Quatro maiores economias da União Europeia pedem por corte de 40% nas emissões

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Alemanha, França, Reino Unido e Itália enviaram uma carta nesta semana pedindo que a União Europeia (UE) implemente uma meta de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEEs) mais ambiciosa do que a atual até 2030.

O documento, remetido a Connie Hedegaard, comissária climática da UE, e a Gunther Oettinger, comissário de energia do bloco, pede por uma meta de corte de GEEs para 2030 de pelo menos 40% em relação aos níveis de 1990. A atual meta é de uma diminuição de 20% até 2020 em comparação com os índices de 1990.

O texto foi assinado pelos alemães Barbara Hendricks e Sigmar Gabriel, ministros do meio ambiente e da energia, pelo britânico Ed Davey, secretário de energia e mudanças climáticas, pelo francês Philippe Martin, ministro da ecologia, e pelo italiano Andrea Orlando, ministro do meio ambiente.

Segundo os ministros, a meta deve ser parte de novas propostas para o desenvolvimento energético e a mitigação das mudanças climáticas que a Comissão Europeia apresentará para os Estados-membros nos próximos meses.

“É essencial que cheguemos a um acordo ambicioso se quisermos evitar os efeitos mais sérios e prejudiciais das mudanças climáticas. A Europa tem um papel de liderança a desempenhar na criação de um ímpeto e no aumento da ambição até Paris em 2015 [COP 21], incluindo a conferência climática de líderes mundiais de Ban Ki-moon em 2014”, escreveram os políticos.

“Mas para desempenhar esse papel de liderança, a UE deve ter uma posição inicial clara e ambiciosa sobre suas reduções de emissão domésticas até 2030, e deve estabelecer políticas e regulamentações europeias para implementar sua estratégia de descarbonização segura e sustentável”, continuaram.

Eles colocaram que reduzir as fontes de energia baseadas na emissão de carbono também era essencial para combater “as fontes de energia primitivas e a crescente dependência na importação de combustíveis fósseis, cada vez mais caros e voláteis”.

Os ministros acreditam que essa meta também é necessária para fortalecer o comércio de emissões do bloco, e que a influência global da EU poderia ser prejudicada caso metas mais ambiciosas não passassem do discurso à ação.

A carta se segue a um pedido anterior assinado e enviado em dezembro, mas que só se tornou público nesta segunda-feira, e em que oito Estados-membros – Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Irlanda, Itália e Portugal – pedem que a comissão estabeleça uma meta de energias renováveis para 2030.

O documento de dezembro sustenta que mais energia deve vir de fontes como eólica e solar, e que uma meta maior das renováveis possibilitaria mais investimentos nessas fontes, reduziria a dependência na importação de energia e tornaria o planejamento energético mais eficiente.

Contudo, nem todos os Estados-membros da UE concordam com a proposição do texto de dezembro, e alguns deles, como a Polônia e o Reino Unido, juntamente com setores industriais mais intensos em carbono, defendem que o bloco deveria estabelecer apenas metas de redução de CO2.

A comissão deve anunciar no final de janeiro se realmente estabelecerá as novas metas propostas de redução de emissões e de renováveis.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.