Na sexta-feira passada (4/5), tive um encontro educacional inesquecível em São Paulo com um grupo de jovens. Na pequena sala, lotada, eu ouvi a história de excepcionais ex-alunos, muitos deles campeões em olimpíadas de conhecimentos. A maioria formada no ITA, alguns com passagens pelas melhores universidades norte-americanas. Contavam por que decidiram deixar seus empregos promissores em estabelecidas empresas para se dedicar a uma tarefa naquela sala apertada, quase claustrofóbica: ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, melhorar a educação no Brasil.

Eles estão inventando um projeto digital, batizado de Geekie, em que o aluno possa aprender no seu próprio passo, recuperando os conhecimentos que, muitas vezes, nunca tiveram. É como se cada um tivesse um professor particular (veja mais detalhes aqui).

O projeto ainda está em fase de testes, desenvolvido inteiramente no Brasil, mas acompanhando a necessidade de fazer com que os alunos saibam usar melhor o computador – o que ainda está para ser provado no mundo inteiro. Nada substitui o bom professor, mas quanto mais ele deixar de transmitir conteúdo e ser um gestor de curiosidades, melhor.

A Virada Educacional brasileira vai ocorrer (se ocorrer) de diversos jeitos. Um deles é quando os melhores alunos colocarem suas vidas (e seus bolsos) para produzirem bons alunos.

* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.

** Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.