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Jovens estudantes de São Paulo: unidos, organizados e conscientes

  Por Leno F. Silva*  É sabido que a educação é prioridade de qualquer governo. Há anos se discute nas esferas municipal, estadual e federal, mecanismos de investimentos para a melhoria do ensino público, notadamente o sistema fundamental e o médio.

Atualizado em 14/12/2015 às 14:12, por Redação Envolverde.

 

Por Leno F. Silva* 

É sabido que a educação é prioridade de qualquer governo. Há anos se discute nas esferas municipal, estadual e federal, mecanismos de investimentos para a melhoria do ensino público, notadamente o sistema fundamental e o médio.

As escolas públicas eram, no passado, sinônimos de qualidade, e hoje são desprestigiadas pela parcela abonada da sociedade, que tem condições de pagar as altas mensalidades das instituições de ensino de “excelência”, voltadas para formar uma parcela restrita de cidadãos.

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Transformada em negócio e muitas delas regidas pelas regras do mercado, cabe aos governos garantir que a educação seja universalizada, oferecendo condições de aprendizados para jovens brasileiros de distintas regiões e classes sociais, com metodologias, professores, conteúdos, instalações e um conjunto de atividades complementares que estimulem o desenvolvimento, a visão crítica, e a formação daqueles que, um dia, também poderão ter a oportunidade de desempenhar diversas funções no mundo do trabalho e contribuir para a condução desta nação.

Em um contexto de aperto financeiro e de necessidade e mostrar serviço, recentemente o Governo do Estado de São Paulo foi surpreendido pela mobilização dos alunos que, pacificamente, ocuparam escolas contra a maneira impositiva pela qual a Secretaria da Educação decidiu fazer mudanças, as quais implicariam em fechamento de unidades com o remanejamento dos alunos.

O movimento de ocupações cresceu rapidamente, atingiu mais de 200 estabelecimentos de ensino, gerou a solidariedade de professores e de diversos setores da sociedade, mas foi hostilizado com violência pela Polícia Militar e pelo governador, que apenas no final de um processo desgastante decidiu cancelar a implantação das mudanças em curso, com o compromisso de retomar a proposta em 2016 com a participação de alunos, professores, familiares, e de demais interessados.

Em diversas situações considera alienada, a juventude estudantil de São Paulo demonstrou, neste episódio, que está unida, consciente da realidade, e que qualquer alteração no sistema educacional, por melhor que seja, deve incluir etapas participativas que contemplem o diálogo, a consulta, a discussão com quem é diretamente atingido: alunos, corpo docente e pais, além de pesquisadores, especialistas e quem mais tiver idéias para a melhoria da educação pública brasileira.

Lutar permanentemente por serviços públicos de qualidade como, neste caso, a educação, é batalhar por uma nação inclusiva, que oferece condições para que todos os jovens se desenvolvam com dignidade. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)

* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.


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