OMS classifica violência contra mulher como problema de saúde global

 

35% das mulheres no mundo sofre violência física e sexual.

Relatório afirmou que o problema afeta 35% das mulheres no mundo; agência da ONU lançou guia para ajudar o setor de saúde dos países a lidar com esse tipo de crime.

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, classificou a violência contra mulher como um problema de saúde global no mesmo patamar de uma epidemia.

Um relatório da OMS divulgado esta quinta-feira, diz que a violência física e sexual atinge 35% das mulheres no mundo e é cometida, em sua grande maioria, pelos seus parceiros íntimos. Isso significa que uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de abuso.

Ajuda

O documento foi preparado com a parceria da London School, da Grã-Bretanha, e do Conselho de Pesquisa Médica, da África do Sul.

Chan disse ainda que os sistemas de saúde mundiais podem e devem fazer mais pelas mulheres que sofrem qualquer tipo de violência.

Impacto

O relatório mostra que o impacto dessa violência é grave. Mulheres e meninas correm o risco de sofrer de depressão, alcoolismo e de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Além disso podem ficar grávidas ou realizar abortos, sem falar na ameaça de ferimentos e morte.

O documento diz ainda que 45% das mulheres africanas e 36% das mulheres que vivem em regiões das Américas e do leste do Mediterrâneo já sofreram violência sexual.

Nos países ricos, o índice de mulheres vítimas do mesmo tipo de violência chega a 33%.
Segundo a OMS, o sul e o leste da Ásia, o leste do Mediterrâneo e a África são as regiões onde a violência cometida pelos maridos atinge a maior média, acima dos 36%.

Estigma

O relatório afirma que o medo do estigma continua sendo a principal causa para que muitas mulheres deixem de denunciar seus parceiros.

Junto com o documento, a Organização Mundial da Saúde, lançou também um guia para orientar os países sobre como melhorar os sistemas para responder aos casos de violência contra mulheres.

A OMS ressalta a necessidade de uma união de todos os setores para acabar com a tolerância com esse tipo de crime e, ao mesmo tempo, dar mais apoio às vítimas.

* Publicado originalmente no site Rádio ONU.