O agronegócio é responsável por um terço do PIB no Brasil e, em 2017, bateu recorde de produtividade e fechou o ano com o faturamento de 96 bilhões de dólares em exportação e investirá pesado na aquisição de aviões agrícolas. A frota brasileira é a segunda maior do mundo com 2.115 aeronaves (2.108 aviões e sete helicópteros), atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem 3,6 mil aeronaves agrícolas, segundo a Agência Federal de Aviação (FAA). Porém, não são todas produzidas no país.
Uma aeronave agrícola turbo-hélice possui capacidade de aplicação maior que as de pistão. É necessário importar esse modelo, abrindo oportunidade de negócio para quem atua com comércio exterior. É o caso da Razac Trading, empresa com uma área especializada em importação de aeronaves. “Notamos um crescente na demanda de modelos agrícolas, principalmente por conta do crescimento da economia. O agricultor percebeu que é um investimento que gera retorno rápido, mas o processo de adquirir uma não é tão simples”, comenta Luiz Ferraz, diretor da área de importação de aeronaves na Razac.
Realizar a importação de um avião é um processo complexo, envolvendo questões como contrato de compra, aspectos legais e técnicos, traslados e o desembaraço aduaneiro, incluindo homologação da autoridade aeronáutica. O processo pode ser demorado e exige bastante dedicação e conhecimento.
“Uma importação realizada de forma incorreta pode trazer prejuízos difíceis de recuperar. Além de verificar a legislação, o apoio de um consultor é fundamental, pois o que funciona para o produtor vizinho, nem sempre pode funcionar para o outro”, explica Luiz Ferraz. Para áreas com mais de 5 mil hectares já compensa utilizar uma aeronave agrícola turbo-hélice, que possibilita atingir grandes níveis de produtividade. Mas, para áreas menores, talvez não seja a melhor alternativa.
Em 2017, o crescimento de aeronaves importadas foi de 1,5% (32 aeronaves), o que representa ainda um acumulado de 46,2% nos últimos 10 anos. Entre os estados que possuem maior número de aeronaves agrícolas estão o Mato Grosso (464), Rio Grande do Sul (427) São Paulo (314) e Goiás (277). Minas Gerais teve o maior crescimento (15,5 %), passando de 71 aeronaves em 2016 para 82 em 2017. “Temos uma previsão otimista para 2018, de que o Brasil importe entre 30 e 40 aeronaves turbo-hélice novas, alcançando até 25% a mais do que no ano passado. Como não há produção do produto no Brasil e os impostos de importação são baixos, a compra no exterior se torna ainda mais atrativa”, afirma Luiz Ferraz. (#Envolverde)