” – Fabian Remy (Brasil/França, 2016, 57 min)

Thini-á deixou sua tribo Fulni-ô aos 15 anos de idade e há 30 anos vive nas metrópoles do Brasil. O diretor Fabian Remoy o convidou a acompanha-lo pela região central do país em busca do passado de João Kramura, filho de sertanejos roubado e criado pela tribo Kayapó durante a Marcha para o Oeste, feita pelo governo do presidente Getúlio de Vargas. Durante a viagem, inspirado pela saga de João, Thini-á compartilha dúvidas e reflexões a respeito de uma decisão que pode mudar sua vida.

Abigail – Valentina Homem (Brasil, 2016, 17 min)

Abigail Lopes une os pontos de um mapa humano que conecta indigenismo e candomblé. O avesso do inverso, uma casa aberta de memórias quase extintas.

Agua Mole Pedra Dura – Flavia Angelico e James Robert Lloyd (Brasil, 2017, 68 min)

Um apelo global a uma mudança de paradigma, o filme testemunha a maior crise hídrica da história de São Paulo enquanto faz uma investigação profunda sobre a gestão de recursos hídricos na cidade e discute os fatos com especialistas, moradores, vítimas e ativistas.

“Baronesa” – Juliana Antunes (Brasil, 2017, 71 min)

Andreia quer se mudar. Leid espera pelo marido preso. Vizinhas em um bairro na periferia de Belo Horizonte, elas tentam se desviar dos perigos da guerra do tráfico e evitar as tragédias trazidas pela chuva.

Berta Vive – Katia Lara (Honduras, 2016, 20 min)

O assassinato de Berta Cáceres, ocorrido em 2016, abalou o mundo. Ela era líder do COPINH – Conselho Cívico de Organizações Populares e Povos Indígenas de Honduras. Neste filme, acompanhamos Miriam Miranda, amiga e companheira de Berta, em sua luta contra a instalação de uma barragem no rio Gualcarque, sagrado para o povo Lenca. Essas duas mulheres são peças chave na luta pela descolonização em um país que está sendo praticamente vendido ao capital transnacional e onde muitas vidas têm sido sacrificadas.

“Cidade Maya” – Andrés Padilla Domene (México/França, 2016, 24 min)

Na cidade de Merida, no México, um grupo de maias urbanos operam um misterioso instrumento a fim de realizar uma pesquisa num sítio arqueológico. O filme tangencia os limites da ficção científica e do documentário para desconstruir o imaginário corrente em torno da cultura e da identidade maias hoje.

“Corp” – Pablo Polledri (Argentina, 2016, 9 min)

Ambição, exploração do trabalho, poluição ambiental, degradação humana, mais-valia, corrupção e muito mais no “maravilhoso” mundo do livre mercado!

“Dedo na Ferida” – Silvio Tendler (Brasil, 2017, 92 min)

O filme trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto a perversão do capital só aspira a concentração da riqueza em poucas mãos. Neste cenário de tensões sociais, artistas e intelectuais lutam para transformar o mundo levantando temas como os fim dos direitos sociais, o desemprego, o mercado e o consumo. A arte se converte em ferramenta de mudança social provocando discussões que não interessam aos 1% mais ricos.

“Espólio da Cidade” – Paulo Murilo Fonseca e Andre Turazzi (Brasil, 2017, 79 min)

O filme retrata a visão de seis pessoas que têm suas vidas relacionadas a edifícios tombados na cidade de São Paulo. Evidencia-se uma tensão entre memória e desenvolvimento urbano e a complexidade das questões ligadas a preservação e a conservação do patrimônio arquitetônico da cidade.

“Estado de Exceção – Jason O’Hara (Brasil/Canadá, 2017, 89 min)

Enquanto o Rio de Janeiro se prepara para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, uma comunidade indígena urbana é ameaçada de despejo para, ironicamente, dar espaço à reforma de um estádio que recebe o mesmo nome dos indígenas originais daquele território: Maracanã. Filmado ao longo de seis anos, o filme retrata como, à medida que os megaeventos começam a ameaçar uma série de outras comunidades, os residentes se unem para lutar em defesa dos seus direitos constitucionais, temporariamente suspensos sob um “estado de exceção”.

“Estamos Todos Aqui” – Chico Santos e Rafael Mellim (Brasil, 2017, 20 min)

Rosa nunca foi Lucas. Expulsa de casa, ela precisa construir seu próprio barraco. O tempo urge enquanto um projeto de expansão do maior porto da América Latina avança, não só sobre Rosa, mas sobre todos os moradores da Favela da Prainha (Santos, SP).

“Estás Vendo Coisas” – Bárbara Wagner e Benjamin de Burca (Brasil, 2016, 18 min)

Na escuridão de uma boate, o cabeleireiro Porck e a bombeira Dayana tentam a sorte como cantores de brega enquanto promovem sua carreira do estúdio para o palco. Gestos são seguidos por melodias sobre amor, traição, luxúria e poder num documentário experimental sobre como a música pop é experienciada como uma nova forma de trabalho no nordeste do Brasil.

Fantasia de Índio” – Manuela Andrade (Brasil, 2017, 18 min)

Desde criança, ouvia minha mãe falar de minha ascendência indígena. Há duas décadas, meu tio materno foi ao encontro dos xukurus, à procura de rastros desse passado. Resolvi dar continuidade a essa busca.

“Fronteira Invisível (Argentina/Bélgica, 2016, 28’), Nicolás Richat e Nico Muzi 28 min

Na Colômbia, o tratado de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) deu fim a mais de 60 anos de conflito armado. Mas era essa a única tensão da região? A corrida de latifundiários para aumentar sua produção de óleo de palma para alimentar a indústria de biocombustíveis também expulsou camponeses e indígenas, destruindo seu modo de vida e concentrando terras nas mãos dos mais ricos. Irá a paz retornar as terras para seus verdadeiros donos, ou simplesmente as entregará para o agronegócio? O filme dá voz às comunidades locais que lutam por seus direitos e expõe as armadilhas da política de biocombustíveis.

Histórias de Cumaru– Simone Giovine (Brasil, 2018, 18 min)

O cumaru antigamente era usado pelo povo Kayapó como remédio. Hoje, os brancos fazem produtos cosméticos com sua semente. A Aldeia Kendjam se organiza então para coletar e vender cumaru para os “kuben”.

Krenak – Rogério Corrêa (Brasil, 2017, 74 min)

A história da tribo indígena Krenak, de Resplendor, Minas Gerais, desde a declaração da “guerra justa”, pelo rei português D. João 6º em 1808, até o desastre ambiental no Rio Doce, causado pela ruptura da barragem de minérios em Mariana, em 2015.

Nanã” – Rafael Amorim (Brasil, 2017, 25 min)

Em um complexo portuário e industrial, a população enfrenta o processo de gentrificação do território. A resistência é a terra.

“O Delírio é a Redenção dos Aflitos” – Fellipe Fernandes (Brasil, 2016, 21 min)

Raquel é a última moradora de um edifício condenado e ela precisa se mudar o mais rápido possível para salvar sua família.

O Eterno Retorno – Roberto Mathews (Chile, 2016, 28 min)

O filme é um ensaio que retrata experiências cotidianas vividas por vizinhos e voluntários depois da catástrofe do incêndio da cidade chilena de Valparaíso, Chile, ocorrido em 2014. Paisagens carbonizadas, imóveis irreconhecíveis e, depois de tudo, a reconstrução. O filme reflete sobre os constantes incêndios passados, atuais e futuros e seu significado para a cidade e seus habitantes.

Plantae – Guilherme Gehr (Brasil, 2017, 10 min)

Ao cortar uma grande árvore no interior da floresta amazônica, um madeireiro contempla uma inesperada reação da natureza. Uma reflexão sobre as conseqüências irreversíveis do desmatamento e da subjugação lamentável dos humanos aos demais seres da Terra.

“Quilombo Rio dos Macacos” – Josias Pires Neto (Brasil, 2017, 120 min)

O Quilombo do Rio dos Macacos, na Bahia, enfrenta conflito pela propriedade da terra de uso tradicional, reivindicada pela Marinha. Além de denunciar graves violações de direitos humanos – direito de ir e vir, acesso à água, saúde, educação, moradia e trabalho – o filme registra processos de negociações; mostra conflitos gravados no calor da hora pelos próprios quilombolas; documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território; apresentando um painel de caráter político, urgente e etnográfico.

Río Verde, o Tempo dos Yakurunas” – Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento (Peru, 2017, 70 min)

Guiado por cantos ayahuasca, o filme é uma jornada poética pelas profundezas da Amazônia. O longa explora a percepção do tempo por três comunidades que vivem às margens do rio Amazonas, fazendo o espectador imergir em paisagens habitadas por xamãs e sociedades míticas.

Sertão Velho Cerrado” – André D’Elia (Brasil, 2018, 96 min)

Preocupados com o fim do Cerrado no estado de Goiás, os moradores da Chapada dos Veadeiros buscam alternativas de desenvolvimento para sua região. A elaboração de um plano de manejo os desafia a conciliar interesses aparentemente incompatíveis, abrindo um diálogo necessário entre a comunidade científica, agricultores familiares, grandes proprietários de terra e defensores do meio ambiente.

“Sob a Pata do Boi” – Marcio Isensee e Sá (Brasil, 2018, 49 min)

A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante da região. Na década de 1970, quase não havia bois e a floresta estava intacta. Desde então, uma porção equivalente ao tamanho da França desapareceu, da qual 66% virou pastagem. A mudança foi incentivada pelo governo, que motivou a chegada de milhares de fazendeiros de outras partes do país. A pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da Amazônia, forjando poderosos políticos a defendê-la. Em 2009, o jogo começou a virar quando o Ministério Público obrigou os grandes frigoríficos a monitorarem o desmatamento nas fazendas de onde compram gado.

“Terra Solitária – Tiziana Panizza (Chile, 2017, 107 min)

Um pesquisador encontra 32 documentários filmados na Ilha de Páscoa há quase um século. Eles contêm imagens dos Moais, as gigantescas esculturas de pedra do local, mas mal mostram os habitantes da ilha. Isso porque, na época, eles eram submetidos a uma colonização cruel, tendo sido tratados como escravos e mantidos em cativeiro por mais de 60 anos. Além de revelar como um dos destinos turísticos mais bonitos do mundo já foi uma prisão, o filme registro o atual confinamento de uma comunidade mantida no local e vigiada por guardas chilenos.

“Terras Brasileiras” – Dulce Queiroz (Brasil, 2017, 55 min)

No sul do Mato Grosso do Sul, quase fronteira com o Paraguai, indígenas e produtores rurais disputam a posse da terra. Num clima tenso, sobram confrontos, despejos, ataques e até mortes. O conflito vem de séculos, provocado também por erros do próprio Estado brasileiro. Agora, os dois lados exigem solução urgente. A disputa já se transforma numa tragédia de grandes proporções.

“Velha Caveira” – Kiro Russo (Bolívia/Qatar, 2016, 78 min)

Em um povoado mineiro na Bolívia, um rapaz que perdeu o pai costuma beber nos karaokês e nas ruas, se metendo frequentemente em encrencas. Quando consegue trabalho numa mina, vai conhecer histórias obscuras sobre seu passado.

6 – Concurso Ecofalante

“Árvore de Sangue” (2017, Brasil, 21 min) – Igor Leite Araújo.

O filme, da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, acompanha o 1º Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, realizados na cidade de Palmas (TO).

Carne e Casca (2016, Brasil, 17 min) – Dani Drumond

Uma produção da AIC – Academia Internacional de Cinema, a obra tem como protagonista José Joaquim Francisco Filho, o “Mosquito”, que pesca sururu no rio Capibaribe, um dos mais poluídos do Brasil, enquanto luta pela sobrevivência e pelo futuro de seus netos.

Concreta Memória (2018, Brasil, 6 min) – Vitor Xavier

Realizado pelo É Nóis na Fita – Curso Gratuito de Cinema, o filme discute os muitos usos e disputas em torno de uma singela parede cinza na qual se encontra o ritual, o futebol, a manifestação e a violência.

“Dos Antigos aos Filhos do Amanhã” (2017, Brasil, 30 min) – Leonardo A. Gelio

Produzido pela PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o filme explora a luta pela manutenção da cultura caiçara na vila de Trindade (próxima a Paraty), através da construção de canoas e da passagem desse conhecimento às gerações futura.

“Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce” (2018, Brasil, 4 min) – Pâmela Peregrino

Realizado Unirio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, o filme narra a história da Orixá das águas doces, Òsùn, a deusa da fertilidade no Candomblé.

Vazio do Lado de Fora (2017, Brasil, 22 min) – Eduardo Brandão Pinto

Filme da UFF – Universidade Federal Fluminense que indaga sobre o futuro da favela Vila Autódromo após o violento processo de demolição das casas e ruas do local para as obras dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Xavante: Memória, Cultura e Resistência (2016, Brasil, 19 min) – Gilson Costa

Documentário da UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso,, apresenta um dos rituais mais importantes da cosmologia do povo xavante A’uwé Uptabi: a cerimônia Wapté Mnhõnhõ, que marca a passagem dos jovens para a vida adulta.

“Outro Fogo” (2017, Brasil, 21 min) – Guilherme Moura Fagundes

Realização da UnB – Universidade de Brasília, é um registro das relações de afinidade e inimizade com o fogo na conservação do Cerrado, através de técnicas de combate e de manejo.

“O Conto do Burro Amarelo” (2017, Brasil, 30 min) – Diana Mendes

Produção da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais que, ao tentar resgatar as memórias do avô da diretora do filme sobre o misterioso retrato de um burro amarelo, depara-se com recordações da própria infância da autora.

7 – Sessão Infantil

“Em Busca da Luz” (México, 2016, 4 min) – Rodrigo Martínez

Uma jovem garota aprisionada em um mundo de escuridão decide sacrificar seus poucos recursos com o propósito de trazer luz aos habitantes do lugar.

“Estrelas” (EUA, 2016, 5 min) – Han Zhang

Um avô e seu neto fornecem estrelas para o céu de uma cidade. No entanto, em uma noite nublada, tudo vira escuridão e eles terão que ser criativos para manter o negócio funcionando.

“Idade (Identidade)” (Chile, 2016, 6 min) – Marcela López Pazos

A animação é uma homenagem à vida tradicional camponesa e sua convivência em colaboração e equilíbrio com o contexto social e ambiental.

Kunumi, o Raio Nativo (Brasil/Holanda, 2016, 13 min) – Mauro D’Addio

Na cerimônia de abertura da Copa do Mundo Fifa 2014, um jovem garoto rompe com o protocolo e abre uma faixa pedindo a demarcação de terras indígenas: é Werá, ou MC Kunumi, escritor, compositor e cantor de rap.

Outono (França, 2016, 3 min) – Hélène Letourneur

No ateliê das quatro estações, o Senhor Outono trabalha a Terra. Utilizando-se de suas técnicas e apetrechos, ele deverá instalar-se no planeta.

“Pedro e o Velho Chico” (Brasil, 2017, 18 min) – Renato Gaia

A história do menino Pedro e do catador de materiais recicláveis Seu Chico. Quando o homem empresta seu diário ao garoto, ambos saem para uma incrível viagem pelo Rio São Francisco.

8 – Mostra Escola

Programa Ecofalante Universidades

“A Experiência Cecosesola (França, 2014, 59 min) – Ronan Kerneur e David Férret

Nascida há mais de 50 anos na Venezuela, hoje a cooperativa Cecosesola tem mais de 1200 associados, que administram supermercados populares e feiras através da autogestão. O filme explora suas dificuldades e potencialidades.

“A Grande Ceia Quilombola” (Brasil, 2017, 52 min) – Ana Stela Cunha e Rodrigo Sena

O filme retrata o Quilombo de Damásio, que tem se valido há séculos de uma estrutura social em que se privilegia o trabalho coletivo para a extração e o cultivo de alimentos.

“Banco Imobiliário (Brasil, 2016, 65 min) – Miguel Antunes Ramos

A urbe como um enorme jogo de tabuleiro. Incorporação imobiliária, empreiteiras, especulação, investimentos, marketing. Uma imagem do futuro. Um projeto de cidade.

“Cheirando Mal” (EUA, 2015, 95 min) – Jon J. Whelan

O mau-cheiro de um pijama infantil leva o diretor a uma jornada entre varejistas, laboratórios, empresários e aos salões do Congresso americano. Acompanhamos sua jornada pelos segredos da indústria química.

Espólio da Terra (Áustria, 2015, 91 min) – Kurt Langbein

Terras cultiváveis são escassas e valiosas. O filme retrata tanto investidores globais, em seu discurso sobre economia sustentável e prosperidade, quanto suas contradições: despejos, trabalho escravo, fim dos pequenos proprietários.

“Malditas Barragens” (EUA, 2014, 87 min) – Travis Rummel e Ben Knight

Vistas antigamente como maravilhas da engenharia, hoje as barragens são tidas como obras de violento impacto socioambiental. O filme mostra não só as mudanças nas paisagens, mas também em nossos valores.

“Modo de Produção (Brasil, 2017, 75 min) – Dea Ferraz

O Sindicato de Trabalhadores Rurais de Ipojuca e o seu cotidiano: relações laborais, aposentadorias, demissões e o desenvolvimento que supostamente haverá de chegar.

“Não Respire – Contém Amianto” (Brasil, 2017, 70 min) – André Campos, Carlos Juliano Barros

e Caue Angeli – Banido em quase 70 países por seu devastador poder cancerígeno, o amianto ainda não foi proibido no Brasil. O filme investiga como a indústria do amianto tenta vender a imagem do minério como algo “não tão ruim”.

“O Custo do Transporte Global” (Espanha/França, 2016, 83 min) – Denis Delestrac

Noventa por cento dos bens que consumimos são fabricados em terras distantes e trazidos até nós por navios. O filme é uma audaciosa investigação sobre o funcionamento e a regulamentação dessa indústria

“Quando Dois Mundos Colidem” (Reino Unido, 2016, 103 min) – Heidi Brandenburg Sierralta e Mathew Orzel

Sobre os dois lados do violento conflito entre o Estado peruano, em seu projeto de extração de petróleo, minério e gás da Amazônia, e os povos indígenas que ali vivem.

“Quem Controla a Água? (Alemanha/França, 2010, 82 min) – Leslie Franke e Herdolor Lorenz

Sobre o mercado privado de água e os múltiplos movimentos, na França, EUA, América Latina e África, que pretendem trazer o fornecimento de água de volta às mãos dos cidadãos.

“Sustentável (EUA, 2016, 92 min) – Matt Wechsler

Uma investigação sobre a instabilidade econômica e ambiental de nosso sistema alimentar, das questões agrícolas que enfrentamos às pessoas que estão determinadas a resolver o problema.

“Terra de Muitos Palácios (China/Reino Unido, 2015, 61 min) – Adam Smith e Ting Song

O filme acompanha uma funcionária do governo chinês cujo trabalho é convencer camponeses a deixarem suas terras, a fim de povoar cidades-fantasmas e levar em frente o plano de desenvolvimento do Estado.

“Todo o Tempo do Mundo” (Canadá, 2014, 87 min) – Suzanne Crocker

Em busca de novas perspectivas, uma família decide deixar o conforto do lar para viver por nove meses em um bangalô isolado na natureza, sem eletricidade, água encanada, internet ou até mesmo relógios.

9 – Atividades Paralelas

Seminário de Cinema e Educação

local: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo

*** 29/05

* 10h00 – masterclass “A Pedagocia do Dispositivo: Cinema e Educação”, com Cezar Migliorin (UFF)

* 13h15 – mesa 1 “A Produção Audiovisual como Processo Educativo e Emancipatório”, com Jorge Bodanzky (cineasta), Vincent Carelli (cineasta e fundador do Vídeo nas Aldeias) e Bete Bullara (Cineduc)

* 15h05 – mesa 2 “Regulamentação: A Garantia do Acesso aos Filmes em Sala de Aula”, com Francisco C. “Ícaro” Martins (cineasta), Adriana Fresquet (URJ), Rodrigo Chacon (Cesnik, Quintino & Salinas) e João Batista da Silva (SAv-MinC)

*** 29/05

* 10h00 – mesa 3 “Projetos de educação em Instituições de Preservação Audiovisual”, com Hernani Heffner (Cinemateca do MAM-RJ), Maria Angélica dos Santos (SMC Porto Alegre) e Ana Dillon (Imagens em Movimento)

* 13h15 – mesa 4 “O Cinema como Pedagogia para uma Formação Cidadã: Diálogos entre Cinema e Educação”, com Carlos Miranda (Unicamp), Inês Teixeira (UFMG), Marcos Napolitano (USP) e Moira Toledo (FAAP)

* 15h30 – mesa 5 “Cinema, Educação e Meio Ambiente (Lei 9.795/99 da Educação Ambiental)”, com Pedro Roberto Jacobi (USP), Edson Grandisoli (Reconectta) e Antonio Carlos Rodrigue de Amorim (Unicamp)

Workshop A Prática do Cinema Documental

ministrado pelo cineasta Jorge Bodanzky

data: 2 e 9 de junho

local: Unibes Cultural

inscrições: https://www.sympla.com.br/workshop-a-pratica-do-cinema-documental-com-jorge-bodanzky__288313 valor: R$ 200,00 e R$ 100,00 (para estudantes, idosos e professores da rede pública básica)

Workshop O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente, ministrado por Edson Grandisoli, diretor educacional da Reconectta.

Data: 23 de junho

local: Instituto Singularidades