Bomba não
Por Leno F. Silva – Os problemas na esfera política que estamos vivendo devem ser enfrentados no campo das ideias. Na minha infância era comum soltarmos bombinhas ao lado da fogueira no período das festas juninas.
Por Leno F. Silva –
Os problemas na esfera política que estamos vivendo devem ser enfrentados no campo das ideias.
Na minha infância era comum soltarmos bombinhas ao lado da fogueira no período das festas juninas. A rua de terra era o nosso playground. Ali nos reuníamos por horas, com as famílias sentadas na calçada, onde saboreavam as delícias da época: pipoca, paçoca, bolos, churrasquinhos e outras comidas preparadas pelas nossas mães.
Também eram populares as biribinhas, mistura de pólvora enrolada em um pedaço de papel de seda que, quando arremessadas ao chão, explodia e fazia um barulho estridente que incomodava os ouvidos de todos nós.
Nunca gostei de rojões, artefato recomendado apenas para os adultos e que, mesmo assim, deveria ser usado com muita cautela. Entre uma bombinha de brinquedo e uma bomba de verdade a diferença está, entre outros complementos, na quantidade de explosivo e na sua finalidade.
Nessa atmosfera de intolerância e de acirramento político em que vivemos a bomba lançada recentemente à sede do Instituto Lula pode ser uma preocupação para a nossa democracia. Os problemas na esfera política que estamos vivendo devem ser enfrentados no campo das ideias, com diálogo e respeitando as regras constitucionais em vigor.
Agosto acabou de começar e tomara que nenhuma atitude extrema e desesperada de qualquer lado possa levar a uma crise sem controle e com consequências que poderão ser desastrosas para todos os brasileiros. Por tudo o que passamos e sofremos durante a ditadura militar, não merecemos ver esse filme de novo. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.

Dal Marcondes
Jornalista com especialização em economia, meio ambiente, sustentabilidade e ESG.





