Recordes de calor e fenômenos ambientais incomuns em 2016 preocupam agência meteorológica da ONU
Temperatura do mês de março atingiu cerca de 1ºC acima da média calculada para o período durante o século passado. Derretimento de gelo no Ártico e na Groenlândia já quebrou recordes em 2016 e, em fevereiro, concentração de CO2 na atmosfera ultrapassou limite adequado.

Temperatura do mês de março atingiu cerca de 1ºC acima da média calculada para o período durante o século passado. Derretimento de gelo no Ártico e na Groenlândia já quebrou recordes em 2016 e, em fevereiro, concentração de CO2 na atmosfera ultrapassou limite adequado.
Por Redação do ONU Brasil –
Os três primeiros meses de 2016 quebraram recordes de temperatura para o período pela maior margem já verificada. No mês de março, por exemplo, os termômetros registraram valores 1,07ºC mais altos do que a média global calculada para o mês ao longo século passado. Para janeiro e fevereiro, a elevação média foi de 0,91ºC e 1,04ºC.
Também em março, a extensão do gelo no Oceano Ártico foi a menor já observada pelo segundo ano consecutivo. No mesmo mês, mais de 10% da calota de gelo da Groenlândia derreteu precocemente, batendo por cerca de 30 dias de antecedência o recorde de degelos extensos – situação que levou o Instituto de Meteorologia Dinamarquês a achar que seus equipamentos de medição estavam quebrados.
Esses e outros fenômenos incomuns associados ao aquecimento do planeta estão preocupando a Organização Meteorológica Mundial (OMM) que emitiu um alerta na semana passada (21) a respeito do agravamento das mudanças climáticas.
O cenário observado apenas no início de 2016 é alarmante principalmente porque 2015 havia sido considerado o ano mais quente da história, com consequências severas para o meio ambiente, a alimentação e a segurança da humanidade.
Em fevereiro desse ano, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera ultrapassou a fronteira das 400 partes por milhão, atingindo a taxa de 403,28.
Na Austrália, o branqueamento dos recifes de corais – que teve início em 2015 – piorou em nesse ano devido às temperaturas recordes do oceano. A Grande Barreira de Corais australiana foi uma das faixas do litoral mais afetada.
No Chifre e no Sul da África, estiagens causadas pelo El Niño provocaram insegurança alimentar generalizada e escassez de energia produzida por hidrelétricas. Em partes da América do Sul, como no Paraguai, Argentina e Uruguai, enchentes causaram estragos em diversas regiões.
A agência meteorológica da ONU chamou atenção para a necessidade de investir na adaptação às mudanças climáticas, pois as emissões do passado e no presente por si só levarão ao aquecimento do planeta.
Ondas de calor, secas, enchentes, tempestades violentas e desastres associados a desequilíbrios climáticos serão mais frequentes. Os riscos, porém, podem ser evitados caso haja investimentos em sistemas de alerta e monitoramento que poderiam antecipar e contornar crises.
A OMM informou ainda que tem trabalhado junto a governos para criar redes de informação capazes de identificar detalhadamente as fontes de gases do efeito estufa presentes em cada país – o que permitira a formulação de estratégias para limitar as atividades que liberam essas substâncias na atmosfera. (ONU Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.





