por Leonardo Brant – 

Há de se criar no Brasil um ecossistema inteligente e eficaz de investimento no documentário: por sua riqueza, relevância econômica, cultural e social. Trago aqui algumas reflexões sobre este “outro cinema” como estratégia para o país. E também para a indústria do entretenimento, do investimento social e comunicação de causas:

1. Fortalecimento da Democracia: a função educativa do documentário o transforma em dos principais antídotos contra desinformação, estimulando a visão crítica em relação ao cada vez mais complexo sistema informacional que vivemos atualmente.

2. Educação Midiática: o documentário é o mais potente instrumento educativo para promover conscientização e debate público sobre os temas mais urgentes, e também os mais difíceis e controversos. Ao mesmo tempo, é uma ferramenta completa de letramento audiovisual, imprescindível nos dias atuais.

Pelas frestas | Foto L.Brant

3. Convergência: as plataformas digitais, com modelos narrativos mais diversos e menos engessados, tornam-se o terreno mais fértil para o florescimento de um novo mercado de documentário, conectado direto com as audiências e suas demandas por vida real.

4. Ecossistema colaborativo: diferente da indústria tradicional do cinema, o ambiente do documentário é geralmente mais suave, cooperativo e distributivo, propiciando o empreendedorismo em rede. Multiprotagonista e muito mais autônomo, ele permite estabelecer relação direta com públicos de nicho, sobretudo o educativo.

5. Cinema Nacional: o documentário é o grande celeiro de cineastas brasileiros. Nomes como Humberto Mauro, Glauber Rocha e Eduardo Coutinho, entre muitos outros, do passado e da atualidade, se notabilizaram pela produção documental. Investir em documentário significa abrir portas do mercado para novos talentos, descentralizando, oxigenando e tornando a indústria mais diversa.

6. Diversidade: a nova safra de documentaristas surgirá inequivocamente das populações periféricas, das mulheres, negras e negros, segmentos lgbtqia+ e indígenas. A criação de um ecossistema colaborativo oferece mais oportunidades de autor representação, ampliando as vozes e demandas de um Brasil diverso e complexo.

7. Melhor investimento: público ou privado, tanto no aspecto econômico, de retorno por real investido, empregabilidade, cadeia auxiliar, quanto de relevância pública, engajamento, retorno de marca, valor cultural e histórico. Nosso país ainda não foi capaz de criar um ambiente de investimento social privado voltado ao documentário. Isso abre uma janela de oportunidade para governos, indústria criativa e empresas éticas e cidadãs.

Por seu grande poder de engajamento e transformação social, o documentário torna-se excelente ferramenta de investimento de causas. A Deusdará Filmes conta com inúmeros projetos disponíveis para incentivadores que buscam impacto social aderente às agendas ESG e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Acesse www.deusdara.net/projetos e saiba mais.

(Envolverde)