COP24 – Sociobiodiversidade e populações tradicionais são destaques em programação do Espaço Brasil

Números indicam que a coleta de produtos encontrados no interior da floresta amazônica, como castanha, açaí e babaçu, garantem a subsistência de mais de 2 milhões de pessoas no Brasil. Apenas em áreas protegidas, estas atividades extrativistas movimentam mais e R$ 1 bilhão por ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Atualizado em 05/12/2018 às 09:12, por Redação Envolverde.

Números indicam que a coleta de produtos encontrados no interior da floresta amazônica, como castanha, açaí e babaçu, garantem a subsistência de mais de 2 milhões de pessoas no Brasil. Apenas em áreas protegidas, estas atividades extrativistas movimentam mais e R$ 1 bilhão por ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse foi um dos assuntos discutidos hoje (04), na COP24 (Conferência sobre Mudanças Climáticas), organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em Katowice, na Polônia, dentro do Espaço Brasil.

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“É cada vez mais importante que se valorize os povos tradicionais e que se crie políticas governamentais inclusivas, com o objetivo de fortalecer a produção florestal sustentável, que mantém as florestas protegidas, além de enaltecer a herança cultural dos nossos povos”, afirma Francisco das Chagas, diretor da Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas (Conaq).
Chagas destaca que, anualmente, mais de 350 mil toneladas de produtos não-madeireiros são extraídos da Amazônia legal brasileira. O principal produto de base florestal é o açaí, com mais de 200 mil toneladas coletadas por ano. Depois, aparecem o babaçu, com 79 mil
toneladas, e a castanha do Pará, com 37 mil toneladas anuais.

“Os povos tradicionais, como quilombolas e indígenas, respiram a floresta. E a conservação do nosso habitat é uma das ferramentas que mantêm a longevidade das nossas atividades e o desenvolvimento social das populações locais”, complementa.
Para Roberto Palmieri, secretário executivo adjunto do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), fomentar a economia de base florestal é uma das principais estratégias para a conservação da biodiversidade e para a manutenção da
floresta em pé.

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“Entendemos que, nas florestas, existem instrumentos capazes de fomentar transformações sociais e, ao mesmo tempo, conservar a biodiversidade brasileira, uma vez que essas populações extraem o seu sustento da floresta, com produtos não-madeireiros e o manejo
florestal responsável”, ressalta.

Além de conservar uma riqueza genética incalculável, as florestas também abrigam uma série de serviços ecossistêmicos que, direta ou indiretamente, causam impacto à sociedade. Eles regulam a qualidade do ar, a temperatura e a sazonalidade das chuvas, por exemplo. “Isso ainda sem levar em consideração a matéria-prima extraída através do manejo florestal responsável, como a madeira, a biomassa, os óleos, as frutas e os vegetais”, acrescenta o secretário executivo adjunto do Imaflora.

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ESPAÇO BRASIL – Pelo terceiro ano seguido, o Brasil organizou uma área exclusiva dentro da COP para engajar a sociedade e discutir os resultados do país na área ambiental. Neste ano, a programação do Espaço Brasil é dividida por dias temáticos. Entre eles, haverá eventos dedicados a florestas, comunidades e povos tradicionais, negócios e ao legado do país na agenda ambiental. Os debates terão a participação de representantes do setor público, iniciativa privada, sociedade civil e comunidade científica. Consulte a programação:
http://espacobrasil.gov.br

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