Os gases do efeito estufa (GEEs) provenientes da exploração das areias betuminosas no Canadá triplicarão para 92 milhões de toneladas ao ano, impedindo que o país cumpra a meta de redução de 17% das suas emissões até 2020, demonstrou um relatório.
Dados da agência ambiental do governo canadense confirmam que o país não cumprirá seus compromissos internacionais devido ao aumento das emissões na extração de petróleo das areias betuminosas, que excede em muito a redução de 31 milhões de toneladas de CO2e esperada para o setor de energia elétrica até 2020.
O atual governo conservador há anos já abandonou as metas de redução dos GEEs sob o Protocolo de Quioto estabelecidas durante o governo Liberal que o antecedeu. Porém em dezembro de 2009, o país havia concordado sob o Acordo de Copenhague em cortar as emissões em 17% até 2020.
Em conjunto, as medidas existentes que visam controlar as emissões do país, em nível federal e provincial, devem reduzir as emissões em 65 milhões de toneladas (Mt) anualmente na próxima década. Este montante significa cerca de um quarto das reduções necessárias para cumprir o Acordo de Copenhague, ou seja, chegar a 607 Mt em 2020 (Figura abaixo).
A agência ambiental estima que outros setores, como agricultura e transportes, também contribuirão para o aumento de emissões.
A província canadense de Alberta possui 85% das reservas mundiais de petróleo em areias betuminosas e sua extração é uma das mais poluentes do planeta.
A pegada de carbono deste tipo de extração de petróleo é muito superior ao processo tradicional devido ao grande consumo de energia, além de que a exploração tem sido a causa do desmatamento de grandes áreas de florestas boreais, resultando na esterilização da paisagem natural com a construção de grandes lagos e da própria mina a céu aberto.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.