Automóveis emitiram menos poluentes na última década, aponta estudo

Levantamento registra redução da emissão de poluentes como monóxido de carbono (CO), com queda de 52,1%, e hidrocarbonetos não-metano (NMHC), que caiu 45,1% no período. Foto: Martim Garcia/MMA
Levantamento registra redução da emissão de poluentes como monóxido de carbono (CO), com queda de 52,1%, e hidrocarbonetos não-metano (NMHC), que caiu 45,1% no período. Foto: Martim Garcia/MMA

Um estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente e parceiros mostra uma diminuição constante das emissões de poluentes por veículos automotores nos últimos 10 anos: mesmo com o aumento de 100% da frota de veículos automotores entre 2002 e 2012, o levantamento registra redução da emissão de poluentes como monóxido de carbono (CO), com queda de 52,1%, e hidrocarbonetos não-metano (NMHC), que caiu 45,1% no período (veja quadro abaixo).

Os dados estão no Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários 2013, que está disponível no site do Ministério do Meio Ambiente. O trabalho tem como base as emissões atmosféricas do ano de 2012, e apresenta um quadro completo do total de poluentes emitidos no Brasil pelo transporte rodoviário, incluindo automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas.

Esta é a segunda edição do inventário. A primeira foi lançada em 2011. A presente edição trouxe aprimoramentos nos cálculos de emissões, com a ampliação do escopo da ferramenta e a incorporação de dados provenientes de pesquisas recentes.

1O inventário apresenta uma série histórica das emissões, abrangendo o período de 1980 a 2012, sobre os poluentes regulamentados pelo Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) – monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos não-metano (NMHC), aldeídos (RCHO), material particulado (MP), além dos gases de efeito estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). Também foram inventariadas as emissões de material particulado por desgaste de pneus, freios e pista.

Para a ministra Izabella Teixeira, o grande trunfo desta nova edição é reforçar o conhecimento técnico sobre esta importante fonte de impactos ambientais, subsidiando as políticas públicas brasileiras e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em suas deliberações. Segundo a chefe da pasta ambiental, cada vez mais as decisões tomadas pelo Conselho se baseiam em dados e estudos técnicos.

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Ney Maranhão, ressalta a relevância das emissões veiculares no total das emissões de poluentes das cidades brasileiras. “As novas fases de nossos Programas de Controle da Poluição Veicular, como Proconve P7 e L6 e Promot M4, aliadas aos novos combustíveis com baixíssimo teor de enxofre, irão confirmar as previsões do Inventário Nacional, levando a uma diminuição ainda maior na emissão de poluentes”, declarou Maranhão.

“Medidas firmes”

O secretário afirma que os bons resultados demonstram a importância de manter “medidas firmes” de controle da poluição, pois a frota de veículos não para de aumentar. É necessário também que os governos estaduais adotem medidas, como os programas de inspeção e manutenção veicular, e que se dediquem à melhoria da mobilidade urbana.

A diretora de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Letícia Carvalho, ressalta a importância do lançamento do inventário, principalmente porque no momento o Conama discute um novo Padrão Nacional de Qualidade do Ar. Para ela, os números apresentados pelo Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas sustentam a proposta do MMA, de que o Brasil adote os valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde, a OMS.

“O quadro do setor de transportes, com emissões decrescentes advindas dos novos motores e dos novos combustíveis, aliado ao processo de reorganização territorial da logística industrial, nos faz ter certeza que o Brasil pode e deve seguir as recomendações da OMS e adotar um Padrão de Qualidade do Ar compatível com os anseios da sociedade brasileira, por um ambiente urbano de melhor qualidade e centrado na melhoria da saúde da população”, destaca.

A publicação também está disponível nos sites das 12 instituições parceiras que trabalharam no aperfeiçoamento do método do inventário e na sistematização das informações.

Baixe aqui o estudo na íntegra (em PDF).

* Publicado originalmente no site EcoD.