Os eventos do Global Climate Strike durante o mês de setembro levaram estudantes e adultos a milhares de manifestações focadas nas mudanças climáticas e as empresas de tecnologia entraram na onda. Os gigantes do setor prometeram nova devoção à sustentabilidade e ocultaram partes de seus sites nos chamados apagões “ecológicos”.
Diante de milhões de animais desaparecendo, um milhão de espécies ameaçadas de extinção, geleiras derretendo e a Amazônia queimando, os organizadores da greve argumentam que as mudanças climáticas constituem uma emergência, mas não são tratadas como uma. As origens das greves nasceram com Greta Thunberg, uma estudante sueca de 16 anos que se tornou o rosto de um movimento de jovens que protestavam contra a inação pelas mudanças climáticas.
Alguns dos líderes do setor de tecnologia aproveitaram a atenção para fazer novas promessas à sustentabilidade. O CEO da Amazon, Jeff Bezos, prometeu que sua gigante do comércio eletrônico reduziria completamente ou compensaria suas emissões de dióxido de carbono até 2040, enquanto o CEO do Google, Sundar Pichai, disse que sua empresa fez “a maior compra corporativa de energia renovável da história”, com 18 acordos de energia nos EUA, Chile e Europa que aumentam os megawatts do portfólio mundial de energia eólica e solar do Google em mais de 40%.
Milhares de sites participaram de um “green out” para protestar contra a censura na Internet. Segundo o site Reviewbox, mais de 7.000 sites colocaram sobreposições verdes em suas páginas com links para detalhes sobre as mudanças climáticas – ou fecharam partes de seus sites por completo.
A marca Patagonia fechou sua loja online e suas lojas físicas, além de colocar um vídeo de ativistas em sua página de destino. A Wikimedia Foundation, que opera a Wikipedia, também dedicou a página de destino da fundação à greve climática.
O WordPress, uma plataforma gratuita de publicação que alimenta milhares de blogs e sites, disponibilizou ferramentas para qualquer editor adicionar sobreposições, banners e links sobre o tema em suas páginas.
Gigantes da tecnologia se levantam
A promessa de Bezos de tornar a Amazon neutra de carbono até 2040 inclui um programa de reflorestamento de US$ 100 milhões e a compra de 100.000 vans de entrega elétrica. A empresa enfrentou críticas sobre doações a políticos e grupos de lobby que negam a existência de mudanças climáticas e cortejam negócios de empresas de petróleo e gás.
Pichai disse que os investimentos em energia renovável do Google desencadeariam o desenvolvimento de milhões de painéis solares, turbinas eólicas e outras construções, somando mais de US$ 2 bilhões em nova infraestrutura.
A Apple, no evento onde apresentou sua nova linha de iPhones, elogiou seu compromisso de reduzir o desperdício com a reciclagem e anunciou que seus novos dispositivos seriam feitos de alumínio reciclado.
Outros gigantes da tecnologia foram menos assertivos durante os eventos globais de protesto. O Facebook disse que seus funcionários estariam livres para participar das greves climáticas e que a empresa está incorporando sustentabilidade em suas operações. No ano passado, eles estabeleceram uma meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa da empresa em 75% até 2020. A Netflix não participou diretamente dos eventos.
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