Por Baher Kamal, da IPS –
Roma, Itália, 3/2/2017 – Sente-se cansado, com preguiça, aborrecido, passa muitas horas jogado diante da televisão ou sentado olhando e-mails? É um erro e é perigoso. A falta de exercício contribui para o câncer, diabete, depressão e outras doenças não transmissíveis. O alarme é forte e foi dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta que os riscos da falta de atividade física aumentam de forma preocupante no mundo, e incentiva as pessoas a praticarem atividade física.
Um novo documento da OMS destaca que cada vez menos pessoas praticam alguma atividade física em muitos países, e quase um em cada quatro adulto e mais de 80% dos adolescentes são extremamente sedentários. O Plano de Ação Mundial 2013-2020 da OMS, de prevenção e controle de enfermidades não transmissíveis, recomenda que as pessoas sedentárias comecem “pouco a pouco a atividade física” e aumentem de forma gradual sua duração, frequência e intensidade.
“A atividade física pode ser de qualquer tipo, não só esporte, e deve gastar energia, desde jogos até tarefas do lar como jardinagem e até dança. Qualquer atividade, de trabalho, caminhada ou ciclismo, para diferentes lugares ou como parte do tempo de lazer, tem benefícios para a saúde”, destaca a OMS.
Para as pessoas que ainda não estão convencidas, a agência apresenta dez fatos concretos.
- A atividade física reduz o risco de doenças
A atividade física reduz o risco de cardiopatias coronárias e acidentes cerebrovasculares, diabetes, hipertensão e diferentes tipos de câncer, como de cólon e de mama, bem como depressão. Também é fundamental para equilibrar a energia e controlar o peso. Cerca de 23% dos adultos e 81% dos adolescentes não realizam atividade física suficiente. E, em geral, as mulheres e meninas são menos ativas do que homens e meninos, e os idosos praticam menos atividade física do que os mais jovens.
- A atividade física ajuda a manter o corpo saudável
As pessoas ativas fisicamente têm:
* melhor estado físico muscular e cardiorrespiratório;
* melhor saúde funcional e óssea;
* menor propensão a doenças coronárias, pressão alta, acidentes cerebrovasculares, diabetes, câncer e depressão;
* menor risco de cair e quebrar o quadril ou as vértebras;
* mais probabilidade de manter um bom peso.
- A atividade física não é o mesmo que praticar esporte
A atividade física é qualquer movimento corporal produzido pelos músculos e que use energia. Isso inclui esportes, exercícios físicos e outras atividades como brincar, caminhar, as tarefas do lar, jardinagem, dançar, entre outras.
- A atividade física moderada ou vigorosa é benéfica
A intensidade se refere ao ritmo com que a atividade é realizada, e pode ser descrita como quão duro deve trabalhar uma pessoa para realizá-la. A intensidade dos diferentes movimentos varia segundo as pessoas. Segundo o grau de aptidão física da pessoa, a atividade física moderada pode ser uma caminhada forte, dançar ou realizar as tarefas de casa. E os exemplos de atividade física forte incluem correr, pedalar e nadar rápido ou mover elementos pesados.
- Exercício durante 60 minutos para pessoas de cinco a 17 anos
As pessoas entre 5 e 17 anos deveriam realizar pelo menos 60 minutos diários de atividade física forte; mais tempo implica maiores benefícios para a saúde.
- Exercício durante 150 minutos na semana para pessoas entre 18 e 64 anos
Os adultos entre 18 e 64 anos devem realizar pelo menos 150 minutos de atividade física intensa por semana ou pelo menos 75 minutos de atividade física moderada ou uma combinação de ambas. Para que a atividade seja benéfica para a saúde cardiorrespiratória, o exercício deve ser feito em períodos de pelo menos dez minutos de duração.
- Adultos de 65 anos e mais
A principal recomendação para adultos e idosos é a mesma. Além disso, os idosos com pouca mobilidade devem realizar atividade física três dias ou mais por semana para melhorar o equilíbrio e evitar quedas. Nos casos em que os idosos não podem realizar a quantidade recomendada por problema de saúde, devem fazer o que estiver dentro de suas possibilidades.
- Todos os adultos saudáveis devem ser fisicamente ativos
A menos que haja razão médica indicando o contrário, as recomendações da OMS se aplicam a todas as pessoas, independente do gênero, da raça, do grupo étnico ou nível de renda. Também se aplicam às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e não relacionadas com sua capacidade de movimento, como hipertensão ou diabete. Os adultos com deficiência também devem seguir as recomendações da OMS.
- Um pouco de atividade física é melhor do que nenhuma
As pessoas sedentárias devem começar com pequenas quantidades de atividade física para aumentar a duração de forma gradual, bem como a frequência e intensidade. Os adultos e idosos inativos e quem tem limitação por doença obterão benefícios agregados quando se tornarem mais ativos. As grávidas, as mulheres que estão no pós-parto e as pessoas com problemas de coração deverão tomar precauções adicionais e consultar seus médicos antes de se esforçar para chegar aos níveis de atividade física recomendados.
- Comunidades e entornos propícios ajudam as mulheres a realizarem atividade física
As políticas urbanas e ambientais têm grandes possibilidades de conseguir elevar a prática de atividade física, e devem incentivar para que:
* caminhada, ciclismo e outras formas de transporte ativos sejam acessíveis e seguros para todos;
* as políticas trabalhistas promovam a atividade física;
* as escolas contem com instalações e espaços seguros para que os alunos permaneçam ativos durante seu tempo livre;
* as instalações recreativas e desportivas propiciem oportunidades para que todos permaneçam ativos.
Agora, é só se mexer! Envolverde/IPS