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Bolsa lança novos objetivos do índice de sustentabilidade

O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na Bolsa sob o olhar da sustentabilidade corporativa. Foto: Shutterstock
O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na Bolsa sob o olhar da sustentabilidade corporativa. Foto: Shutterstock

Com 10 anos de atuação, Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA busca aumentar a relevância para investidores, fortalecer seu papel para uma cultura de sustentabilidade nas empresas e ampliar o conhecimento pela sociedade, além de exigir maior transparência.

Por Juliana Guarexick, da Envolverde – 

São Paulo, 02 março de 2016 – A BM&FBOVESPA realizou hoje (02) o lançamento do processo 2016 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Na ocasião foram apresentados o cronograma de atividades para este ano e os novos Objetivos Estratégicos 2016-2020.

A principal expectativa para este novo ciclo é a obrigatoriedade da divulgação das respostas dos questionários das empresas integrantes da carteira, conforme indicação do Conselho Deliberativo do ISE (CISE), incorporada à consulta pública juntamente com as demais alterações do questionário.

Da carteira vigente, 94,3% (33 de 35) autorizaram a divulgação de suas respostas, que estão públicas no site do ISE. No primeiro ano, em 2012, apenas 21,6% (8 de 37) concordaram em dar transparência às informações. Desde então, a adesão foi crescente e rápida: em 2013, 37,8% (14 de 37); em 2014, 55% (22 de 40); em 2015, 85% (34 de 40); em 2016, 94,3% (33 de 35).

Segundo a Presidente do Conselho Deliberativo do ISE e diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA, Sonia Favaretto, o ISE não é apenas um índice de ações que faz parte de um conjunto de índices da BM&FBOVESPA. Ele é um índice de sustentabilidade. E isso define todo o desafio que ele encerra. Desafio de representar, estimular, provocar e liderar mudanças no estilo de gestão, negócios, produção e comportamento nas companhias listadas.

Novos objetivos Estratégicos

Para definir as novas metas, o Conselho Deliberativo do ISE (CISE) se baseou em uma série de evidências identificadas e sistematizadas pelo GVces (Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV) sobre o grau de atingimento dos Objetivos Estratégicos 2011 – 2015, bem como os desafios fundamentais da sustentabilidade, onde o ISE se insere.

Dos objetivos estratégicos anteriores, o 1 (Ampliar a abertura de informações ao mercado), 4 (Fortalecer os canais de comunicação e diálogo com as partes interessadas) e 5 (Trabalhar pelo aperfeiçoamento do escopo e processos de elaboração do questionário) se tornaram “Fundamentos” (aspectos fundamentais do processo do ISE, a serem permanentemente mantidos e aprimorados) e os demais permanecem como tema dos objetivos, agora tratados com maior focalização e aprofundamento. 

Fundamentos ISE

  1. Transparência: dar transparência ao processo ISE e às respostas das empresas ao questionário;
  2. Diálogo com as partes interessadas e a sociedade: criar e manter ativos canais de diálogo com as partes interessadas e a sociedade em geral, como fundamento para legitimidade, representatividade e atualidade do ISE como expressão das suas expectativas sobre a sustentabilidade empresarial.
  3. Aperfeiçoamento contínuo do escopo e do processo: atualizar anualmente o questionário ISE, com base em pesquisa acadêmica e processos participativos, de modo a mantê-lo em sintonia com o estado da arte do conhecimento em sustentabilidade e com as expectativas da sociedade.  Conhecer os desafios e oportunidades do processo ISE, agindo de modo a otimizar sua eficiência operacional e sua capacidade de atender aos objetivos estratégicos.
  4. Autonomia financeira, metodológica e decisória: Garantir as condições materiais, técnicas e de gestão para que o ISE tenha a legitimidade e credibilidade necessárias para cumprir seu papel e avançar em sua missão.

 

Objetivos Estratégicos ISE 2016 – 2020

  1. Aumentar a relevância do ISE para os investidores
  • Evidenciar as relações entre sustentabilidade empresarial e desempenho econômico-financeiro;
  • Identificar e motivar o uso do ISE por formadores de tendência do mercado financeiro;
  • Ampliar a utilidade para os agentes de mercado (investidores diretos, gestores de investimento, serviços de informação, agências de rating, analistas e operadores).
  1. Fortalecer o papel do ISE para uma cultura de sustentabilidade nas empresas
  • Ressaltar o ISE como fonte de maior competividade na atração de capitais;
  • Facilitar e incentivar o uso do ISE como instrumento de diagnóstico e de transparência.
  1. Ampliar o reconhecimento do ISE pela sociedade
  • Dar visibilidade à contribuição do ISE aos mais diversos públicos por meio de ações de comunicação e engajamento.

Para Sonia, o ISE tem uma missão mais ampla do que ‘apenas’ influenciar os diretamente envolvidos no seu mecanismo, que são os investidores e as empresas. “O ISE tem na sua raiz a missão de ajudar a transformar um modelo econômico, e por isso ele deve impactar e ser impactado por toda a sociedade, que é, portanto, nosso terceiro objetivo estratégico”, completa. 

Sobre o ISE

Iniciativa pioneira na América Latina, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) busca criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações. Foi criado em 2005, apresentando sua primeira carteira de ações em dezembro do mesmo ano, tornando-se o quarto índice desse tipo no mundo.

Passada uma década de sua criação, o ISE deixou de ser apenas uma iniciativa pioneira para se tornar uma realidade concreta e promissora. Em dez anos, o ganho acumulado do ISE superou 120%, o que equivale a três vezes o retorno do Ibovespa, principal índice da Bolsa. Houve vantagem também na volatilidade, que nesse mesmo período foi de 25,57 no ISE e de 42,81 no Ibovespa. Sua 11ª carteira de ações, em vigor de 04 de janeiro de 2016 a 29 de dezembro de 2016, reúne 40 ações de 35 companhias, que representam 16 setores da economia e somam R$ 960,52 bilhões em valor de mercado, o equivalente a 44,75% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&FBOVESPA, com base no fechamento de 24 de novembro de 2015. Seus resultados reforçam a expectativa de que investimentos em negócios que consideram as questões socioambientais e possuem melhor governança apresentam melhor rentabilidade no longo prazo e menor risco para o investidor. (#Envolverde)