Por Redação da Envolverde –
Mais de 200 representantes de associações setoriais, empresas e Organizações Não Governamentais compareceram à solenidade de lançamento da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura nesta quarta-feira, 24 de junho, em São Paulo. Pronunciamentos carregados de expectativa positiva confirmaram o simbolismo de criação do movimento muiltissetorial, que “não é de oposição, mas de construção conjunta” de um roteiro de transição para a economia de baixo carbono, como definiu Roberto S. Waack, presidente do Conselho da Amata, ao resumir documento de propostas divulgado no evento. “A Coalizão nasceu no final do ano passado quando a gente percebeu que havia necessidade de tratar da questão das mudanças climáticas sob uma outra óptica, não a da dor, o lado pesado, mas principalmente sob a óptica da oportunidade que isso pode representar para o País” – relembrou. “É a oportunidade de construção das bases de uma economia agrícola, florestal, forte, sólida, pujante, com gestão territorial integrada aos valores socioambientais.”
Para aproveitar essa oportunidade, “o que a Coalizão está fazendo é desenvolver competências para lidar com a interdependência: reunir pessoas que têm conflitos de interesses, perspectivas divergentes que não mais produzem a ruptura, mas buscam convergência, trazem mais inteligência, mais ciência pra entender essa nova realidade mais complexa e então encaminhar instrumentos de gestão, providências que permitam dar conta de um diagnóstico dramático para a sociedade” – disse Ricardo Guimarães, da Thymmus Branding, ao convidar as instituições presentes a aderir formalmente à Coalizão.
Os representantes de 10 das entidades que participaram do processo de debate iniciado no final de 2014 foram então convidados a dar um testemunho sobre a formação do movimento e a aderência às propostas elaboradas.
“Todos nós temos a percepção clara de que a necessidade histórica se junta aos talentos que a gente pode agregar uma contribuição relevante e determinante nesse processo” – afirmou Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
Depois de mencionar dados sobre a recente aceleração da ocorrência de eventos extremos, o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, disse que “estamos aqui unindo diferentes, em torno de uma mesa, para pensar como o Brasil pode enfrentar esse desafio, transformando o que são nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas”.
“Acreditamos que a economia de baixo carbono é uma vantagem comparativa pra nós, empresários” – concordou Celina Carpi, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos. “Hoje nós temos clareza que não dá mais pra ter posições atomizadas, temos que trabalhar juntos.”
Ao encerrar essa rodada de pronunciamentos, a secretária executiva do Diálogo Florestal, Miriam Prochnow, alertou para a necessidade de “implantar de fato, no chão, os compromissos que estamos assumindo aqui hoje e influenciar a posição brasileira na COP21”. Disse também que as propostas da Coalizão “precisam chegar à sociedade”, e sugeriu que “esse movimento deve ser como plantar árvores: é imprescindível, é fundamental pra combater a crise ambiental: é algo que todo mundo pode fazer, todo mundo pode plantar árvores, e é algo que se você começou, não consegue parar mais!”
Depois de algumas manifestações da plateia, Ricardo Guimarães sugeriu um ritual, lembrando que “quando a gente vê uma coisa que agrada muito, que dá um eco de união, de integração, de coalizão dentro, a gente bate palmas”; e propôs que a plateia ficasse de pé para “acordar com palmas uma alma que dê vida a esse movimento”. E assim se deu o ritual de lançamento da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
(#Envolverde)