Rio+20 deve criar "paradigma internacional" de sustentabilidade, defende Figueiredo

Embaixador Luiz Alberto Figueiredo defendeu um texto mais conciso para a cúpula. Foto: Marcello Casal Jr./ABr

“O paradigma do desenvolvimento sustentável tem que passar a ser, até como resultado da Rio+20, o paradigma internacional dentro da própria ONU, e na área de cooperação internacional”. A opinião é do embaixador Luiz Alberto Figueiredo, que também é negociador-chefe da delegação brasileira na conferência marcada para os dias 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Ele concedeu entrevista à Rádio ONU no sábado, 2 de junho, em Nova York, onde participou da penúltima reunião informal antes da cúpula.

Segundo Figueiredo, as três dimensões do desenvolvimento sustentável devem estar presentes na cooperação: os fatores econômico, social e ambiental. Ainda conforme o embaixador, a sustentabilidade exige um modelo de combate à pobreza em todo o mundo.

“Não existe desenvolvimento sustentável com fome, com estagnação econômica e com degradação ambiental. Está é a mensagem que vale para todos os países. E é com esta mensagem que nós temos que sair do Rio de Janeiro”, frisou Figueiredo.

O embaixador também defendeu “mais concisão” para o documento final da conferência, que ainda está sendo negociado pelos países participantes, a fim de ajudar na percepção das metas pela sociedade. O texto tem, atualmente, 80 páginas. “Esse tipo de texto precisa dar uma mensagem direta, clara e objetiva. Quanto maior for, menos legível será para a sociedade. Nós gostaríamos de ter um texto que seja de impacto e portanto um texto mais curto.”

Nos dias 13 a 15 de junho, negociadores dos países signatários da ONU, que participam do encontro, estarão reunidos no Rio de Janeiro para preparar a declaração final que será endossada, durante a cúpula (20 a 22), por dezenas de chefes de Estado e governo.

Veja uma parte da entrevista de Luiz Alberto Figueiredo:

* Publicado originalmente no site da EcoD.