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Falta de informação é desafio no cuidado da saúde da população LGBTQIAP+

Por Synergia Socioambiental* –  A saúde da população LGBTQIAP+ passa por um constante descaso quando consideramos que poucas pesquisas e análises têm identificado membros e membras da comunidade.

Atualizado em 11/07/2023 às 15:07, por Dal Marcondes.

Por Synergia Socioambiental* – 

A saúde da população LGBTQIAP+ passa por um constante descaso quando consideramos que poucas pesquisas e análises têm identificado membros e membras da comunidade. Além disso, a falta de informação gera uma dificuldade de acesso em outros serviços essenciais de direito  – como a educação e, até mesmo, o acesso ao mercado de trabalho.  

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou em 2019, pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Saúde:  Orientação sexual autoidentificada da população adulta , onde  1,2% da população se declarou homossexual  e  0,7% se declarou bissexual . Entretanto, no caso das pessoas homossexuais, a pesquisa não distinguiu o percentual de gays e lésbicas.  

A pesquisa apontou, ainda, que  1,1% da população declarou não saber sobre a sua sexualidade  e 2,3% das pessoas se recusaram a responder.  A conclusão trazida pela publicação foi de que tais dados podem estar associados ao fato de que as pessoas ainda não teriam conhecido a própria sexualidade.  

Em uma versão mais assertiva, pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 2021,  contabilizou a quantidade de pessoas transgênero ou não binárias  no Brasil. O resultado apontou que quase  2% da população brasileira se declara transgênero ou não binária , o que  representa 4 milhões de pessoas .  

A partir dessas recentes pesquisas têm sido possível ter um  olhar mais detalhado  e cuidadoso para  criação de  políticas públicas e ações  que atendam os cuidados com a saúde da população LGBTQIAP+.  

Avanços e barreiras para promover a saúde da população LGBTQIAP+  

Como forma de atender a essa grande parcela da população e  promover acesso aos serviços básicos essenciais , existem políticas públicas que, aos poucos, têm alcançado a comunidade LGBTQIAP+.  

Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais , criada em 2011, possui uma série de estratégias e metas para as  gestões federal, estadual e municipal  a fim de promover o acesso igualitário da população LGBTQIAP+ ao  Sistema Único de Saúde (SUS) .  

Mas a aplicação da  Política Nacional  ainda enfrenta barreiras para avançar, como o preparo de profissionais. Uma pesquisa realizada pelo Hospital Albert Einstein, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de São Caetano do Sul apontou que o  acesso à saúde é mais difícil para pessoas da comunidade LGBTQIAP+  com 50 anos ou mais.  

A pesquisa apontou discrepâncias nos percentuais de exames realizados entre pessoas heterossexuais e pessoas LGBTQIAP+.  Mais de 70% das pessoas heterossexuais  entrevistadas para a pesquisa já realizaram  exames preventivos para câncer de colo de útero . Já o percentual de pessoas LGBTQIAP+ que realizaram o mesmo exame não chega a 40%.  

Os/as pesquisadores/as apontam que os dados são resultado de  estereótipos que limitam os cuidados da comunidade LGBTQIAP+  a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Além disso, o  medo do preconceito  impede que parte da população faça acompanhamento e exames regularmente.  

Por isso, tem sido fundamental a  capacitação de profissionais da área da saúde  para  acolher e tratar  devidamente a comunidade LGBTQIAP+. O assunto, inclusive, tem  ganhado espaço nas universidades , permitindo uma formação mais abrangente de profissionais – que ao chegarem aos hospitais e unidades de saúdes, estarão aptos e aptas para cuidar da saúde da população LGBTQIAP+.

*Obs: Publicado no âmbito da parceria de conteúdo entre a Envolverde e a Synergia Socioambiental

(Synergia Socioambiental/Envolverde)