Ativistas culpam UE por negligenciar segurança energética

Ativistas estendendo banner. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace
Ativistas estendendo banner. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace

Encontro de representantes da União Europeia é oportunidade para governos retomarem o controle do futuro energético europeu

Numa ousada ação durante encontro dos líderes da União Europeia (UE), realizado na última sexta, 27, em Bruxelas, na Bélgica, ativistas culparam as maiores empresas europeias de energia a manterem o bloco dependente de importações. O rascunho do plano de segurança energética apresentado pela UE favorece essas empresas ao prolongarem o uso de fontes de energia caras, poluentes e não confiáveis vindo de fornecedores como a Rússia.

Com forte esquema de segurança na sede da UE, 35 ativistas de seis países escalaram um prédio, um guindaste e uma passarela em volta do local onde os líderes do bloco econômico mais rico do mundo discutiam o futuro de sua energia. Três grandes banners mostrando um carro da UE – patrocinado pelas empresas de petróleo – caindo de um penhasco foram estendidos para pressionar os participantes que iam chegando. Os ativistas tentam agora entregar uma carta aos líderes da UE pedindo a independência energética da Europa de fontes poluentes e perigosas.

Ativistas estendem banner em prédio próximo à conferência da União Europeia na Bélgica. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace
Ativistas estendem banner em prédio próximo à conferência da União Europeia na Bélgica. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace

“A Europa ruma ao desastre, e os políticos estão só olhando. Grandes empresas de energia, com claro interesse em manter a Europa sob influência do óleo, gás e carvão, são as reais tomadoras de decisão”, defende Frederic Thoma, coordenador da campanha de Energias Renováveis do Greenpeace. Para ele, o bloco europeu é capaz de se sustentar com fontes de energia limpa, garantindo reais benefícios às pessoas, ao ambiente e à economia.

Representantes da UE observam banner estendido por ativistas do Greenpeace em Bruxelas, na Bélgica. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace
Representantes da UE observam banner estendido por ativistas do Greenpeace em Bruxelas, na Bélgica. Foto: © Eric De Mildt / Greenpeace

Essas influentes empresas, como Shell, BDF, E-on e RWE, mantêm pesados investimentos em combustíveis fósseis, por isso forçam o fornecimento para o bloco europeu, podando o desenvolvimento de um sistema de energia limpa, auto-suficiente e eficiente – o que representa uma ameaça para o monopólio do mercado energético em detrimento de maiores benefícios ambientais e econômicos.

Insegurança energética

A União Europeia importa mais da metade de seu óleo, gás e carvão, sendo um terço disso proveniente da Rússia, que desligou recentemente dutos de transporte que chegavam à Europa através da Ucrânia.

Um novo relatório do Greenpeace mostra que as metas para renováveis e eficiência energética que garantiriam a independência da Europa de importação de energia e combateriam as mudanças climáticas serão minguadas. A Comissão Europeia propôs uma redução das metas de emissão de carbono, de 55% em 2005 para 40%, e de investimento em energia renovável, que foi para 27% frente a 45% proposto em 2005. O documento pode ser lido aqui, em inglês.

* Publicado originalmente no site Greenpeace.