Há 17 anos, no dia 12 de fevereiro de 2005, foi assassinada a missionária Dorothy Mae Stang, após uma vida de luta em defesa da floresta e de seus povos
Nascida em Ohio, nos Estados Unidos, Dorothy Stang passou mais da metade da sua vida na Amazônia, onde se naturalizou Brasileira. Iniciou na área da congregação das Irmãs de Notre Dame de Namur, que reúne mais de duas mil religiosas, realizando o trabalho pastoral no mundo. Irmã Dorothy chegou em Coroatá, no Maranhão, em 1966.
Nos anos de 1970, ela seguiu pela transamazônica, se instalando no Xingu. No Xingu, irmã Dorothy foi testemunha ocular das barbáries do projeto de ocupação da Amazônia e se uniu aos que para lá foram levados e abandonados.
A religiosa era incansável no final dos ano 1990, Dorothy decidiu com a comunidade, viabilizar um plano de desenvolvimento sustentável para áreas devolutas em Anapu, no Pará. Sempre anotando, pesquisando e carregando mapas e documentos, a missionária descobriu e provou vários casos de grilagem.
Para denunciar as invasões, Dorothy Santng percorria os órgãos governamentais e da justiça. Neste processo, as ameaças contra a sua vida se intensificaram. Até que na manhã de 12 de fevereiro de 2005, Dorothy Satang foi morta com 7 tiros nas proximidades do acampamento esperança. O autor dos disparos foi Rayfran das Neves Sales, que teria chegado a poucas semanas no Estado. Ele executou ordens dos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Galvão (Taradão).
Em um processo com muitas idas e vindas, os mandantes foram condenados a 30 anos de prisão. Rayfran recebeu 7 anos. Dois outros participantes: Clodoaldo Carlos Batista e Amair Feijoli da Cunha receberam 18 e 17 anos de prisão, respectivamente.
Taradão demorou 14 anos para ser preso e é o único dos condenados que continua cumprindo pena de reclusão.
Envolvendo a disputa de dezenas de hectares de terra grilada, o assassinato da missionária foi cruelmente barato para seus mandantes.
Serviço
De Olho na História – Dorothy Stang
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