Conceito é uma forma de entidades apresentarem seus relatórios, acrescentando informações que vão além das contábeis e financeiras, com objetivo de dar mais transparência

Recém aprovada no Brasil, a norma técnica que orienta a produção dos relatos integrados já começa a ser adotada pelas empresas. Segundo a BDO, uma das BIG 5 de auditoria e consultoria no mundo, houve um crescimento de 40% na procura de seus clientes por trabalhos ligados a agenda de sustentabilidade, que envolve os aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês). Inicialmente a adoção da norma não obriga a elaboração do Relato Integrado, mas torna-se referência como metodologia de integração de informação financeiras e não financeiras.

O conceito de Relato Integrado, também conhecido por “RI” é uma forma de empresas e órgãos governamentais, além de entidades do terceiro setor, apresentarem seus relatórios, acrescentando informações que vão além das contábeis e financeiras, com objetivo de dar mais transparência às organizações e, assim gerar maior valor e credibilidade. Em dezembro de 2020, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou o Comunicado Técnico Geral (CTG) 09 – Relato Integrado, norma técnica que orienta a produção, em linha com a norma do  International Integrated Reporting Council (IIRC) .

“Na medida em que as discussões sobre sustentabilidade avançam, e os resultado começam a aparecer, não há mais dúvidas de que empresas que valorizam as práticas ESG podem ter resultados mais satisfatórios do àquelas que não adotam”. Tanto que de 2020 para cá, a BDO percebeu um aumento significativo de empresas e clientes que buscam e estão aplicando temáticas relacionadas ao tema, esse crescimento supera a ordem de 40%”, afirma a sócia da área de Auditoria e Sustentabilidade da BDO, Viviene Bauer.

De acordo com Viviene, diversos órgãos internacionais estão preocupados com a demanda crescente do mercado por informações não financeiras e se mobilizam para unir forças. Na esteira da atual crise econômica, o desejo de promover a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável, ligando melhor as decisões de investimento, o comportamento corporativo e os relatórios, tornou-se uma necessidade global. Destacou ainda a recente publicação sobre  Extended External Reporting (EER)  do  International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) , que traz importante guia para os auditores que estão se deparando com a asseguração desses novos tipos de informações.

“Esta procura maior é um fato muito importante, porque certamente existe uma grande oportunidade para que as empresas brasileiras aprimorem seus relatórios corporativos incorporando aspectos dos relatórios integrados”, afirma. “As empresas já estão percebendo o ganho de aperfeiçoar a prestação de contas às partes interessadas ( stakeholders ), sejam os próprios colaboradores ou até mesmo clientes, fornecedores, parceiros comerciais e comunidades locais”.

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