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Mata Atlântica é chave para um futuro sustentável em São Paulo

O Brasil se prepara para sediar a COP30 em um cenário de protagonismo federal e de grande mobilização no combate a crimes ambientais. Dados recentes do MapBiomas mostram uma redução de 32,4% na área desmatada no país em 2024, um avanço crucial na luta contra as mudanças climáticas. Isso, no entanto, não diminuiu a urgência da agenda ambiental.

Atualizado em 08/09/2025 às 16:09, por Redação Envolverde.

por Marina Helou* –

O Brasil se prepara para sediar a COP30 em um cenário de protagonismo federal e de grande mobilização no combate a crimes ambientais. Dados recentes do MapBiomas mostram uma redução de 32,4% na área desmatada no país em 2024, um avanço crucial na luta contra as mudanças climáticas. Isso, no entanto, não diminuiu a urgência da agenda ambiental. Se a redução do desmatamento é a primeira frente de batalha, a restauração florestal vem na sequência.

Já na segunda metade da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas
(2021-2030), não custa relembrar porque revitalizar nossos biomas é fundamental para
combater a crise do clima e a perda de biodiversidade. Afinal, 2030 é o prazo final para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda onde São Paulo tem um papel de liderança inquestionável.

A Mata Atlântica, além de ser o bioma mais populoso e de maior peso econômico no país, é um dos mais ameaçados do mundo. Segundo dados do último Relatório Anual de Desmatamento no Brasil, 80% dos 561 hectares de Mata Atlântica desmatados em 2023 no país ocorreram no estado de São Paulo. Esses números alarmantes ressaltam a urgência da restauração.

Enquanto isso, ações em municípios como Campinas, que investe na recuperação de áreas de preservação permanente (APPs), mostram que a iniciativa local é vital para o avanço da agenda. O governo do estado prevê a restauração de 37 mil hectares até o ano que vem (2026), o que é um avanço. Porém, é preciso estabelecer diálogo com os proprietários rurais com esta mesma finalidade. O desafio de recuperar milhares de hectares é imenso.

A restauração florestal não surge apenas como medida compensatória, mas uma estratégia central para garantir resiliência climática, segurança hídrica e qualidade de vida nas próximas décadas. E em um estado como São Paulo — altamente urbanizado, pressionado por eventos extremos e com um passivo ambiental relevante —, restaurar a Mata Atlântica é também uma forma de fortalecer sua liderança na transição ecológica do país.

É nesse espírito que o debate público sobre restauração precisa ganhar escala e profundidade,
conectando ciência, políticas públicas e práticas no território. Iniciativas que reúnem
especialistas, gestores públicos e atores da sociedade civil ganham ainda mais relevância. Um exemplo é o debate “A Restauração no Clima da COP”, promovido pela Iniciativa Verde e pela Envolverde no próximo dia 10, antecedendo a conferência climática e buscando aproximar ciência, políticas públicas e práticas em campo. Estaremos juntos nesse diálogo tão importante!

Espaços como esse ajudam a transformar consensos ambientais em estratégias concretas. O futuro das florestas não será decidido apenas em grandes conferências, mas nas escolhas que estados, municípios e cidadãos fazem agora. A década da restauração já passou da metade e São Paulo tem condições de liderar esse esforço. Vamos juntos debater esse caminho.

*Marina Helou – Deputada Estadual e Coordenadora da Frente Parlamentar Ambientalista/SP

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