Em 12 anos, Terra teve desmatamento equivalente ao território da Groenlândia

Desmatamento na Amazônia também contribui para a alta taxa de devastação. Foto: DuSantos
Desmatamento na Amazônia também contribui para a alta taxa de devastação. Foto: DuSantos

 

A Terra perdeu 2,2 milhões de quilômetros quadrados de florestas entre 2000 e 2012, uma área equivalente a Groenlândia (maior ilha do mundo) e à formação original do Cerrado brasileiro. Os dados são de uma sofisticada base voltada ao acompanhamento do desmatamento no mundo, uma iniciativa lançada na quinta-feira, 20 de fevereiro, pela Google, organizações ambientalistas e vários governos.

O site www.globalforestwatch.org permitirá observar o desaparecimento de árvores em todo o planeta a partir de imagens em alta resolução com atualizações frequentes. As informações poderão ser consultadas de graça.

“O problema para reunir os dados não foi a falta de vontade, nem a ausência de leis para regular o desmatamento. O problema é, entre outros, a falta de capacidade para saber realmente o que está acontecendo”, afirmou à AFP Andrew Steer, diretor-geral do World Resources Institute, líder na criação de base de dados.

“Quando o presidente da Indonésia aprovou boas leis para (proteger) as florestas, foi muito difícil para ele saber o que de fato estava acontecendo em tempo real”, declarou Steer a jornalistas.

Acesso livre

A base permitirá a qualquer pessoa verificar, através da internet, as florestas protegidas e inclusive as empresas que compram óleo de palma proveniente de plantações ilegais, acrescentou.

O desmatamento desempenha um papel crucial nas mudanças climáticas e nas florestas, que ocupam um terço do planeta, funcionam como depósitos naturais de gases causadores de efeito estufa, que, de outra forma, se dispersariam na atmosfera.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 

Para montar a base de dados, o Google compilou milhões de imagens de satélite mantidas durante mais de 40 anos pelo Instituto Americano de Geologia.

Massa de dados

Rebecca Moore, engenheira da empresa, explicou que a maior dificuldade do projeto foi “gerar esta massa de dados” com um nível de detalhes pertinente e útil.

Os governos da Noruega, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos também participam da iniciativa.

* Publicado originalmente no site EcoD.