ODS13

Novo índice do CDP Supply Chain oferece classificação e comparação aos participantes do relatório

por Caroline Ligório, da Envolverde, especial para o CDP – 

Tendo como base os dados dos relatórios CDP Supply Chain 2017, a WayCarbon atualizou a forma de estabelecer o índice de resiliência das cadeias de valor na América Latina. A metodologia leva em consideração as ameaças (ocorrências potenciais de eventos naturais ou fisicamente induzidos, impacto físico ou tendências a estes que podem causar perdas e danos) e o indicador de gestão, o qual inclui uma variedade de elementos tanto estratégicos, quanto operacionais que criam capacidade de resposta para lidar com este impacto. Desta forma, identificam-se quais as empresas mais ou menos vulneráveis.

Atentar-se para as ameaças para os negócios e quais empresas já empenham esforços para lidar com as mudanças climáticas é fundamental, diante de um cenário em que essas mudanças refletem em perdas econômicas. Em 2017 a perda foi de USD 353 bilhões, deste total USD 344 bilhões tiveram origem em eventos climáticos extremos. De 2000 a 2016, este impacto aumentou em 93%. Para resolver o problema da mudança do clima e tratar a mitigação de forma séria, as cadeias de valor têm papel decisivo para se chegar às soluções, uma vez que, emitem quatro vezes mais do que as empresas que estão no topo da cadeia.

O novo índice divulgado no evento CDP Supply Chain 2018, nesta semana em São Paulo, levou em consideração quatro ameaças relacionadas ao relatório de água: inundação, deslizamento, escassez hídrica e ondas de calor em uma simulação 2017 – 2040. Para compor o indicador de gestão foram considerados: identificação de risco, gestão de risco, identificação de oportunidade, gestão de emissões, verificação & asseguração, integração na estratégia e gestão da água.

A novidade para este ano é o uso de mineração de dados para identificar a localização exata das empresas respondentes. Anteriormente, esta identificação era genérica, pois, determinava-se apenas o país de origem. No entanto, regiões de um mesmo país são afetadas de maneiras diversificadas. O índice 2017 teve uma amostra de 22 países, 13 possuem cadeia de valor expostas à mudança do clima.

Segundo o índice de resiliência das cadeias de valor na América Latina, das 654 empresas que compõem o índice, 34% são resilientes ou estrategistas, ou seja, 222 empresas apesar de estarem sujeitas a riscos climáticos estão lidando de maneira adequada ou apesar de ainda não estarem sob o risco estão preparadas para lidar com ele. 77 das 222 são empresas mexicanas. Apenas 25% das empresas respondentes são classificadas como expostas, o México é o país líder na América Latina em número (49%), seguido por Brasil (23%) e Argentina (6%).

Chama atenção o grande volume de empresas que participam da iniciativa, mas que ainda não possuem informações básicas de emissão ou que não fizeram avaliação qualitativa com relação a esses riscos e a relevância do clima para o seu negócio. No Brasil, 64% das empresas respondentes apresentam baixa maturidade em gestão climática. No México, essas empresas correspondem a 55%. (CDP/Envolverde)