Bilionários crescem, mas renda se concentra em apenas 1% da população
Metade mais pobre da população mundial não ficou com nada do que foi gerado no ano passado, diz pesquisa da Oxfam.
Metade mais pobre da população mundial não ficou com nada do que foi gerado no ano passado, diz pesquisa da Oxfam. Cerca de 7 milhões de pessoas que compõem o grupo dos 1% mais ricos do mundo ficaram com 82% de toda riqueza global gerada em 2017, aponta um estudo divulgado pela organização não-governamental britânica Oxfam antes do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça.
A metade mais pobre da população mundial, por outro lado, não obteve nada do que foi gerado no ano passado. Esse grupo reúne 3,7 bilhões de pessoas, mostra o relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”. Para fazer seus levantamentos, a ONG britânica de combate à pobreza usa dados sobre bilionários da revista “Forbes” e informações sobre a riqueza em escala global de relatórios do banco Credit Suisse.
Entre os mais ricos do mundo, há um grupo formado apenas por bilionários. Segundo o estudo, o número de bilionários registrou o maior crescimento histórico. Entre março de 2016 e março de 2017, o mundo ganhou um novo bilionário a cada dois dias e o grupo somou 2.043 pessoas. A cada 10 deles, nove são homens, ao passo que, entre os mais pobres, a maioria é mulher.
A variação positiva das principais bolsas de valores do mundo eleva o patrimônio dessas pessoas, que possuem muitos ativos financeiros. “Eles estão mais sujeitos ao sabor das variações na Bolsa”, explica Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam.
A quantidade de distribuição de lucros e dividendos também cresceu e ajudou a levar o patrimônio de ricos ao patamar bilionário.
Mas isso, diz Georges, foi feito às custas da precarização de relações trabalhistas. O movimento, conduzido entre 2008, início da crise global, e 2012, foi realizado por cerca de 100 países. Em 2017, chegou atrasado ao Brasil, que colocou sua reforma em prática somente em novembro.
Renda
No ano passado, a riqueza da elite global aumentou em US$ 762 bilhões, quantia suficiente, segundo a Oxfam, para acabar com a pobreza extrema mais de sete vezes. Enquanto isso, a metade mais pobre da população mundial vive com renda diária entre US$ 2 a US$ 10.
De acordo com cálculos da entidade britânica, dois terços da riqueza dos bilionários é oriunda de heranças, rendimentos vindos da atuação empresarial em setores monopolizados e de vantagens adquiridas por meio de relações com os governos. Unisinos (#Envolverde)





